— Desiste disso, Jonathan.
— Não, Nicolas! É nossa... quer dizer... minha chance de encontrar Sônia!
— Está bem. Mas eu tenho certeza de que não vai ser fácil entrar lá.
— É só abrir a porta.
— E você acha que a Sônia deixaria o escritório aberto, cabeção?
Jonathan pareceu refletir.
— É verdade. — disse, por fim.
— Boa sorte para achar a chave.
Nicolas foi para a sala jogar Verdade ou Desafio com os amigos e deixou Jonathan sozinho no corredor, imaginando onde a chave poderia estar. Talvez debaixo do tapete, mas não tinha tapete em frente ao escritório. Atrás de um quadro, mas não tinha nenhum quadro. Onde mais poderia estar? Talvez até no porão. Mas onde ficava a entrada para o porão?
Jonathan olhou atentamente para as grandes portas de madeira do escritório, como que procurando por alguma pista. Mas não obteve nenhum resultado.
Até que ouviu uma risada vinda do banheiro. Como a de uma criança.
Aproximou-se da porta e tentou escutar alguma coisa: água escorrendo da bica, caindo do chuveiro, mas não escutou absolutamente nada. Bateu na porta.
— Tem gente aí?
Nenhuma resposta.
Resolveu entrar, por curiosidade. Não encontrou ninguém lá dentro. Mas ouviu outra risada, vinda do lado de fora.
Abriu a porta do banheiro, saiu e espiou o corredor. Também não viu ninguém.
Foi quando virou-se para trás e viu uma coisa dourada brilhando no chão.
Uma chave.
Agachou-se lentamente e a pegou. Seria esta a chave do escritório? Alguém a colocara ali ou a chave estivera ali aquele tempo todo?
De qualquer jeito, pegou um lampião aceso na mesa da sala de jantar — não havia lâmpadas na casa — e foi até as portas da misteriosa sala.
Colocou a chave no buraco de encaixe da porta da direita e girou. Tomando coragem, abriu-a o suficiente para passar.
Entrou e fechou a porta. O escritório era tão grande quanto a sala de estar. Havia uma mesa com uma poltrona preta, e logo atrás um enorme retrato no qual estava um homem: vestia um terno preto, era calvo e tinha um bigode médio. O jeito com que olhava era penetrante, impossível de desviar o olhar, e Jonathan imaginou que fosse Mephisto, o pai de Sônia.
Só conseguiu parar de encarar o retrato quando ouviu o ranger de uma das portas, que estava se abrindo lentamente com o vento.
Foi rapidamente até a porta e a fechou. Tinha começado a ventar um pouco.
Retornou às explorações na sala de Mephisto. Sentou-se na poltrona de couro e ficou ali, pensando na vida, até se lembrar do que fora fazer ali. Com um salto, procurou por Sônia perto da mesa, na escuridão iluminada apenas pelo lampião. E levou outro susto quando viu que a porta se abria novamente. Enquanto ia fechá-la, disse para o nada:
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Ilha da Lua
Mystery / ThrillerATENÇÃO: PLÁGIO É CRIME! Gosta de mistério? Bem, se eu fosse você, adicionaria este livro à biblioteca. Raquel Cruz é uma menina gentil, apaixonada por natureza e está prestes a fazer quinze anos. Ao pedir permissão aos pais - Pedro e Vitória Cruz...