Plano

1.1K 113 21
                                    

A viagem de regresso a Baía Naufrágio ocorreu com grande tranquilidade, para muitos foi um bom tempo para recuperar o corpo cansado, mas para mim não, sentia que havia algo errado, ainda achava que Pintel deveria ter nos acompanhado, mas ele insistiu em ter assuntos a tratar em Tortuga. Sentada no alto do mastro central, me coloquei a observar meu pai parado ao lado da roda do leme. Sua bussola dançando por seus dedos quando, de tempos em tempos, ele a olhava para se certificar da direção correta. Sua garrafa de rum já passava da metade, era a segunda daquela tarde. Ele sorria ouvindo o Mestre Gibbs lhe contar algumas piadas sem graça alguma.

- Claro a virar - ordena ele quando estamos próximos da Baía. - Bombordo.

Viro rapidamente para frente e minha visão se ilumina com a grandiosidade da construção que Gustavo realizou em tão pouco tempo. É tão alta que, pelos meus cálculos, deve ser cinco vezes maior e mais larga que o Pérola Negra. Vejo o navio de Barbossa aparecer em um canto das rochas, franzo o cenho e olho para meu pai, ele devolve o olhar preocupado e sussurra algo para Gibbs, que imediatamente corre para dar instruções aos demais marujos.

Ouço um forte som de madeira sendo triturada e sinto o navio estremecer, fecho os olhos para que as lascas de madeira não machuquem meus olhos e sou arremessada para trás.

- Homens aos remos - a voz de meu pai chega como um suspiro a meus ouvidos. Abro os olhos com extrema dificuldade sentindo tudo girar e encontro os olhos azuis de Thiago e me encarar.

- Você está bem? - Ele pergunta com o maxilar travado. Olho em volta e percebo que fui jogada de cima do mastro central, me encontro caída no convés e minha cabeça lateja terrivelmente. - Venha, anda.

- O que aconteceu? - Pergunto levando a mão a testa enquanto levanto.

- Parece que Barbossa quer a caixa de Midas para ele - responde apontando o Vingança da Rainha Ana, que está em posição de ataque. Olho para o centro do convés e vejo o mastro central bambear com o vento.

- O mastro vai cair - aviso um pouco mais apavorada do que gostaria.

- Acho que é esse o plano de Barbossa - responde Thiago me entregando uma pistola. - Ele quer levar o Pérola para o fundo.

- O único que irá para o fundo - digo checando a pólvora, - será ele mesmo.

- O que vai fazer?

- Acabar com um pirata - respondo correndo para junto de meu pai. - Essa é sua última voz de comando, o que quer fazer? - Pergunto a ele com pressa na voz.

- Tenho um plano.

- Você sempre tem - digo recebendo um sorriso de canto.

                                                                                 [

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

                                                                                 [...]

Os navios param lado a lado, Barbossa sorri glorioso ao lado de minha mãe, que mantém uma expressão de arrependimento. Encaro ambos com cara de poucos amigos e observo alguém parar ao lado deles, alguém esse que seria o último que eu esperaria ver traindo a todos os lordes piratas.

- Gustavo - minha voz sai como o sussurro de um rato assustado. Meus olhos marejam, mas não permito que a emoção me domine. Encaro Thiago de soslaio, o mesmo tem ódio transbordando pelos olhos. Viro a cabeça na direção em que ele olha e vejo a Rainha Elizabeth amarrada ao lado de Sila e de Ragetti. - Desgraçados - sussurro.

- Faça tudo como o planejado - diz meu pai percebendo minha ira. Concordo com a cabeça e me afasto alguns passos enquanto o navio inimigo está ocupado com o falatório de meu pai.

Chego na beirada da popa e sinto Thiago agarrar minha mão. - Vou com você - ele diz, já estando ciente do plano. - É suicídio ir sozinha.

- Vão precisar de você aqui - rosno entre dentes. - Me de cobertura - minha voz sai firme, não o dando espaço para contradizer. Sigo-o com o olhar enquanto ele se posiciona a minha frente.

Com um rápido movimento me seguro a uma corda posta na popa do navio e começo uma longa descida, tomando cuidado para não ser vista pelo navio inimigo. A água enxarca meus pés e, alguns segundos depois, meu pai aproxima mais o Pérola do Vingança. Ouço meu pai soltar uma gargalhada alta e ser acompanhado pelos marujos, é nesse momento que pulo na água e nado até a popa do Vingança.

Me certifico de que não fui vista e nado até a lateral do navio, avisto a escada de cordas e subo vagarosamente, a roupa molhada dificulta bastante nessa tarefa. Espreito pela beirada do navio e percebo que todos os marujos estão ocupados com a conversa entre os dois capitães. Olho para os três prisioneiros e Sila percebe minha presença, pois arregala os olhos e encara o topo da escada.

Viro o rosto bem a tempo de ver um pirata descer em minha direção, me abaixo imediatamente e o mesmo passa sem me ver. Volto a espiar, nesse momento Elizabeth já sabe que estou ali, ela aponta disfarçadamente para Barbossa e depois toca na bainha de sua espada, que esta vazia. Na hora percebo, para derrotar Barbossa, preciso tirar sua fonte de poder, a espada que controla o Vingança.  






Piratinhas do meu core, desculpem a demora, combinei que seria terça e quinta o lançamento de capítulos, mas acabei me enrolando, então não vou mais marcar dias, assim será melhor.

O que acharam do capítulo?

Estou louca por um pouco de emoção, háháhá......

Gustavo traindo a confiança da Jojo, acham que ele tem uma boa explicação?

Vou ficando por aqui

Beijos de rum

NatáliaB.

A Filha de Jack Sparrow [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora