Capítulo Quatro

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   CAPS AD... Que interessante. Pensar nele, me faz pensar em bagunça, sujeira política, falta de ética profissional... E prostituição. Sim, o garoto de programa em potencial estava ali.

Meu ex marido já estava em outro relacionamento e batia constantemente na parceira. E um dia ela veio me pedir para que eu desse conselhos a ele. Ele estava bebendo há dias.

Pedi que ele não levasse bebidas para a casa dela, pois eu sempre tive a consciência de que sou alcóolatra. Porém ele levou. E eu tomando das mãos dele, bebi meio litro de cachaça.

A mulher que estava convivendo com ele havia saído, e bêbados, nos abraçamos chorando e trocando beijos como há muito tempo não trocávamos.

Quando eu me separei, há três anos eu não tinha vida sexual com ele. Parecia para mim, que a ausência de contato sexual amenizava a traição.

Ele pedia desculpas pelo que dissera sobre mim, e perguntava o que a vida fizera conosco.

Voltei para casa aos tombos e dizem que o meu amante me levou nos braços.

Lembro-me apenas de ficar nua, vomitando sentada embaixo do chuveiro com a porta do banheiro aberta.

E de depois eu estar fazendo sexo com o amante na sala, com as portas abertas também. Dia desses, eu comentei que nesse período de minha vida, eu era muito pior, no sentido que a sociedade classifica, do que uma prostituta. Valor moral não existia para mim.

E no dia em que fui com o meu ex para começar o tratamento, eu falei sobre esse porre.

Então, um rapaz magro, aparentemente sério, disse que eu deveria fazer tratamento ali também, porque eu também fazia uso de bebidas alcoólicas.

No momento em que a psicóloga foi fazer as triagens com os pacientes, ele me chamou para a sala de Assistência Social. E ali, ele disse que pretendia se encontrar comigo fora do expediente de trabalho.

Meu Deus, eu estava machucada, a autoestima não existia e aquele homem me dedicava atenção naquele momento. Isso me despertou sentimentos. Ele me pediu o número do celular, dizendo que eu ligaria antes, o que na verdade, eu não fiz.

Então na sexta feira ele ligou pedindo que eu fosse ao CAPS AD. Eu não lembrava que sexta feira a tarde não tinha expediente. Mas quando eu cheguei e ele estava sozinho e me chamou para a sala da coordenação, eu fui sem hesitar.

E lá, no chão, fizemos sexo. Algum tempo depois, no Conselho Municipal de Saúde, disseram que eu contava quais eram as posições, o que eu não fiz. Nunca revelei tais detalhes.

Digamos porém,que excluindo sexo anal, que eu não gostava,o restante era permitido.

Na próxima sexta, o encontro se repetiu. Eu estava feliz! Como eu ficava feliz com pouco... Ele dissera que era casado, mas estava separado. Acontece que cheguei para uma consulta e ele estava andando de mãos dadas com uma linda mulher grávida. Era a esposa, que esperava o segundo filho do casal. A separação era apenas uma mentira, em meio a tantas, de todas as partes.

Eu era assistida pela terapeuta ocupacional, a psicóloga e o psiquiatra. E nos atendimentos, eu falava sobre o ex marido, o amante e um terceiro homem. E elas queriam saber quem era.

A situação se agravava, porque ele estava se afastando de mim. Eu tinha ataques de histeria e caia no chão, chorando e rindo, rodeada de pessoas.

Ele, então, marcou encontro numa pousada, eu pagando o quarto. E lá me disse que a partir dali, se eu quisesse estar com ele, teria que pagar vinte reais. A prostituição era um excelente negócio e ele iria começar a se prostituir


ROAD WOMAN A Vida de Uma ProstitutaOnde histórias criam vida. Descubra agora