— Mas o que é... Kiara, você viu isso?
Kiara, imóvel, apenas balançou a cabeça, boquiaberta.
— É Sônia! E olha esses...
— Raquel! — uma voz masculina gritou seu nome, interrompendo-a.
Vinha do térreo. Raquel e Kiara se entreolharam, arrepiadas de susto, e foram em direção às escadas. Raquel colocou o lampião novamente no móvel e foi atrás de Kiara, que subia pela escuridão cada vez mais clara da escadaria.
Lá em cima, Hudson procurava as meninas. Estava saindo da cozinha quando Raquel fechou a porta.
— Ah, vocês estão aí. — ele disse, se aproximando delas. — Conseguiram achar Sônia?
— Não. — respondeu Raquel. — Nem sinal dela.
— Droga. — Hudson coçou a cabeça. — Já são oito e quinze. Se não a acharmos, vamos ter que ir só de tarde. Isso se ela aparecer.
— Ainda não a acharam? — perguntou Ana, surgindo das profundezas do corredor.
— Não. — disse Hudson.
— Ah. Ela deve ter saído pra comprar alguma coisa, sei lá.
— Comprar alguma coisa? Numa ilha quase deserta?
— Ah, é mesmo. Tinha me esquecido desse detalhe. Desculpa.
— Vamos esperá-la na sala de estar, então. — disse Raquel. — Eu trouxe uns jogos para passar o tempo. Podemos jogar.
— Vamos ver com os outros lá na sala. — disse Ana.
As grandes portas duplas do escritório de Mephisto realmente davam um pouco de medo em qualquer um. Mas apenas Ana e Hudson pareciam curiosos: Raquel e Kiara não conseguiam parar de pensar nas fotos que haviam visto no porão.
Chegando à sala, as duas receberam olhares cheios de expectativa, que logo se transformaram em olhares de desapontamento quando Hudson foi direto:
— Não encontraram.
Raquel e Kiara se entreolharam, perguntando-se se deviam contar sobre o que haviam visto lá embaixo, mas nenhuma delas parecia ter certeza sobre uma resposta. Até que Raquel sussurrou um "deixa comigo" e falou:
— Bem, nós fomos ao porão e não encontramos nada. Nem Sônia, nem seus pertences. A cama estava vazia, o armário também. Parece que nunca esteve ali, ou que fez as malas e foi embora.
— Pode ser que ela tenha ido pescar, ou colher algumas frutas, talvez. — sugeriu Alice.
— Mas a geladeira e a dispensa estão cheias o suficiente para passarmos duas semanas aqui. Não há necessidade de ter mais coisas, e também ninguém levaria as roupas e os pertences só pra buscar alguma coisa tão simples, não é? — disse Felipe.
— Será que ela precisou viajar pra algum lugar de última hora? — disse Natasha.
— Talvez. Mas, "como uma boa mãe" — disse Hudson, imitando Sônia —, ela deixaria um bilhete antes de sair.
— É. — concordou Ana. — Faz sentido.
— Vamos procurar, então. — disse Jennifer, levantando-se do sofá e partindo para a busca.
Em poucos segundos, todos já estavam procurando.
***
Procuraram e procuraram. Não acharam nada.
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Ilha da Lua
Misterio / SuspensoATENÇÃO: PLÁGIO É CRIME! Gosta de mistério? Bem, se eu fosse você, adicionaria este livro à biblioteca. Raquel Cruz é uma menina gentil, apaixonada por natureza e está prestes a fazer quinze anos. Ao pedir permissão aos pais - Pedro e Vitória Cruz...