Chapter XXXVIII

586 41 28
                                    

- Tudo bem, Ale? - Pedro perguntou enquanto esticava seus músculos expostos.

Me virei para ele e assenti.

- Vou ligar para a Tah. Já volto. - avisei.

Levantei da cama e fui para o corredor ainda com a mensagem aberta. Suspirei por repentinamente estar desestabilizado pelas palavras do Jared. Por quê? Mesmo depois de tudo o que o ele fez, ainda consegue me fazer sentir injusta e errada. Estava por um triz para me causar arrependimento por ter transado com o Pedro.

No corredor, encostei minha cabeça na parede e respirei fundo para não cair na cilada de arrependimentos. Após alguns segundos de silêncio e respiração alterada, liguei para Tais. Ela disse que estava tentando um programa de casal, apesar que Vitaly estava lá, mas ele já estava no quarto dormindo. Ela e Elisa estavam assistindo filmes deitadas coladas.

- E você e o Pedro? - indagou depois de meu riso sem graça.

- Vamos dormir daqui a pouco. - respondi no instante em que encarava minhas pernas nuas, ainda estava apenas de calcinha e sutiã.

- Não perguntei isso.

- O que acha que fizemos?

- Sem sombra de dúvidas jogaram xadrez, você adora. - foi irônica mas com um riso em seu tom.

- Essa partida não foi muito boa. - suspirei. - Tah, não quero continuar atrapalhando seu programa. Mais tarde nos falamos.

Nos despedimos e eu retornei ao quarto. Pedro tinha vestido uma cueca e pelo que parecia a vontade de dormir tinha esvaído.

- Tudo bem? - perguntou me observando.

- Uhum.

Me sentei na cama e fiquei olhando para a parede até voltar a sentir os beijos e carinhos de Pedro por minha nuca.

- Você não estava com sono? - perguntei parando suas carícias.

- Ah, acho que passou. - sorriu lindamente.

- É quase uma hora, Pe. Vamos dormir. Tenho que acordar cedo, estou com saudades do Vit.

Ele concordou e nos ajeitamos na cama. Foi no calor de seus braços que não consegui dormir, rapidamente Pedro adormeceu e eu fiquei um tempo pensativa, e tudo o que tinha em minha cabeça me conduzia ao Jared. Era esquisito como não conseguia simplesmente ignorar sua "presença" dentro de mim. E decerto, tendo ele como pai do meu filho, não poderíamos quebrar o vínculo jamais.

(...)

Despertei naturalmente, sem a ajuda de nenhum despertador, mas pelo que parecia já era tarde. Encontrei Pedro com os olhos abertos e direcionados ao celular.

- Faz tempo que está acordado? - perguntei de forma preguiçosa.

- Não... faz uns cinco minutos. - Se aproximou e me deu um selinho estalado. - Isso se parece com quando éramos noivos. - comentou aparentemente feliz.

- Não, não parece. - fiz careta. - Eu tinha que acordar cedo para trabalhar nos fins de semana e você durante toda a semana.

Sorri por ter toda a razão e ele assentiu convencido me observando espreguiçar manhosa. Após o meu gemidinho de preguiça Pedro me envolveu em seus braços.

- Seria ótimo um boquete matinal. - sussurrou em meu ouvido.

Fiquei séria e olhei em seus olhos.

- Seria ótimo você ter um pouco de senso.

- O que foi? - perguntou com dúvida explícita no semblante.

Up In The Air 》AgainOnde histórias criam vida. Descubra agora