Giana brigou um pouco com Ricky por ter saído do seu quarto sem a sua ordem, mas o rapaz não havia se arrependido nem um pouco, embora estivesse um pouco desistente da situação. Se sentia mal quase sempre, mas Giana sempre aparecia para deixa-lo um pouco melhor, com algumas palavras reconfortantes e havia deixado que ele lesse alguns livros a mais para entender melhor sobre o mundo dos scions. Foram alguns dias duros, de muita reflexão, mas ele havia sobrevivido, embora não quisesse muito.
Ela o havia levado para uma sala. Era um local diferente dos demais, tinha no centro um globo, preso por um eixo de ferro dourado e um pouco envelhecido, de cor azul. O globo parecia um vidro e era rodeado por anéis, vários deles, também feitos com o mesmo ferro. O globo era feito de um material semelhante ao vidro e tinha dentro de si algumas partículas um pouco brilhantes de cor prateado-escuro, um pouco fosco.
O chão era negro mas tinha várias marcações, como a sala era circular, as marcações eram como pedaços de pizzas. Cada divisão possuía um círculo com um desenho dentro, era um círculo rosa escuro com um símbolo dourado: eram ômegas, alfas, deltas e outras letras gregas. A sala tinha o teto abobadado, com pinturas de estrelas, nuvens e várias luas, de cores brancas e amareladas. Também tinham alguma espécie de anjos, que ficavam sempre nas bordas, próximo as paredes.
As paredes eram de pedra cinzenta e eram rodeadas por estantes, que eram lotadas de apetrechos e outros objetos que Richard não fazia ideia para que serviam. No fundo da sala, sobre um degrau, também circular, havia uma mesa, cheia de papeis, canetas, uma vitrola e mais alguns objetos indecifráveis. Por detrás do globo, havia uma cadeira, que Ricky só foi ver depois de ter adentrado mais à sala. Era uma cadeira acolchoada e grande, parecia bastante confortável e era revestida por um couro negro.
Não havia ninguém na sala, Giana o deixou sozinho. Sem falar, retirou-se. Richard ficou um pouco confuso, mas estava tão acostumado com isso que nem ligou, apenas ficou observando as coisas de longe, esperando para que algo acontecesse.
A vitrola começou a tocar uma música, mas, ao observar mais de perto, ele percebeu que não havia vinil nenhum para ela estar tocando, mas antes que pudesse tocar e tentar averiguar como aquilo funcionava, ele ouviu um longo tossir e um homem apareceu por detrás do globo.
— Sr. William Diamonds. É um prazer. – Tinha uma voz grossa e parecia bastante amigável.
Era um senhor de idade, com um nariz corpulento, parecia um duende. Era um nariz muito grande e massivo, rosa e arredondado. Suas sobrancelhas eram grossas e cheias, mistas de cabelo branco e preto, além de alguns que tinha a tonalidade cinzenta. Seus olhos eram pequenos e escondidos, tinham uma tonalidade azul claro e eram chorosos. No dorso do nariz, ficavam óculos demasiadamente arredondados que o davam um aspecto de mais velho ainda. Seus lábios eram finos e sua face enrugada, com uma cor roseada. Os seus dentes eram amarelados e tortos, quando não faltavam na dentição. Ele usava uma cartola, que cobria seus poucos cabelos, numa mistura de cinza, preto e branco, e vestia um paletó com uma capa negra por cima. Era no feixe de sua capa que Richard viu a gema, era de uma cor cinzenta.
— Richard Black, Senhor. É um prazer conhecer você também! – Cumprimentou.
— Ora, mas quem não conhece você por aqui? Até mesmo em Epheria seu nome é relembrado, embora ninguém lá saiba onde você se encontra. Deixar o filho de Jon com a avó maga, realmente, foi uma boa escolha da Princesa. – Comentou.
— Eu nunca entendi porque me deixaram com ela, se os scions são scions.
— Exatamente, scions são scions. Conseguimos conhecer tudo sobre um ao outro sem nem mesmo falar ou nos conhecer. Existem scions tão bom em reconhecer os outros pelos seus mínimos detalhes que conseguem conhecer um outro scion com um simples olhar, completamente! – Explicou William. – Os magos são um pouco diferente, não funciona como scions. Conseguem manipular a Égide de uma forma estranha, não são puros nos seus truques e é, exatamente, isso que os fazem serem magos. Seus feitiços são diferentes, são prontos e erros. Naturalmente, apenas nós, scions, devíamos poder modelar a Égide, mas alguns erros encontrados permitem que eles também modelem.
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A Saga Scion - O Diamante Negro
Fantasy"A Verdade vos libertará!" Quando coisas estranhas começam a acontecer na vida de Richard, nada mais faz sentido e tudo se perde em uma tremenda farsa diante de seus olhos. Ele descobre que sempre viveu em uma mentira e está finalmente desperto de u...