NÃO ME VEJA ASSIM

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Não procure em mim o que não achastes em outrem
Não serei eu tal risco na via-láctea
Provocada por tal cometa sem destino
Não me venha como um pecado
Apareça-me assim toda nua
E sem as tuas artimanhas
Porque elas não me seduzem mais
Cheire o meu sabor
E se farte de toda a tua fome
Induz em ti o meu calor
Esqueça-te até do teu nome
Chame-me do que quiser
Serei eu tal aplicativo
Que medirá todo o teu corpo
Centímetros e centímetros por segundo

Se achares que serei tão pouco
Pouco me importará tuas opiniões
O único pecado que cometereis contigo
Será sorrindo enquanto te desmonto
Deite-se ao meu lado depois
O sol já estará ardendo aqui fora
A noite chegará a um sopro
E novamente farei nosso repouso
Os erros são só tolices eu sei
Ainda mais se fazermos tão pouco
Pouco a pouco se faz um império
Com vários castelos sem reino
As rainhas se fizeram escravos
As cartas já não mostram destino
Não me venha como sonhos e pesadelos
Que te vejo despida e com espinhos

Ricardo Lima

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