Baía da Espuma

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Jogada em minha cama, na cabine do primeiro, encaro o teto em busca de paz. Thiago me encara, com os braços apoiados nas pernas, sentado em uma cadeira a minha direita. A parte mais complicada de toda a missão vem agora, a Baía da Espuma, sereias. Fico com um frio na espinha só de pensar, com meu pai já em idade avançada duvido que ele queira se arriscar. - No que tanto pensa? - Pergunta Thiago interrompendo o silêncio e me causando um sobressalto.

- Que meu pai esta ficando velho - resmungo jogando um travesseiro em meu rosto. - Logo ele ficará no lugar de meu avô, como guardião do código.

- Duvido muito que tio Jack queira sair do comando de seu navio para ficar enfurnado em uma fortaleza - retruca Thiago suspirando pesadamente. - Não faz o estilo dele.

- Sei que não - suspiro de frustração. - Meu pai tinha a minha idade quando assumiu o lugar do vovô como capitão, e é dever dos Sparrows protegerem o código.

- Não acredita que seu avô aguente por muito mais tempo?

- Ele ainda tem muito o que viver - deito de lado para encara-lo. - Mas sei que o desejo de meu avô é que meu pai me passe o comando do Pérola, e ele quer isso o mais rápido possível - reviro os olhos.

- E não é isso que você quer? - Thiago coça a nuca, confuso.

- É tudo o que eu mais quero - digo sonhadora. - Não quero que meu pai se arrisque mais, ele é o Capitão Jack Sparrow, mas já deu a hora.

- Quantos anos ele tem? - Pergunta franzindo o cenho. - Quero dizer, se é que alguém sabe.

- Já perguntei a ele algumas vezes, e a resposta é sempre a mesma: qual é a relevância disso Joanna? - Digo brincando com meus fios escuros. - Mas por minhas contas, acredito que ele está na média dos 60.

- Deuses - Thiago se engasga em com própria respiração. - Se ele tem 60, nem quero saber a idade de Barbossa.

- Barbossa - sorrio. - Aquele idiota só está velejando ainda, justamente, por ser um idiota.

- Com 60 já quero estar longe de navios e saqueamentos - resmunga ele olhando o teto. - Só aproveitando meu tesouro.

- Já eu, deixo na mão do destino - dou de ombros.

- Joanna? - Meu pai invade meus aposentos e Thiago se põe de pé em um pulo. - Posso falar com você filha?

- Com licença - Thiago sai rapidamente, me lançando um olhar indecifrável antes de fechar a porta.

- A que devo a honra de sua visita, meu pai? - Sento na beirada da cama.

- Quero lhe relatar algo - ele se joga a meu lado. - Algo que não me agrada nem um pouco - encaro-o curiosa, mas procuro esconder ao máximo tal sentimento, pois já sei de que se trata. - Estive conversando com seu avô e ele quer que eu assuma minha posição como guardião do código - escuto atentamente, mesmo já tendo conhecimento sobre os fatos relatados, já que ouvi, sem querer, um pedaço da conversa entre eles. - E nesse caso, teria que passar o Pérola para você - ele bebe um grande gole da garrafa de rum que dança em sua mão. - Acontece que eu não quero isso.

- Como é? - As palavras pulam de minha boca. - Não sou boa o bastante para merecer o Pérola?

- Não é isso - diz levantando um dedo. - Bom, talvez seja - cruzo os braços e encaro o mar através da vigia. - Tem uma condição para receber o Pérola.

- E qual seria? - Me recuso a olhar em seus olhos.

- Prove o seu valor conseguindo uma lágrima de sereia - ele puxa meu rosto, para que eu olhe em seus olhos. - Acredito que essa seja uma tarefa difícil, já que o próprio Barba Negra teve grande dificuldade.

A Filha de Jack Sparrow [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora