Prólogo

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Martin

1490, Inglaterra

Estava uma noite fria, comum de Inglaterra. Todos os dias eu fazia aquele percurso para ir para casa. Era um percurso sombrio e sem qualquer agitação. Era um caminho solitário que atravessava toda a floresta até à minha mansão.

Rico como eu era podia fazer aquela estrada de carroça, mas eu gostava de passear por ali à noite.

Levantou-se um vento gelado e eu aconcheguei mais o casaco para o pescoço e enfiei as mãos nos bolsos.

Ia talvez a meio caminho, quando ouvi um gemido. Parei de andar e escutei. Voltei a ouvir o gemido.

Vinha do lado esquerdo do caminho e do interior da floresta. Eu sabia que devia continuar a andar, mas e se fosse alguém a precisar de ajuda?

Engoli em seco e saí do caminho em direção ao interior da floresta. Segui os gemidos que ficavam cada vez mais altos.

Quando ia a andar pisei um ramo e ele partiu-se. Assustei-me e desequilibrei-me. Consegui agarrar-me a uma das árvores ali perto para não cair. Encostei-me à árvore e suspirei ponderando a ideia de voltar para trás.

- Está aqui alguém? - Acabei por chamar. Talvez a pessoa já não estivesse muito longe e me ouvisse.

Escutei, mas não ouvi qualquer som. Nem gemidos nem resposta à minha pergunta. Estava escuro e eu não conseguia ver muito bem, mas não me pareceu que estivesse ali alguém, por isso virei-me e comecei a andar para trás de volta ao caminho.

O vento estava mais forte e frio. Uma coisa gelada caiu-me na cara e eu pensei: Chuva! Era só o que me faltava!

Levei a mão à cara para a limpar, mas quando olhei para o meu dedo vi que ele estava sujo. Não era água que me estava a cair em cima, era sangue!

Olhei para cima e foi então que eu a vi. Pendurada na árvore acima de mim com a garganta cortada estava uma mulher. Tinha a cara desfigurada, mas dava para ver que era uma mulher pelo vestido que usava.

Entrei em pânico e o meu instinto foi correr dali para fora. Estava quase a chegar ao caminho de volta quando algo me puxou para trás com tanta força que me faz bater de encontro a uma árvore. Abri os olhos e vi tudo a andar à roda. Tentei levantar-me, mas alguém me voltou a empurrar para baixo.

- Que bela noite, não achas? - Perguntou o homem que estava à minha frente. Era um homem alto e vestia um casaco preto que o tapava da cabeça aos pés.

- Eu acho que está uma bela noite. - Continuou o homem. Ele olhou para mim e sorriu. Foi então que eu vi os seus dentes pontiagudos.

Tentei levantar-me e fugir mas ele já estava em cima de mim. Senti uma dor lancinante quando ele me mordeu. As suas presas a mergulharem na carne do meu pescoço. Gritei de dor e tentei libertar-me dele mas era tarde demais.

Eu estava perdido.

A Rainha do Drácula (Imortais #1)Onde histórias criam vida. Descubra agora