Capítulo 7

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28 de Novembro de 2018 (Na comunidade Alfredo da Silva)

O sol começava a despertar e um dia solarento começava a acordar, o que não era normal, visto que estávamos em pleno outono. Na comunidade Alfredo da Silva, não se via ninguém nas hortas nem nos animais, ainda estavam todos a dormir dentro da própria escola agora transformada de abrigo. O Dr. Francisco fazia um check-up a Catarina para ver o estado da sua gravidez e Pedro encontrava-se também na sala:

- Então, Francisco, está tudo bem? – Perguntou Catarina.

- Sim, tudo ótimo, o bebé parece estar a desenvolver-se bem. Ainda bem que conseguimos colocar a central a trabalhar, ou pelo menos o gerador, ao menos temos eletricidade e podemos utilizar estas coisas, já tinha saudades disto. – Respondeu o Dr. Francisco recordando momentos passados.

- Ao que couber de nós, tentaremos ao máximo dar o melhor a este abrigo, custe o que custar. – Falou Pedro. – Mas agora, tenho preocupações maiores e ainda bem que as tenho. – Respondeu olhando para Catarina, claramente referindo-se ao facto de ela estar grávida, ainda assim Catarina deu-lhe um sorriso torto mas muito bonito.

- Bem, não tenho dúvidas de que serão uns bons pais, pelo menos acho que estão preparados, porque... voçês sabem, ainda são tão novos. – Falou Francisco.

- Sim, é verdade, mas idade é só um número não é verdade. – Respondeu Catarina, vestindo a camisola.

- É verdade. – Terminou o Dr. Francisco e os três riram, em seguida, o Dr. Francisco deu um aperto de mão a Pedro e um beijo na bochecha de Catarina.

Enquanto caminhavam para fora da escola para cuidarem das hortas que se encontravam dentro do abrigo mas ao ar livre, Catarina sentiu-se um pouco insegura com a conversa com o Dr. Francisco e Pedro notou isso:

- Que se passa? – Perguntou Pedro.

- Aquela conversa, de estarmos prontos para ser pais, achas que estamos? – Respondeu Catarina com uma pergunta.

- Não sei bem, mas quando a altura chegar iremos estar à altura, afinal ele irá ser o nosso filho e teremos de fazer tudo por ele. – Respondeu Pedro.

- É verdade. – Catarina baixou a cabeça.

- Agora vamos começar o dia e não te preocupes muito com isso, ainda faltam 8 meses, pelo menos. – Pedro falou e deu um beijo em Catarina, esta retríbuiu. – Não há melhor maneira de começar o dia. – Riu-se.

- Parvo. – Ela ripostou rindo-se também.

*

Bernardo e Rita estavam deitados na cama os dois a olhar para o teto, Bernardo estava pensativo e Rita estava a ficar um pouco intrigada:

- Bernardo, tudo bem contigo?

Bernardo desviou o olhar do teto e olhou para Rita.

- Tudo ótimo, é só que estava a recordar o sonho que tive enquanto estava preso lá naquela escola. – Respondeu Bernardo.

- Que sonho? – Perguntou Rita, aí Bernardo chegou à conclusão que ainda não tinha dito nada e que já nem se lembrava disso.

- Enquanto passávamos a noite na escola, eu tive um sonho em que vi dois dos meus amigos mortos, a falar comigo, em seguida levei um murro e tudo ficou preto, quando voltei a acordar, estava aqui mesmo, no nosso quarto e vi-te, mas estavas estranha e quando te viras-te parecias uma morta-viva, cheguei-me ao máximo para trás até tocar numa parede, ao chegares ao pé de mim, caís-te em cima de mim e mordes-te-me o pescoço, arrancando-me pele... mas o mais esquisito foi eu ter visto o Boss depois e ele ter pegado no taco e ter-me dado com ele na cabeça, depois tudo ficou preto e acordei na escola, já de manhã.

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