Capítulo 5

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19 de Outubro de 2018 (17h30m) (Comunidade da Mata da Machada)

Rui e Tomás lideravam o caminho ao mesmo que o grupo iniciava a sua entrada na comunidade Mata da Machada, andaram alguns metros e viram um morto-vivo a comer os restos de um corpo:

- Paulo? – Perguntou Tomás sem admitir que o morto-vivo era em tempos um amigo.

- Ele já não é mais o Paulo, sabes disso certo? – Falou Pedro.

- Mas, e o que fazemos, eu não posso matá-lo, não consigo. – Disse Tomás.

- Eu faço-o. – Concluiu Rui, chegando ao pé do morto-vivo, tirou a faca e espetou-a no morto-vivo, rodou-a e só parou quando ouviu os ossos partirem, em seguida retirou a faca e espetou-a no morto.

- Quem era? – Perguntou Amélio.

- Um ninguém da comunidade, só fazia porcaria. – Respondeu Rui.

- Bem, isto está deserto e aqui não há nada. – Falou André, virando-se para trás, ao ver um homem a alguns metros dele, rapidamente tira a pistola e empunha-a, todos os outros fazem o mesmo ao ver o homem.

- Bem, isto é comovente, eu a pensar que era uma comunidade só que estava envolvida no ataque e quando chego aqui deparo-me com outro abrigo, então afinal qual dos abrigos foi o culpado? – Perguntou o homem com um riso irónico.

- Quem quer saber? – Perguntou André.

- Um dos líderes dos Revolucionários. – Respondeu o homem.

- Podemos negociar. – Falou Pedro.

- Pois podemos, dêem-me toda a vossa comida, arsenal.

- É pena, eu estava mais a pensar em ficar com toda a vossa comida e todo o vosso arsenal. – Respondeu Pedro.

- Infelizmente o meu acordo é o único que é válido. – Falou o homem por fim, em seguida assobiou e à volta de 10 homens saíram por dentro dos arbustos. – Vêem deviam ter escolhido a primeira e não responderem, mas dou-vos mais uma chance, dêem-me todo o vosso arsenal e comida e hoje podem sair daqui vivos.

- Fujam. – Gritou Rita.

- Tá no ir. – Falaram Amélio e Bernardo.

- Rui e Tomás, guiem-nos. – Ordenou Pedro.

Rui e Tomás guiaram todos os outros para o meio das árvores, e todos se agacharam, ficaram muito quietos e a olhar para todo o lado:

- Quando vamos sair daqui? – Perguntou Catarina. – Tenho medo, tenho a impressão de que isto vai correr super mal.

- Calma, amor, vai tudo ficar bem. – Falou Pedro numa tentativa de acalmar Catarina, os dois abraçaram-se.

- À noite podemos sair daqui, vamos só esperar mais um bocado. – Finalizou Rui.

De noite...

- Malta vamos sair agora, vamos andar com calma, mas não para a saída, isso só piora a nossa situação, andando com calma. – Sussurrou Tomás.

- Bora. – Sussurrou em resposta André.

O grupo movimentava-se rapida e calmamente pelo caminho da mata da machada, após cinco minutos a andar em modo de vigia, começaram a ouvir um assobio e um já conhecido pois era igual ao do homem que estava lá na entrada, ao olhar em redor, conseguia-se ver malta a correr por entre as árvores, o grupo percebendo que estava em perigo, deslocava-se cada vez mais rápido, Bernardo e Pedro vinham na frente e Bernardo é surpreendido por uma luz vinda de um holofote de cor amarela, que o faz parar encadeado com a potência da luz, quando a sua visão finalmente foca, vê-se rodeado por vários revolucionários todos a entoarem o mesmo assobio, parecia até um coro vindo do inferno, todos estavam lá, e ninguém estava calmo, o estado de euforia e medo era tanto, ao lado de Bernardo já estava António, preso e ajoelhado no chão e pior, sem um braço, do lado onde deveria estar o seu braço estava era uma grande mancha de sangue, do meio dos homens saiu o mesmo homem que os tinha ameaçado na entrada:

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