- Vou para o quarto agora. Esse pedacinho de cena do crime serviu para clarear as ideias. Preciso pensar - Sherlock disse ao irmão. Vendo os outros dois, Hooper e Watson, saírem do galpão, Mycroft permaneceu, e estando os três na recepção, aproveitou para pegar um cartão substituto para abrir seu quarto. Acenou com a cabeça para os que ficaram e saiu.
- O bom e velho Sherlock de volta - Molly falou, chamando a atenção de John que olhava na direção por onde o amigo saiu.
- É, ele parecia estranho esses dias. Com a cabeça dividida. É a primeira vez aqui que o vejo agir como antes.
- Como antes?
- É, há uns dois meses eu o vi assim, depois ele voltou ao normal.
- Entendo. Mas sabe, John, acho que não devíamos dormir, e sim resolver esse caso.
- Devíamos? - intrigado ele percebeu que Molly estava entrando em um campo que antes não era o dela.
- Sim.
- Molly, me diga, qual sua relação com esse caso? Digo, com todos que envolvem esse hotel?
- Nenhuma - ela falou séria. Como se realmente não soubesse o que estava acontecendo.
- Você parece saber mais do que diz - ele chegou mais perto dela, falando baixo - Mycroft não teria porque deixá-la na cena do crime. O que está fazendo aqui?
- Se você não acredita em mim, tudo bem. Prefiro voltar a dormir, se não vou poder ajudar vocês. Boa noite, ou melhor, bom resto de noite.
Ignorando a pergunta de John, ela terminou de falar já saindo andando, trilhando o mesmo caminho de Sherlock. Quando viu que Watson já não a seguia com os olhos, entrou em um corredor próximo, se escondendo ao máximo, andando pelo lugar, até chegar a uma porta que levava à praia. E assim, por outro caminho voltar à recepção.
- Olá, estou no quarto 326. Woodhouse - falou, se identificando - Quero saber, caso possam me dizer, se Mycroft Holmes está no quarto dele - ela se aproximou mais do recepcionista. Falando como se confessasse um segredo - Sou amiga dele, mas ele não atende as chamadas, nem a porta, e preciso muito que vocês o localizem pra mim, tenho algo no quarto dele.
- Ah, sim, claro, senhorita Woodhouse. Ele deixou um pedido para que a senhorita tivesse permissão de entrar em seu quarto. Só um minuto enquanto libero uma chave.
O homem se virou, após receber um sorriso simpático dela, mexendo na gaveta com as chaves dos quartos atrás de si. Não percebeu quando ela digitou, sutilmente, "NatD", usando o computador do hotel para acessar o software interno.
Estas três letras que ela achava que fosse um nome, estavam bordados na manta que encontraram no galpão. Estranhou que Sherlock não tivesse visto, talvez a bebida o tivesse deixado mais lento. Sem falar que estava como as logos normais de marcas de roupa, o que poderia tê-lo confundido.
Ela notou o rosa pink da linha, e que aquela manta também poderia ser um xale, mesmo sendo um bastante grande. E se estivesse certa haveria alguém com o nome com aquelas iniciais no hotel. Bingo! Três homens e uma mulher. Foi fácil descartar e o que sobrou foi: "Natalie Davis, quarto 83, bloco D"
- Obrigada - Ela agradeceu, agitada, mas com sorte, pois o homem não percebeu o teclado ligeiramente virado para o lado dela.
A ruiva fez seu caminho até o próprio quarto. Deixou o cartão do quarto de Mycroft em cima do criado mudo, indo até sua mala, e pegando um calça reta de alfaiataria cinza, camisa polo negra, além de uma necessaire verde. Vestiu rapidamente, calçando uma sandália confortável. Discou do seu celular por Mycroft, colocando no bolso os cartões dos quartos dela e do amigo, saiu do compartimento, sendo atendida logo no telefone.
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Agent Hooper
Fanfiction- Esta é uma história sobre Molly Hooper - As pessoas costumam não levar Molly Hooper a sério, assim como desprezam seu valor como mulher e pessoa. Ela mesma sente-se mal consigo. É claro, todos nós temos os momentos que repensamos nossa vida inteir...