"A sua irritação não solucionará problema algum. O seu mau humor não modifica a vida. Não estrague o seu dia" - Chico Xavier
— Meu Deus, que problema é esse, Daniel? — Perguntei preocupada enquanto me sentava na beira da cama para conseguir escutá-lo com mais clareza.
— Tem como vir aqui em casa?
— Agora? — Perguntei com um tom de voz bem alto, mas logo abaixei a intensidade sonora da minha voz ao lembrar que era tarde da noite e repeti a mesma pergunta sussurrando. — Agora?
— Sim, você não tem noção de como o meu pescoço está doendo. — Ele disse entre gemidos.
— Daniel, que problema você arrumou? — Perguntei já irritada por ele não me falar.
— Vem logo, Amanda Rios! Estou mandando. — Ele exclamou de uma forma bem autoritária e por uns segundos veio a imagem do Diego na minha cabeça
"Que saco!" - praguejei mentalmente
— Tá bom, estou indo. — Disse irritada e desliguei a chamada na cara dele.
Detesto que mandem em mim, mas pelo jeito era algo sério.
Taquei o celular na cama com raiva e saí do quarto bufando. Segui reto pelo corredor, mas quando cheguei na escada lembrei que eu poderia precisar do meu celular, voltei no quarto e o peguei, depois refiz o mesmo trajeto.
Quando eu estava descendo as escadas notei que todas as luzes estavam apagadas, mas havia uma claridade na sala por conta da televisão ligada. Logo avistei Diego todo largado no sofá com o controle remoto na mão enquanto zapeava.
"Obs.: Zapear é o ato de mudar rápida e repetidamente de canal de televisão ou frequência de rádio, de forma a encontrar algo interessante para ver ou ouvir, geralmente através de um controle remoto" - Fonte: Wikipédia
Ao perceber minha presença Diego levou seu olhar até a mim na curiosidade de saber o que eu estava fazendo, mas o mesmo logo voltou a fazer o que estava fazendo sem dar muito importância para o que estava acontecendo.
— Que bico todo é esse? — Perguntou com o olhar fixo na TV.
— Só estou brava mesmo. — Respondi de cara emburrada. — Você acredita que a essa hora da noite seu amigo Daniel veio me ligar para avisar que estava com dor no pescoço?
— Amigo não. Irmão. — O moreno me corrigiu
— Que seja. — Falei revirando os olhos enquanto seguia reto para a porta.
— Onde você pensa que vai? — O mesmo perguntou mudando de humor repentinamente.
— Vou na casa do Daniel. — Respondi enquanto já girava a maçaneta da porta principal.
— Você não vai- — Ele começou a dizer, mas não o deixei terminar a frase pois bati a porta de uma vez fazendo com abafasse o som da voz dele.
É impressionante como Diego acha que manda nas pessoas. Principalmente em mim.
[...]
— Acho bom que seja importante. — Falei enquanto entrava na casa de Daniel de um modo meio desesperador.
O loiro estava jogado no sofá da sala enquanto tentava massagear o próprio pescoço. Conseguia ver na expressão dele que realmente estava doendo.
— Senta! — Ordenei. — Vou fazer uma massagem em você.
Daniel se sentou no sofá e eu joguei meu celular na mesa enquanto ia em direção a ele. Me sentei atrás dele e comecei a massagear seu pescoço delicadamente para que pudesse aliviar a dor e a tensão muscular.
— Você esteve brigando, Diego? Digo... Daniel! — Me corrigi ao ver que eu tinha trocado os nomes.
— Você está realmente pensando muito no Diego. — Falou enquanto fazia uma cara engraçada de dor. — Está até chamando as pessoas pelo nome dele.
— As pessoas, não. — Falei o corrigindo. — Você.
— Amanda gosta do Diego la la la la la. — Ele começou a cantarolar e eu encravei minha unha no pescoço dele na tentativa de fazê-lo calar a boca. O mesmo gritou de dor e eu gargalhei.
Que infantilidade! Ás vezes Daniel me surpreende, nem parece que tem dezoito anos.
— Nunca mais faça isso! — Ele disse bravo enquanto dava um tapa na minha perna.
— Você bate em mulher! — Falei o provocando.
— Você não é uma mulher para mim. — Disse e sorriu sarcásticamente. Ele estava de costas para mim, mas minha cabeça estava um pouco inclinada para que eu conseguisse avistar seu rosto.
— Cala boca e me fala logo o que aconteceu. — Perguntei enquanto puxava o cabelo dele.
Ah, o amor de irmãos!
— Você é muito agressiva. — Ele falou tentando desviar o foco da conversa.
— Fala logo, Daniel! — Ordenei.
— Ih nada demais, só prendi a minha cabeça no freezer. — Ele disse tentando abafar a intensidade da situação.
Eu não me aguentei e comecei a rir desesperadamente. Fiquei imaginando como foi aquela cena e acreditem, no momento, se eu estivesse lá eu não iria nem conseguir ajudá-lo de tanto rir.
Eu tentei tomar fôlego para falar algo, mas não consegui porque a minha necessidade de rir era intensa naquele momento. Então precisei fazer um esforço extra para que Daniel entendesse as palavras que saiam da minha boca.
— Você o que? — Perguntei sem acreditar no que eu acabara de ouvir.
— Para de ser infantil, Amanda. Foi um acidente — Ele disse impaciente. — Quem nunca prendeu a cabeça no freezer?
Eu? Infantil? Tá bom, falou o garoto de dezoito anos com mentalidade de uma criança de cinco anos de idade. Até o Brandon é mais maduro que ele.
— Me explica isso melhor. — Perguntei me jogando na frente dele.
— Eu estava pegando carne dentro do freezer e o acidente aconteceu. — Ele disse me olhando descrente. — Não dou mais detalhes do que isso. — Concluiu.
— Que vergonha, Daniel! — Falei rindo. — Eu iria brigar contigo porque você me fez vir aqui à toa, mas vou perdoar porque isso foi engraçado demais.
— Não vejo nada de engraçado. — Ele falou enquanto me olhava fixamente.
— Ah, vai! Aposto que você está doido para rir. — Disse enquanto dava um leve soco no braço esquerdo dele e o mesmo começou a rir.
— Eu estou incrédulo com você! — Ele disse ainda rindo.
— Você é um amor! — Falei enquanto o abraçava e o mesmo como ama abraços não aguentou e se jogou nos meus braços.
[...]
No dia seguinte, acordei com Brandon me enchendo de beijinhos e Diego na minha frente me encarando impaciente. Olhei para o moreno que me fuzilava pelo olhar e o encarei por uns segundos até que dei conta de que eu estava deitada de conchinha com Daniel. Meu Deus, o que aconteceu?
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Peço perdão caso não tenha saído como vocês esperaram, mas é que não estou com muita cabeça no momento e realmente não ficou bom.
Beijos ;)
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Babygirl (COMPLETO EM REVISÃO)
RomanceApós receber ameaças de seu padrasto e ser atormentada pelo mesmo, Amanda é forçada a sair de casa. Desesperada, a menina de 18 anos resolve largar o Rio de Janeiro e sair em uma longa viagem destino Chicago. Lá ela vive intensas situações e conhece...