Capítulo 2

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30 de Setembro de 2018 (No abrigo da Escola Alfredo da Silva)

O sol tinha acabado de nascer e no abrigo começavam-se a realizar as agriculturas mais uma vez, plantar alface e cenoura era indespensável, o armamento e as munições estavam em bom espaço e eram bastantes, os mantimentos tinham diminuido um pouco mas o outro abrigo deu algumas coisas que o abrigo de Pedro não tinha e isso parecendo que não acabou por ajudar um pouco. Pedro tinha acabado de acordar e estava a ajudar três mulheres a plantar numa das 3 hortas que o abrigo tinha, quando Gonçalo chegou ao pé dele:

- Bom dia, senhoras. – Disse Gonçalo fazendo as senhoras sorrir. – Bom dia, amigo, muitos parabéns.

- Obrigado, bom dia também para ti. – Agradeceu Pedro.

- Já são quantos? 19 ou 18?

- 18, cinco dos quais já foram neste mundo novo! – Exclamou Pedro no final da frase com alguma tristeza. - Mudando de assunto, já sabes se o Bernardo já acordou.

- Não, acho que ainda está no coma, espero que ele se safe! – Disse Gonçalo cabisbaixo.

- Ele vai safar-se ele já passou por muita merda e isto será só mais uma. – Protestou André que tinha chegado agora mesmo.

- Ele ajudou-me quando vi a minha vida finar-se, preciso que ele sobreviva para poder pagar a grande dívida que tenho para com ele. – Disse Pedro.

- Malta, o Bernardo e eu já nos conhecemos há algum tempo e eu tenho reparado em muitos sobreviventes que perdem a sua vida porque caem na realidade, por exemplo, imaginemos um rapaz com 25 anos, ele provavelmente num mundo normal estaria a pensar casar e em ter filhos, mas se provou que é claramente impossível haver essa estabilidade neste mundo, o mais provável é ele morrer. O Bernardo pensa de maneira diferente, a única que ele têm neste mundo é a Rita e não a quer perder por nada e tenho a certeza de quando chegar a esse pensamento o Bernardo irá cair na real e ver que necessita recompor-se para ficar ao pé da Rita. – Esclareceu André.

É o perfeito gesto de amor, ele querer viver para poder ajudar o amor da sua vida. – Deduziu Pedro.

- Malta eu sei que a conversa tá boa, mas hoje calhou sermos nós na patrulha portanto vamos lá. – Avisou Gonçalo.

No quarto onde estava Bernardo...

- Amor, eu sei que estás perdido entre pensamentos, mas preciso que voltes ao mundo, preciso de ti aqui, este mundo não vale a pena sem ti, por favor volta para nós, para mim. – Disse Rita com os olhos em lágrimas enquanto agarrava a mão de Bernardo, mas este não reagiu a nada, aliás Bernardo estava num estado de péssima condição, a cabeça estava toda ligada, a cara tinha várias nódoas negras, o braço estava cheio de feridas e não havia maneira de saber se o coração dele ainda batia, pois não há eletrecidade para colocar o medidor de BPM, Rita chegou-se várias vezes ao pé do peito de Bernardo, encostando o seu ouvido para tentar ver se o coração ainda batia, e confirmou-se, o coração ainda batia, mas eram batimentos fracos.

- Rita, eu sei que tu queres estar aqui quando ele acordar, se ele acordar, mas necessitas apanhar ar, comer e sociabilizar, ficares aqui só de vai enervar mais do que o que já estás. – Disse Catarina.

- Eu sei amiga, mas eu preciso dele e não posso abandoná-lo, não agora... – Protestou Rita, com lágrimas nos olhos.

- Assério, Rita, vem comigo, apanhar ar, cultivar umas coisas, aqui não consegues ajudá-lo em nada, ainda para mais os rapazes ficaram de vigia.

Rita e Catarian saíram da zona médica do abrigo e foram para os campos de cultivo que ficavam do lado de fora da escola, mas dentro do abrigo, lá encontravam-se Mónica e Tatiana.

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