Up In The Air 》Again

Chapter XXXVI

JARED

Ver como Alexandra passou a me ignorar estava me destruindo de dentro para fora. Não era diretamente minha intenção magoá-la mais uma droga de vez, mas com ela eu não consigo ser "frio", e quando uso a razão é de forma equivocada. É tudo no calor do momento, por isso quando vejo já fiz ou falei. E agora, há duas semanas sem falar com ela e sem poder ver meu filho, tudo parece apontar o dedo para mim e julgar impiedosamente.

Outro ponto, ter conhecimento de que ela e Shannon estavam se relacionando me atingiu de uma forma que eu não podia nunca imaginar, apesar de minhas ações, consigo enxergar que não estavam errados. Alexandra estava fragilizada, eu tinha acabado de cometer mais uma estupidez o que foi o catalisador para se deixar entregar ao Shannon que, sabe muito melhor que eu consolar alguém, não digo de forma sexual, mas tenho certeza que seus abraços e suas palavras foram boas o suficiente para deixar Alexandra melhor e assim a conduzindo para outra coisa.

Todavia, pensar em Shannon com ela não me "provocou" como ver através da tela do computador seu ex noivo. Shannon eu sabia que se eu pedisse com sinceridade para ele se afastar pois meus sentimentos existiam de verdade, decerto ele o faria, portanto Pedro é uma ameaça maior.

Além de não poder ver Vitaly, me dá náuseas pensar que no momento em que deito minha cabeça, Pedro pode estar com Alexandra, pode estar reconquistando ela e isso me atormenta, pois se antes ela não estava em um relacionamento suficientemente bom que a fez se entregar à mim, por que agora iria lhe oferecer outra chance?

E Vitaly, droga, ele é só um bebê que facilmente pode se apegar e fazer de Pedro um exemplo, assim como foi com Shannon.

- Jared. - a voz cansada de minha mãe me chamou acendendo o abajur da sala onde eu me encontrava. - Ela te respondeu? - perguntou se aproximando.

Neguei com a cabeça e tentei na escuridão esconder meus olhos submersos. Senti sua mão segurar meu ombro impulsionando lágrimas a caírem.

Assim que pisei os pés em Los Angeles, fui até a casa de minha mãe. Deixei de responder as indagações da mídia para primeiramente falar com ela. Seu olhar atencioso, pronto para me ouvir, se partiu em lágrimas quando contei a verdade nua e crua. Não acreditava que eu tinha chegado a tal ponto e vendo ela tão abatida me fez refletir mais sobre minha estupidez que somente preservou minha fama com a mídia, mas feriu a todos em minha volta.

Ela se recusou a falar comigo o restante do dia, não podia acreditar em mim, e o que fez foi utilizar cada minuto sem minha presença para conversar com Shannon, com quem ela conseguiu ótimas histórias e fotografias de Vitaly, e também, conheceu um pouco da mãe de seu único neto, que mesmo sem conhecer se imaginou no lugar dela e em nenhum momento julgou.

- Você sabe que ela está certa em não querer falar com você. - disse desfazendo as lágrimas de minha bochecha com o dorso da mão. - Nem mesmo sei se é perdoável o que você fez. - disse com sua serenidade característica.

- Então... eu a perdi para sempre?

- Não sei. Acho que no amor jamais deixará de existir chances, mas, não sei se ela o ama. Apenas sei e estou convicta de que você precisa tentar, não somente por sua paixão, mas o principal, meu pequeno neto. - sorriu e segurou minha mão. - Ele você não pode perder.

(...)

Bati na porta do quarto de Shannon mas não obtive resposta, e mesmo assim abri a passagem. Entrei e encontrei sua cama vazia, mas desordenada, pois decerto ele tinha acordado a pouco.

- Shannon?

Novamente sem resposta fui até o banheiro mas ele não se encontrava lá e muito menos no closet, então desisti e resolvi procurá-lo depois. Porém ao abrir a porta para a saída, me deparei com Shannon prestes a segurar a maçaneta enquanto comia uma maçã.