Prólogo

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Era uma sexta-feira tediosa, o céu estava cinza. O frio completamente instalado pela cidade, deixava o clima excelente para estar em casa. Tal qual o lado de fora, no hospital St. Bartholomew's tudo estava tão quieto que o mundo parecia adormecido.

Molly retirou seu jaleco, sentando-se a mesa junto a uma janela recoberta por persiana, confortavelmente em sua cadeira rotatória, pôs uma música para tocar no celular, com os fones de ouvido, deitou a cabeça sobre a mesa cinza.

Sem mais atividades para fazer, deixou-se levar e várias cenas vieram a mente quando fechou os olhos, a música era a responsável. Trazendo a tona, lembrança dos tempos de quando estava saindo do colegial, sempre foi pacifica, nunca aprontou, sempre responsável e dedicada.

Tudo poderia ter sido mais divertido se houvesse matado aula ao menos uma vez, se tivesse bebido mais naquela sexta a noite na faculdade, se tivesse beijado sem medo seu parceiro no primeiro encontro que arranjou após conseguir o emprego no hospital.

Medo e vergonha de errar sempre a perseguiram, mas talvez fosse hora de fazer algo diferente, sair da rotina. Nada de bom na sua vida pessoal foi acrescentado desde... desde sempre.

33 anos de uma carreira espetacular e nenhuma vida fora dela. Definitivamente era hora de mudar. Sentiu uma lágrima cair, se sentia triste por ser apenas a Dra. Hooper.

Idiota ela nunca foi, não iria fazer grandes besteiras, mas talvez fosse hora de arriscar.

Abrindo os olhos saindo dos devaneios, puxou o notebook para próximo dela, ligando e acessando a internet, sua mudança começava hoje.

Após anotar em um post-it um endereço, ligou para o seu chefe, pedindo permissão para sair mais cedo. Conseguindo facilmente com o pretexto de não ter com o que trabalhar e precisar de um tempo para ela, o que o surpreendeu um pouco, logo permitiu.

BOATE SAN DIEGO

9:00 PM

Molly confessava a ela mesmo que não se sentia tão bonita há anos.

Um vestido preto que ia até metade de suas pernas, com um decote elegante em U, mostrava apenas seu colo, que pelo tom e tipo de tecido na roupa destacava sua pele. Um salto alto o suficiente para dar-lhe boa postura e uma considerável elevação na alto estima. Maquiagem marcando os olhos e batom vermelho num tom fechado para a boca, perfume e cabelos soltos como suas intenções.

Passou pela porta sentindo-se um pouco envergonha, mas lembrou-se que propôs a ela mesma sair da sua zona de conforto, então era aquilo que iria fazer. Mesmo sem conhecer ninguém passou pela pista de dança se balançando no som de uma música antiga. Viu do lado oposto da porta, mas na mesma direção um bar. Sorriu, pelo menos teria ajuda, bebida sempre a fazia falar demais, ficar elétrica, seria a única ocasião que cairia bem.

Após alguns drinks, ela já se sentia extremamente revigorada. Levantou-se da cadeira do bar, dando um grito animado por reconhecer a música que começava a tocar. No ritmo eletrizante, mexendo as mãos, Molly mais solta foi até o centro da boate, sem se importar com nada, empurrou pessoas, e quando chegou ao seu alvo, cantou trechos da música, rindo ela dançava passeando as mãos pelo corpo, alternando com jogá-las ao ar.

Percebeu um homem de sua altura se aproximando dela, ele com seus cabelos negros e pele branca, parecia bem jovem, devia ter 25 ou 26 anos. Passou a cerca-la. Desimpedida, ela juntou-se a ele, no ritmo da nova música que se iniciava, desconhecida para Molly, mas não para ele.

- Qual seu nome? - ela perguntou a ele, em seu ouvido, sentindo as mãos dele apertarem sua cintura, sua primeira reação foi abrir mais os olhos e a boca assustada, mas como se fizesse mais sentindo naquela situação, ela sorriu para ele, recebendo uma resposta, e seu corpo sendo guiado.

Agent HooperOnde histórias criam vida. Descubra agora