cinco

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Os primeiros dias conseguem ser os mais difíceis de todos. A ansiedade persegue-me desde que acordei, os nervos de conseguir superar as expectativas são em grande escala. Esta é a minha oportunidade de conseguir tornar-me independente.

Despachei-me com alguma pressa, não que estivesse atrasada, mas gosto de chegar aos locais previamente antes da hora marcada.

A casa dos meus pais não era longe da rua onde se encontrava o estabelecimento. Era uma rua movimentada, mas, ao mesmo tempo, calma, no sentido em que não havia confusões e era seguro passear por lá. Era bonito de ver as famílias passearem por lá, ver os seus sorrisos e ouvir as gargalhadas das crianças que, para mim, é a coisa mais pura que existe no mundo. Nada resiste ao riso de uma criança, é inevitável nós não nos rirmos também.

Neste preciso momento encontrava-me perante a porta da pastelaria. Senti-me a ficar tensa, as minhas pernas petrificarem e deixei de sentir, durante uns segundos, o meu sangue a circular. Aquela era a porta da minha salvação, eu sentia-o na minha pele, bem lá no fundo eu tinha a certeza que a minha vida mudaria aqui para melhor.

Um passo de cada vez lá entrei, o cheiro a chocolate era, sem dúvida, um aroma que me acalmava. Podia observar a vitrine cheia de bolos e bolachas apetitosas. Estava tudo organizado perfeitamente e apesar de não diferenciar as cores, os tons de cinza estavam todos, pela primeira vez, em harmonia.

Atrás do balcão vi um senhor a atender as pessoas. Julgo que seja o dono da pastelaria. Era a ele que eu tinha de me apresentar para o primeiro dia! Assim sendo, dirigi-me para o balcão.

'Bom dia, o meu nome é Julie.' Disse com um sorriso no rosto.

O senhor que estava ao balcão, devolveu o sorriso, 'Deves ser a minha nova ajudante, sê bem vinda! Vem, vou mostrar-te onde fica a cozinha e o resto da pastelaria.'

Imaginar-me todos os dias rodeada de coisas doces e este cheiro maravilhoso era como estar no paraíso. Apesar de não ser o emprego ideal, é bastante próximo e isso agrada-me. É um passo em frente para uma vida mais independente, longe de tudo e todos, repleta de viagens e aventuras.

Por dentro a cozinha era pequena, não deviam caber mais que 10 pessoas lá dentro. A iluminação também era pouca comparada com a do lado de fora, e notava-se que o exterior era bem mais moderno.

Colour // h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora