Capítulo 2

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Já estava de noite. Minha mãe havia demonstrado uns sinais estranhos ultimamente, por exemplo: ela tosse muito, e em todas as vezes, derrama uma certa quantidade de sangue; a boca dela fica muito seca facilmente, influenciando na sua cede. Não sei o que fazer, apenas continuo dando água e a pedindo para que respire fundo. Nós não temos remédios ou coisas que ajudam a melhorar isso. Matt diz que sua vó teve leucemia, e que começava assim, estou muito preocupada.

Continuamos andando, e procurando mais ítens. Nós tínhamos encontrado alguns papéis espalhados, e bom, parecem ser importantes; Porém, mais tarde pararei para fazer a leitura. Encontramos algumas bombinhas para asma, e até tentamos com minha mãe, mas não adiantou nada.

Mais cedo, Matt percebeu a presença de alguém por perto, nos seguindo. Eu não senti nada, apenas escutei alguns barulhos no começo, mas não é como se nos seguisse. Ele está cada vez mais assustado com isso, até que ouvimos uma moita atrás de nós se mover bastante, como se alguém tropeçasse nela.

— Quem está aí? — Perguntou Matt, se aproximando do local com sua faca na mão. Eu já estava nervosa.

Ao chegar mais perto, percebemos um homem deitado no chão, com algum tipo de dor. Matt continuou apontando sua faca para ele.

— Quem é você? — Perguntou Matt, novamente.

— Me ajuda, por favor.

Os dois se mantiveram parados, o garoto esperando a resposta do homem, para realizar qualquer tipo de ação. Matthew mesmo novo, sabia que não se deve confiar em qualquer um; Levou anos para que ele acreditasse que eu e minha mãe não fazíamos parte dos Outros.

— Perguntei: quem é você? — Repetiu.

— Eu não sei! Minha mãe me abandonou quando pequeno, não sei que idade tenho, qual é o meu nome e nada sobre mim! — O homem estava assustado. — Mas vocês podem me chamar de Bob.

— Certo, Bob. O que estava fazendo aqui? Antes daqui, onde vivia? Qual é a sua missão?

— Fique calmo! — Pediu.

Eu apenas observava junto com minha mãe.

— Eu estava procurando comida, apenas isso. Eu vim do Oeste, e não tenho missão alguma. Apenas sobreviver.

— O que pode fazer para conquistar minha confiança?

— E-Eu não sei! — Rapidez em suas frases, nervosismo. Matt sabia fazer alguém ficar com medo, sabia mandar. — Escute, estes papéis, garota.

Bob olhou para mim e desceu os olhares para os papéis em minha mão. Me assustei quando ele se referiu à mim, porém, me mantive firme.

— Eu posso decifrá-los para vocês. O sotaque, percebo que não são daqui, eu posso ajudá-los a descobrir o que está escrito nisso.

— E quem me garante que não irá roubá-los e fugir? — Era a pergunta final de Matt.

— Ninguém, senhor. — A resposta perfeita. O garoto gostava de se sentir líder, gostava de se sentir no comando. Era tudo o que ele precisava ouvir.

— Você tem até amanhã para decifrá-los. Se falhar, lhe jogaremos de volta na floresta. Não tente atacar qualquer um de nós, se não quiser morrer. — Assim, Matthew encerrou a conversa, continuando o trajeto de viagem.

Nada foi dito durante o caminho, só se escutavam tosses de minha mãe, e alguns passarinhos cantando. Bob a olhava às vezes, parecia saber uma solução para resolver este problema dela; Mas eu não tinha coragem de perguntar a ele, Matt não permitiria. Encontramos uma caverna na beira de uma pequena praia, e foi lá que dormimos, aliás, Bob e minha mãe dormiram, porque eu fiquei acordada olhando Matt vigiar o locar — É claro, sem ele perceber.

2070 - O Recomeço. #Wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora