Chapter XXXII

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Meu estado ao sair do quarto chamou a atenção de Shannon e Tomo, algumas lágrimas caíam sem controle por meu rosto, o atordoamento era explícito em minha face. Fui em direção a eles e peguei Vitaly dos braços do tio.

- O que houve? - Shannon perguntou preocupado.

- Nada... preciso ir para casa.

E nisso Vitaly começou a chorar querendo voltar a brincar com Shannon, estava tão sufocada ali que não atendi seu choro, apenas aproveitei que Shannon se colocou de pé, para o abraçar em despedida posteriormente fiz o mesmo com Tomo.

- Alexandra... - Jared sussurou me observando.

Não olhei diretamente em seus olhos apenas entreguei Vitaly para que pudesse se despedir. Peguei o bendito urso e tentei respirar e manter ao menos um pouco de compostura.

- Você não pode ir assim. - Jared disse me impedindo de pegar Vitaly novamente.

- Jared, devolva o meu filho. - falei de forma que não houvesse mais protestos.

Ele olhou para Vitaly e respirou fundo. Com os olhos lacrimejando deixou um beijo duradouro na bochecha do meu bebê e depois o estendeu para mim.

Abracei Vitaly com um braço e o urso com o outro, Tomo se adiantou ao abrir a porta para mim. Andei rápido pelo corredor até encontrar o elevador, aproveitei que estava vazio e deixei o urso no chão para consertar a postura de Vitaly. Ele ainda estava com os olhos vermelhos por causa do choro.

- Me desculpa. - sussurrei com os lábios colados em sua bochecha. - Quando você for grande vai entender... mas eu quero que você demore muito para crescer.

Me ludibriar naquele momento era fácil, nem mesmo eu me compreendia, quem dirá Vitaly quando tiver idade o suficiente. É complicado demais entender os sentimentos que existem dentro de mim relacionados a Jared depois de tudo o que nos envolveu, e muito mais complicado é negar esses sentimentos por orgulho ou... honra. Que tipo de mulher eu seria se me permitisse ser sua denovo?

Não foi suficiente toda a noite, quando sai do elevador esbarrei com a cara pálida da Emma, não parei para pedir desculpas ou qualquer outra merda. Me encaminhei rápido para fora do hotel e também atravessei a rua em uma velocidade não habitual e quase esqueci de certificar se o caminho estava livre.

Coloquei Vitaly na cadeirinha e depois fui até a outra porta. Tive que dar socos no urso para que ele coubesse no meu carro.

(...)

Larguei o urso no chão e caminhei para o quarto. As lágrimas que desciam incessantemente dos meus olhos estavam causando uma erosão interna. Meu corpo estava exausto, minha consciência tão crítica não se cansava de insultar meu inconsciente.

Deitei Vitaly em um lado da cama e depois ocupei o outro. Meu anjo dormia profundamente, teve uma noite gostosa e eu estraguei o final.

Fiquei um longo tempo observando ele, vendo tudo o que envolve sua jovem vida, tudo o que significa para mim, um amor que não tem explicação e algo que abençoa meu coração todas as noites por poder beijá-lo. Vitaly deve ser a dádiva que ganhei para suprir a defasagem de uma vida sem amor recebido pelo companheiro.

Meu celular vibrou na bolsa chamando minha atenção para outra coisa senão meu filho, porém não fui ver do que se tratava, me levantei e entrei no banheiro. Coloquei a banheira para encher e me despi enquanto isso.

Deixei a porta escancarada para caso eu escutasse qualquer coisa do meu serzinho. Entrei na água quente e fechei meus olhos colocando minha nuca na borda. Mais lágrimas apareceram para me lembrar de que eu havia reconhecido nunca ter sido amada e eu não poderia dar uma outra abertura a Jared.

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