Capítulo 4 - Cada Um Por Si

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   — Mas o que é... Kiara, você viu isso?

   Kiara, imóvel, apenas balançou a cabeça, boquiaberta.

   — É Sônia! E olha esses...

   — Raquel! — uma voz masculina gritou seu nome, interrompendo-a.

   Vinha do térreo. Raquel e Kiara se entreolharam, arrepiadas de susto, e foram em direção às escadas. Raquel colocou o lampião novamente no móvel e foi atrás de Kiara, que subia pela escuridão cada vez mais clara da escadaria.

   Lá em cima, Hudson procurava as meninas. Estava saindo da cozinha quando Raquel fechou a porta.

   — Ah, vocês estão aí. — ele disse, se aproximando delas. — Conseguiram achar Sônia?

   — Não. — respondeu Raquel. — Nem sinal dela.

   — Droga. — Hudson coçou a cabeça. — Já são oito e quinze. Se não a acharmos, vamos ter que ir só de tarde. Isso se ela aparecer.

   — Ainda não a acharam? — perguntou Ana, surgindo das profundezas do corredor.

   — Não. — disse Hudson.

   — Ah. Ela deve ter saído pra comprar alguma coisa, sei lá.

   — Comprar alguma coisa? Numa ilha quase deserta?

   — Ah, é mesmo. Tinha me esquecido desse detalhe. Desculpa.

   — Vamos esperá-la na sala de estar, então. — disse Raquel. — Eu trouxe uns jogos para passar o tempo. Podemos jogar.

   — Vamos ver com os outros lá na sala. — disse Ana.

   As grandes portas duplas do escritório de Mephisto realmente davam um pouco de medo em qualquer um. Mas apenas Ana e Hudson pareciam curiosos: Raquel e Kiara não conseguiam parar de pensar nas fotos que haviam visto no porão.

   Chegando à sala, as duas receberam olhares cheios de expectativa, que logo se transformaram em olhares de desapontamento quando Hudson foi direto:

   — Não encontraram.

   Raquel e Kiara se entreolharam, perguntando-se se deviam contar sobre o que haviam visto lá embaixo, mas nenhuma delas parecia ter certeza sobre uma resposta. Até que Raquel sussurrou um "deixa comigo" e falou:

   — Bem, nós fomos ao porão e não encontramos nada. Nem Sônia, nem seus pertences. A cama estava vazia, o armário também. Parece que nunca esteve ali, ou que fez as malas e foi embora.

   — Pode ser que ela tenha ido pescar, ou colher algumas frutas, talvez. — sugeriu Alice.

   — Mas a geladeira e a dispensa estão cheias o suficiente para passarmos duas semanas aqui. Não há necessidade de ter mais coisas, e também ninguém levaria as roupas e os pertences só pra buscar alguma coisa tão simples, não é? — disse Felipe.

   — Será que ela precisou viajar pra algum lugar de última hora? — disse Natasha.

   — Talvez. Mas, "como uma boa mãe" — disse Hudson, imitando Sônia —, ela deixaria um bilhete antes de sair.

   — É. — concordou Ana. — Faz sentido.

   — Vamos procurar, então. — disse Jennifer, levantando-se do sofá e partindo para a busca.

   Em poucos segundos, todos já estavam procurando.

***

Procuraram e procuraram. Não acharam nada.

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