Capítulo 24 - Dead

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Anne

Corri pelo corredor fora. Passei pela porta do meu quarto, pela porta do quarto de Martin e por fim alcancei a do quarto de hóspedes onde Jacob estaria.

Eu conseguia ouvir o barulho da batalha mais perto do que eu esperava. Será que a casa já tinha sido invadida? Estaria Martin vivo? O meu coração batia a mil, era como se ele se tivesse deslocado e estivesse na minha garganta. Conseguia senti-lo a querer sair-me pela boca.

Eu estava a tentar concentrar-me no importante e deixar de lado as preocupações, mas eu não era esta Anne forte e determinada. Eu estava nervosa e cagada de medo. Não havia outras palavras para descrever o meu estado.

Entrei rapidamente no quarto de Jacob e fechei a porta imediatamente atrás de mim. Encostei-me a ela e respirei fundo. Eu estava lixada.

O quarto estava escuro e silencioso. Parecia estar vazio.

- Jacob? - Chamei.

- Jacob? Estás aqui?

- Por favor aparece!

- Temos de ir!

- É a Anne. Aparece se estás aqui.

Ouve movimentação na escuridão e uma farta cabeleira ruiva apareceu de debaixo da cama.

- Jacob! - Exclamei quando o vim. - Anda. Temos de ir.

- Estou com medo! - Disse ele. - O que se está a passar? Porque é que está tanto barulho lá fora?

Aproximei-me dele e abracei-o.

- A mansão está a ser atacada por vampiros. - Expliquei. - Eu sei que tens medo. Eu também tenho, mas temos de sair daqui. Temos de chegar até ao esconderijo que há na cave.

- Não consigo! - Choramingou. - Eu tenho medo.

- Eu sei, fofo. Eu sei. Mas tem de ser. Tens de ser corajoso. Lá em baixo estaremos a salvo.

Eu tinha de o conseguir convencer. Nós tínhamos de chegar até àquele esconderijo ou estaríamos perdidos.

- Eu... - Jacob ia começar a falar, mas o som de passos fê-lo calar-se.

Alguém estava no corredor.

Fiz sinal com as mãos a Jacob para que se voltasse a esconder debaixo da cama. Ele fez o que eu mandei.

Agarrei no arco com força e tirei uma flecha da aljava preparando o arco para disparar se fosse necessário. Coloquei-me na direção da porta e preparei-me puxando a corda do arco. Eu estava preparada.

Conseguia ouvir os passos a aproximarem-se cada vez mais. Respirei fundo para manter a calma. O som dos passos ficou mais alto e parou de repente. Eu conseguia ver a sombra de alguém através da fresta de baixo da porta. A pessoa estava parada em frente a ela e sem que eu estivesse à espera, a porta foi aberta com um pontapé tão forte que fez as dobradiças partirem-se. Assustei-me e retraí-me.

Um vampiro magro e pálido entrou pelo quarto adentro. Tinha os olhos vermelhos e as presas de fora.

Ia disparar a flecha, mas ele lançou-se a mim primeiro fazendo-me largar o arco. Caímos os dois no chão. Ele estava a tentar manter-me quieta enquanto tentava chegar com as presas até ao meu pescoço.

- Uma humana... - Ele gemia enquanto lutava comigo para chegar até ao meu pescoço.

Eu debatia-me o mais que conseguia. Dava pontapés no ar para lhe tentar acertar e tentava afastá-lo de mim com as mãos. Foi então que olhei para o lado e vi a flecha caída no chão a poucos centímetros de mim.

A Rainha do Drácula (Imortais #1)Onde histórias criam vida. Descubra agora