Sherlock Holmes.
Bonito, inteligente, sedutor.
Adentrando com elegância uma boate londrina, misturando sons, música e luxúria, homens e mulheres o olhavam de cima a baixo. Dirigindo-se calmamente com destino certo, foi até o bar no fundo do salão. Tirou um bilhete do bolso da frente do sobretudo e o entregou ao barman.
Como perfume natural atrativo para mulheres, uma a uma passavam por trás, o olhando demoradamente. Porém, seu olhar saiu delas para outra, uma que se destacava ao centro do local, seguindo o ritmo da música.
Ele reconheceu rapidamente. Mas teve a atenção desviada pelo barman que lhe entregava, um copo de bebida com um bilhete, sutilmente. Nada sutil era como uma certa mulher se movia no centro. A mais pura selvageria? Era selvagem e delicioso. Voyer ou Flaneur, tanto faz. O fato era que incrivelmente tinha prazer em olhar a cena.
Molly Hooper.
Totalmente fora de si, mas nunca tão Molly como antes.
Quis sentir-se livre, agora era tudo o que sentia. Sentia a leveza sair por seus poros e mesmo assim sentia-se completa dela.
Visivelmente cansada, ela parou de dançar e foi cambaleante até o bar, juntando-se a ele. Muito próxima a ele. Exatamente entre as pernas dele, que se encontrava em pé, escorado na mesa, a mesma posição de quando a olhava esperando uma reação. Deduzindo que pelo estado de embriaguez e seu passado, que ela tentaria seduzi-lo.
Não moveu um músculo, queria ver até onde aquilo iria.
Ela se inclinou mais a frente, colando seu peito no tronco de Holmes. Contra expectativas, Ela esticou o braço e pegou uma bebida direto das mãos do barman, que parecia ter percebido antes de Sherlock o que ela queria. Simplesmente se virou e caminhou até o centro da boate, desaparecendo no meio da multidão.
Sherlock deveria ir embora, estava tarde e com o que queria. Mas sua curiosidade não estava sanada, na verdade, ela fora aguçada esta noite. Sendo assim, andou até a parede contraria a entrada do banheiro. Sabia que casais pegajosos poderiam ficar por lá, principalmente porque era mais escuro que o lugar que escolheu. Encostado a parede e de braços cruzados observou Molly Hooper.
Embalados pelo som de uma música eletrônica que iniciava, viu os movimentos da moça diminuírem, provavelmente cansada, enganado novamente, se viu observando a performance sensual alterada pela mudança do solo do cantor na música ensurdecedora. Pegou nos ombros de um homem a sua direita, de costas para ela. Agarrou-o com uma mão no ombros e outra passeava pelo próprio corpo ritmadamente, o que o fez virar para ela, agora de frente os dois se aproximaram. Passando a dançarem próximos. "Próximos demais".
Dance
Yes
Love
Next
Sem pudor o homem passava as mãos pelas costas de Molly. Num ritmo frenético, ao longe visto por Sherlock, que mordia os lábios incomodado. "Pelo que? Sabe-se lá."
Dance
Yes
Love
Next
Numa troca na música, do cantor para a batida, surpreso, viu Hooper parar sua dança empurrando o homem para o lado. Ela o olhou de relance, na direção da parede, e sorriu provocante; agarrou outro homem no lado oposto, vendo o jovem anterior ficar sem entender e logo sair dali. Agora determinada a dançar com outro rapaz de cabelos escuros, ela simplesmente colou seus corpos e movimentaram-se juntos no ritmo da música.
Ao finalizar a música, com os braços sobre os ombros do homem, sussurrou algo no ouvido e o deu um beijo rápido, sorrindo novamente na direção de Sherlock. Com uma música latina ao fundo, desapareceu na multidão outra vez. Minimamente sobressaltado, Holmes saiu do lugar para tentar acompanha-la com os olhos mas não pode, um homem por volta dos 30 anos o segurou no lugar, reparou como vestia a mesma roupa que o barman. Segurando uma bandeja, sem falar nada empurrou na direção dele.
Sherlock pegou o copo de vidro, sentido o cheiro. Parecia ser apenas bebida alcoólica. Com rapidez o garçom deixou um bilhete no bolso do casaco mais visível, saindo do lugar sem dizer uma palavra.
"Andar de cima, venha.
beba.
MH."
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Agent Hooper
Fanfiction- Esta é uma história sobre Molly Hooper - As pessoas costumam não levar Molly Hooper a sério, assim como desprezam seu valor como mulher e pessoa. Ela mesma sente-se mal consigo. É claro, todos nós temos os momentos que repensamos nossa vida inteir...