PRÓXIMO CAPÍTULO? PREPARE-SE

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Bati de leve duas vezes na porta de vidro fosco. Dava para ver apenas sua silhueta lá dentro.

- Entre – pediu.

- Olá de novo, Henrique – me esforcei para soar natural ao abrir a porta.

- Vejo que já fez amigos aqui – afirmou cruzando os braços.

Ele estava irritado?

- O Anderson? Ele é ótimo – dei de ombros.

- Estou pensando em rever meu quadro de funcionários. Não é ético da parte dele fazer o que fez.

Não acreditei no que ouvi. Ele não podia estar ameaçando demitir o Anderson por conta de um almoço inocente.

- Você só pode estar brincando – retruquei de pé ainda na porta.

- Pode não ter percebido, mas levo meu trabalho muito a sério.

Aposto que é muito ético ir na casa da autora sem convite se oferecer para viver o livro erótico com ela.

- Percebi sim Henrique, tão a sério que tenta até tornar os livros reais, não é verdade?

Não interessa o desejo que sentia por ele, sua maneira de falar como se tivesse algum poder sobre a situação me deixou furiosa. E foi golpe baixo ameaçar demitir o Anderson.

- A autora me pareceu bastante interessada quando fiz a proposta.

Seu olhar faiscou para mim, os braços cruzados evidenciavam ainda mais os músculos debaixo da sua camisa social. Ele ainda tinha aquela barba mal feita testando toda a minha força de vontade.

Nos encaramos por alguns segundos e a tensão que ele emanava até mim era sufocante. O ar me pareceu denso e a sala diminuiu, mas não o suficiente para nos deixar tão próximos quanto eu precisava.

Eu estava com a respiração arfante e percebi que ele também. Quebrei o contato visual antes que meu corpo derretesse e caminhei até outro lado da sala onde se encontrava o filtro de água na parede. Peguei um copo e o enchi. Bebi a água gelada em longos goles.
A sala estava silenciosa. Estremeci ao sentir o roçar de um dedo quente na fenda da minha saia. O toque jogou uma descarga elétrica pelo meu corpo.

Henrique estava atrás de mim com o braço esticado a frente movendo seu dedo dolorosamente devagar pela minha coxa, silencioso como um predador antes de avançar em sua presa. Lufadas quentes de seu hálito alisavam minha nuca. Eu estava congelada em torpor e desejo. Seu dedo subiu alguns centímetros na fenda da saia, mais alguns movimentos para o lado e ele estaria na minha virilha.

Cambaleei um passo para a frente e Henrique aproveitou o movimento colando seu corpo em minhas costas.

Eu estava a centímetros da parede, percebi o quanto meu corpo estava quente quando toquei no vidro gelado da janela e isso me provocou alívio.

Com a mão esquerda, Henrique tateava os botões da minha blusa roçando ocasionalmente nos meus mamilos, soltei um gemido contra a vontade.
Com a mão direita ele se aproximava da minha calcinha, já havia subido metade da saia e a fenda abria facilmente o caminho.

Sua ereção estava furando minhas costas e eu lutava para encontrar alguma resistência no fundo de minha mente.

Se tornava cada vez mais difícil lembrar, como eu havia planejado de apenas seduzi-lo. Ele mordeu meu pescoço e falou perto do meu ouvido:

- Diga Carmen. Fale que quer meu pau dentro de você.

Após abrir minha blusa ele desceu a mão até a minha bunda e a apertou com força.

Eu queria me virar, rasgar sua roupa e pular nele. Não desejei apenas dizer, gritar seria necessário para exprimir toda a vontade me consumindo.

Me virei de frente para Henrique e gemi ao ver a fome em seu rosto. Deslizei meu dedo por seu pescoço e fui abrindo um a um os botões de sua camisa.
Enterrei o rosto em seu peito e fui traçando o caminho com meu lábio até a sua clavícula. Ele rosnou de prazer e a pulsação em meu ventre nublou meu raciocínio lógico.

Gemi alto quando ele enrolou meu cabelo em seu punho e o puxou para trás.

Céus, eu estou quase gozando e ele ainda nem me beijou.

Sua boca se aproximou da minha e seu olhar sombrio me jogou ondas de satisfação. Abri a boca e ansiei por sentir sua língua dominando minha boca.

Três toques bateram na porta de vidro.

- Desculpe incomodar Sr Henrique. O grupo do selo internacional acaba de chegar.

- Leve-os a sala de conferências – ele respondeu com o rosto ainda tão perto do meu que nossos lábios roçaram quando ele falou.

Fiz menção em me afastar e me recompor para sair, mas Henrique me encostou na parede. Com uma mão ele segurou minha cintura e a outra apoiou na parede perto da minha cabeça.

A aceleração dos meus batimentos diminuiu e achei que voltaria a pensar com clareza, mas seria impossível enquanto seu olhar sombrio não deixasse o meu.

Henrique colou a testa na minha e desceu a mão da parede até o meio das minhas pernas. Ali ele moveu o dedo agilmente, afastou minha calcinha para o lado e o levou até meu clitóris. Seu dedo foi para cima e para baixo algumas vezes antes de me penetrar suavemente, apenas na entrada. Me contorci de prazer.

Ainda com o olhar sombrio colado no meu, ele levou o dedo até a boca e o chupou:

- Puta que pariu, deliciosa.

Henrique se afastou de mim, o que fez  o ar chegar novamente aos meus pulmões e a Terra voltar para baixo de meus pés.

Me ocupei fechando os botões da blusa enquanto ele me olhava de sua mesa, lascivo.

A única coisa que o incriminava de quase transar em sua sala era a camisa amassada e aberta, enquanto eu, com certeza estaria toda desgrenhada e com as bochechas vermelhas.

Minha voz ainda não retornara ao meu corpo, estava presa em algum lugar entre minha garganta e meu ventre.

Me aproximei da porta e parei ao ouvir sua voz atrás de mim. Era rouca e tão sexy que mesmo a distância me fazia congelar, esse era seu poder sobre mim.

- Caso a autora tenha interesse em retomar esse capítulo, deverá me procurar. Já que me acusou de não usar de ética no trabalho.

Que ódio! Eu não soube na hora se socava a sua cara ou rasgava a sua calça. Talvez fazer os dois ao mesmo tempo seria interessante.

- O editor nesse caso, deverá aguardar sentado.

Deixei a sala, feliz por minha voz ter soado firme e sequer olhei para trás, apesar de que, adoraria ter visto mais uma vez o volume em sua calça e sua camisa semiaberta, exibindo um tórax musculoso.
Se era esse o joguinho que Henrique queria, estava prestes a ser torturado pela Desinibida.

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