- Tem um garoto no seu quarto...
- Shiu! Pai!
Eu saltei da cama e empurrei Sirius para fora, fechando a porta atrás de mim. Meu pai me olhava com curiosidade com o dedo ainda apontado para a porta a nossa frente.
- Tem um garoto no seu quarto! – Ele repetiu no mesmo tom de voz alto, como se eu não tivesse percebido.
- Eu sei pai, e ele está dormindo e você está fazendo um escândalo. – Eu tentava sussurrar e parecer falar alto ao mesmo tempo.
- Porque tem um garoto dormindo no seu quarto?! NÃO! – Sirius colocou as mãos nos ouvidos e fechou os olhos – Não, por favor, eu sei que você é adulto e faz aquelas coisas, mas não eu não quero saber...
- Pai! Para! Eu não estava transando, se era essa a palavra que você queria usar. – Interrompi Sirius, revirando os olhos quando ele suspirou aliviado.
- Não estava? Porque tudo bem se você estivesse, sabe. Eu sou um pai legal, eu não tenho ciúmes, mesmo você sendo meu único filho e... filhos, crescem... E, quem é o garoto?
Eu revirei os olhos com tanta força dessa vez que eu quase vi meu cérebro, mas fiz um esforço para manter a paciência com meu pai.
- Draco. – Respondi simplesmente.
- Oh... – Sirius pareceu um pouco confuso.
- Ele se machucou no meu treino de futebol hoje, por minha culpa, eu acertei uma bola nele. Então, eu o trouxe aqui em casa para fazer um curativo e dei um dos remédios de enxaqueca do papai, por isso que ele tá meio apagado. – Disse de uma vez.
Eu menti, Draco não iria querer que eu contasse sobre a confusão, ele nem queria ter vindo para cá em primeiro lugar. Sirius por sua vez, parecia horrorizado com a minha história.
- Você deu uma bolada nele e deu um dos remédios do seu pai? Harry, era para você ter ajudado ele! – Antes que eu impedisse, Sirius havia invadido o quarto para observar Draco que dormia um sono ferrado no meu travesseiro.
Eu sabia que o remédio era forte, mas veja bem, pela minha lógica o tamanho da pancada que ele havia levado seria equivalente ao tamanho da dor de cabeça que Remus sempre sente quando toma o comprimido. Meu estômago deu uma leve enjoada ao perceber que nada disso fazia sentido, eu esperava não ter matado Draco.
- Ele parece bem... – Sussurrei quando meu pai afastou a franja de Draco.
- Para alguém em praticamente em estado de coma, eu espero que ele esteja. – Sirius respondeu me encarando ainda indignado.
- Eu estava tentando ajudar. – Choraminguei e Sirius riu baixo de mim. Draco se mexeu levemente em seu sono.
- Certo, eu espero que ele não tenha nenhuma reação. Eu realmente não quero encarar ter que sumir com um corpo hoje... – Sirius jogou os cabelos de maneira dramática enquanto saía do meu quarto sem me dizer mais nada, mas eu sabia que as perguntas viriam mais tarde. Sirius apenas finge que não está desconfiado de algo.
Eu me aproximei de Draco, ele já estava dormindo há um bom tempo, eu deveria acorda-lo e levá-lo para casa, mas tinha algo que não me deixava fazer isso. Eu estava com medo, para ser honesto, de deixar ele ir e Theo aparecer novamente e atacar o outro lado da sua testa, ou pior. Pelo menos, ali na minha cama, Draco estava a salvo, quentinho debaixo da minha coberta xadrez, dopado com remédio pra enxaqueca. Eu não queria acorda-lo.
Ele se mexeu novamente, com mais força dessa vez, respirou fundo e seus olhos flutuaram se abrindo para mim, ao perceber que era eu e onde estava, ele se levantou em um pulo, os dedos correndo pelos cabelos lisos.
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to save and to hold » AU drarry
Fanfiction### FINALIZADA ## Draco tem seus traumas, inseguranças e uma paixão por Harry Potter que era platônica até agora. Harry é curioso em relação a Draco e quer salvá-lo de tudo e qualquer coisa que o impulsione para baixo.