Capítulo 11 (I can't wait for you to operate)

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- O que pensa que está fazendo, Mycroft? - Molly falou, baixo e com raiva, para o amigo. Perto da porta, John Watson olhava para a cena logo atrás do corredor.

O problema era que Molly queria evitar Sherlock, principalmente naquele quarto, depois dos beijos de mais cedo. Só que, o irmão Holmes mais velho, inventou de separar os detetives, levando John para uma suposta pesquisa no computador central do hotel. Deixando Sherlock no quarto a sós com ela.

- Não podemos perder tempo. - Mycroft falou duramente - Fique com ele. Você tem a cura que ele quer. - ele abafou a ultima frase, se recompondo em seguida - Digo, senha - Disse antes de dar um sorriso cínico e sair do do quarto.

- O que Mycroft falou? - Incitando ela a falar, apesar de ter ouvido pouco, o irmão mais novo perguntou ao entrar no compartimento.

- Que você tem algo pra mim - "Você tem a cura que ele quer" ela ouviu claramente ele soar em sua mente de novo.

- Não exatamente, Mycroft disse que você tinha algo pra mim - ela esbugalhou os olhos em resposta, tentando controlar as expressões faciais.

Certo, Mycroft percebeu o que estava acontecendo no quarto antes de John chegar. E isso a deixava um pouco constrangida, só não esperava que ele fosse parafrasear um música daquelas, ainda mais tão descaradamente; principalmente, no meio de uma investigação. Mas Mycroft era Mycroft, e ser metido e irônico estava no pacote Holmes.

Sherlock deixou a pergunta de lado, percebeu a confusão no rosto de Molly, iria ao que interessava. Sacou o celular, indo mais para perto dela - Próximo demais. Ela pôde sentir até o cheiro de álcool que ainda emanava do seu corpo, enquanto ele lhe contava a história do blog secreto de Natalie e as alusões aos episódios de uma série, mas sem entrar em detalhes ao falar da falta de êxito na descoberta da senha.

- Vejamos. Ela se chama Natalie Davis? - Perguntou a si mesma, tentando achar uma luz no enigma - Fez um blog com o nome do último episódio, no qual a assassina das miniaturas aparece.

- Sim, se chama assim - ele disse um pouco impaciente - Pode ajudar com a senha? Deve ter algo a ver com a série. Mycroft disse que você conhece - falou, com um ar de escárnio no olhar.

- Disse? - Ela inclinou o rosto. Ele não deveria ter dito aquilo. Era um detalhe íntimo demais para revelar sem razão aparente. - Que seja, vamos nos concentrar. Ela fez um jogo de palavras com o nome do episódio e o próprio nome no título do blog, certo? Living doll para living Dave. Talvez a senha tenha a mesma brincadeira. Qual o nome do outro episódio em que Natalie aparece? - mais uma vez perguntou para si mesma.

- A desaparecida? - ele questionou.

- A personagem - Ela coçou a cabeça, ligeiramente confusa - Oh, dead doll - falou, depois de pensar um pouco - Já tentou? Tenta Dead Dave primeiro e depois Dead doll, embora eu ache que a primeira opção seja a mais certa.

- Não - Sherlock falou a princípio, mas então... - Sim!

- Sim, o quê? - quis saber Molly.

- Entramos! - ele disse, animado por dar continuidade na busca.

- Qual era? - Ela perguntou, contagiada pela animação do outro.

- A segunda. Você foi rápida - ele a fitava admirado, embora sério. Ainda assim, sentiu-se compelido a sorrir junto quando a viu ruborizar agradecendo ao elogio dele.

- Oh, obrigada, Sherlock.

Pra falar a verdade, enquanto esteve no quarto, antes de ser chamada por seu "namorado" para ajudar Sherlock, Molly não ficou parada. Pesquisou a internet inteira para saber quem era Natalie Davis. Encontrou algumas redes sociais, e pelo twitter viu links de posts para o tumblr. Mas havia essa senha. Tentou muitas, mas parou quando usou "deaddoll". Foi fácil apesar de tudo. Foi quando ouviu baterem à porta, eram os irmãos Holmes e o John Watson.

- Olhe os posts, o que vê? - Sherlock entregou o celular à ela, observando suas micro expressões ao deslizar o dedo pela tela, vendo o conteúdo das postagens. Ele viu claramente seu olhar paralisar, de forma literal, ao ver a foto de um homem no último post. Ainda não sabia o que era, havia dado a chance dela fazer primeiro suas observações. O que ele não sabia é que aquele era o mesmo homem que havia sequestrado Molly. Ulísses Lucania.

- O que viu? - ele tirou o aparelho de suas mãos, vendo-a nervosamente morder os lábios.

- Acha que é aqui que ele está? - A ouviu perguntar enquanto analisava a foto e as outras postagens.

- Veja essa localização no final da postagem: "-8.3536620-34.9575530" - Ele disse calmamente a numeração. Porém na cabeça dela, se estabelecia uma relação entre aqueles números e os da agenda rabiscados.

- Você deveria pesquisar logo - Foi tudo o que ela disse depois de alguns segundos.

- Você o reconhece? - ele a ignorou e esperou sua resposta.

- Quem? O homem da foto? Não, não. Nunca o vi - ela falou rápido demais, usando as mãos para se expressar, e engatou com algo para sair do assunto - Melhor chamar seu irmão.

- Ok - Ele concordou, contrafeito, mas curioso em saber o que poderia descobrir daquela Molly.

Agent HooperOnde histórias criam vida. Descubra agora