Diego Halstead
Quando eu era criança, eu costumava escutar que quando alguém está em coma é como se ela estivesse em um sono profundo, porém eu nunca levei muita fé nisso. Nessas últimas duas semanas, eu descobri que eu estive certo a minha vida inteira.
Não é como se eu estivesse em um sono profundo, é como se eu estivesse muito bem acordado escutando tudo e sentido tudo a minha volta, mas nada fazia sentido pra mim. É como se meu cérebro não conseguisse processar as coisas. Como se as pessoas a minha volta tivessem falando em códigos apesar delas estarem falando o meu idioma. No entanto essa regra que eu estive preso por esse tempo todo foi claramente quebrada quando Amanda se deitou ao meu lado e se declarou de todo seu coração.
Ela é tão doce e eu a amei desde o primeiro momento que eu a vi, mas seria óbvio que a última coisa que eu faria seria deixar minha fama de bad boy de lado por causa de uma latina que havia acabado de chegar na minha vida. Eu não poderia estragar minha reputação. Entretanto ela provou que isso não foi um problema tão grande.
É muito fácil me julgar quando não se está preso aos meus pensamentos. Pensamentos esses que me artomentam com memórias que não consigo apagar da minha cabeça. Uma parte sombria dentro de mim que foi tomada pela imagem da minha mãe com uma arma na cabeça me culpando por todas as merdas que aconteceu na vida dela e a outra parte... Bom, a outra parte é a melhor parte de mim que sempre pertenceu a Daniel e Brandon, mas que só melhorou com a chegada de Amanda em nossas vidas.
É como se a morte tivesse me chamando e eu quisesse ir, mas conforme eu sinto o apelo dos meus amigos pela minha vida, conforme lembro de Brandon e do quanto eu seria idiota de fazer com ele o que nossos pais fizeram comigo, eu luto... Eu luto pela minha vida.
— Eu não sei exatamente o que dizer... — Ela começou a ajeitar seu corpo ao lado do meu e tudo começou a fazer sentido. Aqueles "códigos" deixaram de ser código e eu comecei a escutar o mais claro inglês. — Na verdade, eu nunca sei. Sabe?! Quando naquela noite você foi tão carinhoso comigo, algo dentro de mim disse que aquilo era uma despedida. Droga, eu odeio despedidas por isso ignorei minha intuição. Sim, eu ignorei. Ignorei porque nunca imaginei uma vida sem o meu moreno. Nunca imaginei uma vida sem seus profundos e perturbadores olhos azuis e brilhantes. Nunca imaginei uma vida sem você por perto nem que fosse pra dizer o quanto sou insuportável. — Suspirou. — Eu sei que você não está escutando nada, mas é importante você saber que eu te amo e não importa o que você faça, nada mudará isso! Nenhum ser humano tem o dom de te amar como eu! Entre os mesmos só eu reparo com cada detalhe seu. Desde suas covinhas nas costas até suas covinhas na bochecha. Seu sorriso é incrivelmente lindo. Eu sei, eu te amo, Diego. Não importa o quanto você me odeia, eu vou sempre te amar...
Eu escutei cada palavra vindo da boca dela. Eu senti a dor interior que ela sentiu quando afirmou que eu a odiava. Como eu pude ser idiota de deixá-la achar isso? Achar que logo eu a odeio? Logo eu que daria minha vida por ela? Eu fui muito babaca. Erros que não cometerei mais. Talvez eu nunca mais "acorde" e eu vou morrer me achando idiota por ter feito a minha garota se sentir assim.
As palavras de Amanda penetraram na minha alma e em fração de segundos tudo se tornou claro, tudo passou a fazer sentido. Eu amo ela! Eu a amo e precisei estar entre a vida e a morte para perceber isso. Eu não poderia deixar esse sentimento se esconder por mais nenhum segundo.
— Eu... Eu... — Gaguejei pois nunca tive tamanha dificuldade para falar algo tão simples em toda a minha vida. — Eu te amo.
— Eu sei, agora dorme. — Ela falou e eu estranhei.
Até que ela levantou sua cabeça tão rápido como se tivesse tomado o maior susto de sua vida.
Ela olhou pra mim, depois olhou para porta do quarto, depois olhou para mim de novo por uns segundos até que olhou para porta novamente e saiu correndo para fora da mesma.
Essa mina é louca!
— Doutor, ele acordou! — Escutei o som abafado da voz de Amanda falou toda empolgada pelos corredores do hospital. — Ele acordou, Daniel!
Logo após alguns segundos a porta se abriu brutamente e Daniel, Amanda e o doutor, que provavelmente estava cuidando de mim, entraram, respectivamente.
Antes mesmo que algum deles pudessem chegar completamente até a mim eu senti a pior dor que eu já senti na minha vida invadindo o meu peito. Em menos de um segundo, uma equipe médica inteira partia para cima de mim.
Uma dor infernal que queimava de dentro para fora fazendo com que aos poucos eu fosse morrendo...
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Capítulo de hoje no horário certinho, espero que gostem!!
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Babygirl (COMPLETO EM REVISÃO)
RomanceApós receber ameaças de seu padrasto e ser atormentada pelo mesmo, Amanda é forçada a sair de casa. Desesperada, a menina de 18 anos resolve largar o Rio de Janeiro e sair em uma longa viagem destino Chicago. Lá ela vive intensas situações e conhece...