Capítulo V

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Pedro sai do carro correndo até a mim.
- Oque é? Oque é?
- Eu.. eu.. eu não sei! Eu não sei!
Ele olha pra minha mão e diz
- uma pedra!? Que? Uma pedra - Diz Pedro rindo da minha cara
- Eu não sei, eu acho que peguei o errado. Talvez tenha um talismã aqui, cadê? O do macaco que nem no Jackie Chan.
- Para, você ficou umas 3 horas aí procurando uma pedra
- Não ri da minha caraaa!! Vai que isso se transforma em sei lá, um lápis que transforma tudo em realidade, andaaaa! Transformar!
- Para, você tá ficando pirado! Calma, a gente vai resolver isso tudo. Só calma, são quase 5 da manhã, você precisa dormir, pega essa pedra aí e vamos pra casa.
No meio da noite Pedro me acorda com pressa
- O que houve? - Digo assustado
- Tenho mais uma missão pra você
Fomos para a casa da Marisa, ela tinha ligado para Pedro.
- As vozes voltaram - Diz Marisa
- Eae, o que elas dizem?
- Elas estão falando pra procurar uma tal de Carolina
- Carolina? Mas você conhece alguma?
- Não, mas ela falou também sobre uma casa de número 30 na rua Isabel do bairro de Montecastro.
- Isso não parece ser muito perto daqui - Disse Pedro
Olho para Pedro e digo:
-Nos temos que ir pra lá.
Ele olha pra mim respira fundo e diz:
- Tudo bem, amanhã nos vamos mas agora precisamos descansar.
Acordo bem cedo no outro dia e vamos para lá.
Era bem longe, em outro estado então demorou pra chegar. Chegando lá nos deparamos com uma rua ainda não ainda de barro, com poucas casas e perto de uma colina. Parecia um bairro antigo. A casa número 30 era bem grande olhando de fora.
Pedro bate na porta e uma senhora nos atende.
Ela olha pra nossa cara de um modo ruim e diz:
- Não me lembro de ter marcado o horário pra vocês entrarem. Desculpe mas aqui só pode entrar com horário marcado.
- Nos não queremos entrar, a gente quer saber quem é a Carolina. - Disse Pedro
Ela olha espantada para nós e diz:
- Como vocês sabem dela?
- Ela me ligou, pediu pra gente vim aqui atrás dela.
- Entrem, entrem, eu vou chamar a dona da casa.
A casa era bem bonita, com pinturas antigas e quem sabe até valiosas. A senhora nos levou até um escritório.
- Como vocês sabem da Carolina? - Disse a mulher que estava lá com um tom agressivo
- Eu já disse ela me ligou e pediu para virmos até aqui.
- Isso não é possível já que ela não mora mais aqui e no lugar onde ela está não há telefones.
- Ela morreu? - Disse Pedro
- Infelizmente não
- Então onde ela tá?
- Vocês bandos de cretinos acham que podem ir até meu filho e faze-lo vira-se contra mim?
- Que? Nós só precisamos conversar com ela. Pera ele?
- Como vocês descobriram ele? O nome dele é Carlos, entenderam? Carlos.
- Eu, eu não tô entendendo - Disse Pedro
- E nem vai, podem ir embora agora mesmo não há nada aqui em que eu possa ajuda-los!
- Não, pera..
- Eu já disse! eu não posso ajuda-los em nada!
Fomos embora, que loucura, aquilo sim parecia uma verdadeira missão.
Perto dali havia um bar. Fomos até lá pra tentar entender com os fofoqueiros quem era Carolina e quem era Carlos.
Muitas pessoas se calaram quando fizemos a pergunta mas depois de algum tempo uma respondeu.
Carolina na verdade era um antigo Carlos, um homem que não se identificou com suas origens e teve a preferência de mudar de sexo. Como sua família era rica ele tinha condições para tal ato, porém, era extremamente conservadora. Com o tempo ele tem o plano de roubar 1 Milhão de dólares do cofre da família fazer sua cirurgia e com o dinheiro de sobra reconstruir sua vida longe de sua família. Ele até consegue, porém depois de alguns anos o acham e o prendem forçadamente no hospício Santa Maria.
Após ele contar a história dela nós fomos embora pra casa. Essa história foi realmente chocante para Pedro que começou a acreditar de vez nas vozes.
- Nos temos que ajuda-la - Disse Pedro.
- Eu sei mas esse hospício é muito longe, ficam dias indo de carro e fica muito caro ir de avião acho que temos que esperar outra mensagem das vozes.
- Não! Você sabe que minha família é rica e você sabe como é estar em um hospício. Ela deve estar tomando todos os remédios possíveis.
Dou uma pausa, olho diretamente para ele e digo:
- É horrível estar num hospício, temos que ajuda-la.
Pedro comprou as passagens na mesma hora, nossa viagem seria daqui a dois dias. Eu estava com medo e Pedro exalava confiança até que o dia chegou e Pedro não parecia mais estar assim, agora ele estava meio indeciso me perguntando como nos poderíamos tira-la daquele lugar.
A viagem demorou aproximadamente 18 horas, chegamos cedo e o hospício não era muito longe do local de pouso.
Entramos no hospício, ele era realmente bem bonito e com um ar de "coisa de rico".
- Olá, como posso ajudar? - Disse a atendente
- Nos queremos visitar a Carolina - Disse Pedro
- Existem muitas Carolinas aqui, pode falar o nome completo?
- Antigamente ela era chamada de Carlos.
A atendente olhou desconfiada para nós e disse:
- Ele nao pode receber visitas, apenas de parentes. Pode me informar o nome de vocês para mim perguntar aos responsável pelo Carlos?
- Não, não será necessário. Nós mesmos vamos traze-los até aqui.
Saindo de lá Pedro olha pra mim e diz:
- Não vai ser tão fácil tirar ela de lá quanto foi pra te tirar do seu hospício.
- Tem muitos guardas e muitas câmeras. Realmente vai ser complicado.
Nos apoiamos em uma pousada bem próxima ao hospício. A cidade era bem concentrada naquele pedaço. Tinham hospitais, escola e até uma pequena prisão.
Ficamos dois dias rodeando aquele pedaço, o nosso plano era Pedro ir para o hospital e fingir alguma doença que necessite de um médico do hospício. Como os dois eram um prédio só ele podia leva-lo até uma sala do hospício. Pedro doparia o médico e depois roubaria seu uniforme.
Estava tudo certo pra ele fazer no dia seguinte quando de noite houve uma explosão. Uma grande explosão na prisão que resultou na queda de luz e na fuga dos presos. Eram mais de 100 bandidos fugindo e muitos policiais atrás deles até que um bando de bandidos entraram no hospício para se esconder, sem pensar duas vezes eu fui junto sem Pedro perceber.
Como tinha faltado luz estava tudo bem escuro lá dentro e um caos total. Eu olhei todos os andares até chegar no 3 e me deparar com uma uma sala escrito Carlos bem na frente.
Chutei a porta com força e lá estava ela, com uma camisa de força e toda acabada. No momento em que eu toquei nela. um alarme soou bem alto, os foragidos começam a gritar e as luzes voltam.

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⏰ Última atualização: Oct 07, 2016 ⏰

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