dois

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As manhãs eram sempre agitadas. Acordava com a esperança de conseguir voltar a ver mais que tons de cinza, mas depois de aperceber-me que nada mudara, a frustração vinha ao de cima, sendo assim, cada vez pior com o tempo.
A escolha da minha roupa e de maior parte da minha vida era feita pela minha mãe, já se dera ao trabalho de etiquetar todas as minhas roupas com a respetiva cor, mas era inútil.
Não era pessoa de comer muito pela manhã, um iogurte líquido ou um pouco de leite era o suficiente para me aguentar até meio da manhã. Aí talvez voltasse a comer qualquer coisa, se a preguiça não se apoderasse de mim como sempre.
Preguiça! A companheira da minha vida.
Se por um lado às vezes não quero fazer nada porque, simplesmente, não me apetece, por outro, quando me apetece não o faço por causa da preguiça.
A minha mãe passa a vida a queixar-se e aconselha-me (de uma forma meio bruta, quase a gritar) a deixá-la para sempre. Mas, que seria de mim sem ela? Existiria algo capaz de se apropriar tanto de mim como a minha preguiça?

Colour // h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora