Anne
A conversa com Christopher estava a ser entediante! Ele só falava do baile, de negócios, até me enumerou as propriedades da sua família. Christopher devia ser a pessoa mais convencida e mesquinha que eu conhecia!
Durante esta nossa conversa, eu limitava-me a responder: "Ai sim?", "A sério?", "Que interessante!". Ia alternando entre estas três expressões para que ele achasse que eu estava a prestar-lhe atenção. Até o cemitério parecia mais interessante do que o estranho que estava de braço dado comigo.
O cemitério era uma combinação de árvores despidas, lápides e nuvens escuras que indicavam chuva. Tudo combinado dava origem a uma paisagem aterrorizante e fantasmagórica.
Christopher ainda me estava a falar dos negócios do pai, quando uma voz desconhecida me chamou.
- Prima Anne!
Virei-me para ver quem me chamava assim como Christopher. O homem que vislumbrava podia ser o cúmulo da perfeição. Cabelo negro, olhos profundos, porte altivo, entroncado, bem parecido. No entanto, ele podia ser perfeito se eu não o conhecesse. Eu não reconhecera a voz, mas a cara eu nunca esqueceria. Ele era o homem bonito do meu sonho, aquele que matava Martin e me mordia a mim.
Foi naquele instante que tudo começou a encaixar no seu lugar. No meu sonho, este homem mordia-me e eu não percebia porquê até hoje. Ele era um vampiro tal como Martin, por isso é que ele me mordia!
- Como vai, prima? - Perguntou o homem.
Olhei desconfiada para ele. Martin dissera a todos que eu era sua prima. Eu era prima de Martin, não deste homem. A não ser que...
- Não se lembra de mim, prima? - Ele interrompeu o meu raciocínio.
- Devo dizer que não. - Admiti.
O homem olhou para Christopher.
- Você também não se lembra de mim, pois não Christopher? - Inquiriu o homem.
- Peço desculpa, senhor. Mas de facto não me lembro de si. - Respondeu Christopher.
A mão dele no meu braço tremia e eu não o podia julgar por isso. Este homem era belo, mas a sua beleza parecia venenosa e assustadora. Dava vontade de sair dali a correr.
- Não faz mal! - Exclamou ele. - Vocês eram ambos muito pequenos quando eu me fui embora.
- Quem é você então? - Perguntei.Ele olhou para mim e aquele olhar deu-me um arrepio pela espinha acima. Só me apetecia gritar por Martin.
- Minha querida Anne, não é óbvio? Eu sou Jeremy Plover, irmão do Conde Martin e seu primo.
Jeremy aproximou-se de mim e deu-me um beijo na mão por cima das luvas que eu usava. Mas apesar das luvas, eu senti o frio que dele vinha. Ele era um vampiro. Se eu ainda tinha dúvidas, agora tinha ficado provado. Mas se ele era mesmo um vampiro, o sol não o incomodava pois ele não usava nenhum manto para se cobrir.
Eu não sabia que Martin tinha família, muito menos um irmão.
- Sr. Jeremy? - Perguntou Christopher espantado. - Já ouvi falar de si. Há muito tempo que não vem a Inglaterra, pois não?
- Infelizmente não. - Disse ele. - Mas será que eu posso falar com a minha prima a sós?
- Mas é claro. - Respondeu Christopher.
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A Rainha do Drácula (Imortais #1)
FantasíaNo nosso mundo existe luz e escuridão. E entre a luz e a escuridão existe uma linha muito tênue. Qualquer erro pode mudar a tua vida para sempre... Anne era apenas uma garota desesperada que queria salvar a sua mãe quando tentou pedir ajuda ao própr...