Capítulo 11

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Pov Camila
Cheguei em casa e meus pais estavam novamente brigando, eu não aguentava mais aquela gritaria, Sofi graças a Deus não estava em casa. Ela é tão pequena para ver aquilo, meus pais tinham coragem de brigar na minha frente mas não dá dela.

Logo subi para a cama e coloquei em meu fone uma música da Rihanna, pensei que ia me animar, mas não, mesmo com o som no máximo eu não conseguia me conter. Eu vi de perto meus pais se separando. Até que a briga parou, eu já sabia porque, Sofia tinha chego.

- Oi pequena - eu falava dando um beijo nela.

- Oie - ela falava retribuindo-me com um abraço.

- Lembra daquele sorvete que você me pediu? Então vamos? - eu falava tirando a mochila dela e levando ela a sorveteria.

Na verdade eu não queria levar ela, porém ela não podia ficar nessa tensão dessa casa, quando estava saindo do portão vi meu ali saindo de carro estressado, achei melhor nem pedir carona, porém achei estranho.
Fui caminhando até sorveteria do bairro, porém ela tava fechada, eu fui em outra mais longe.

No caminho estava literalmente desligada, meu pensamento só era meus pais e o amor que estava acabando. Naquele momento vinha várias perguntas em minha cabeça "como que vai ser a partir de hoje?" "como que a Sofi vai reagir?" e outras milhares de interrogações sem respostas.

- Mila, tava falando com você - Sofia dizia apertando minha mãe - Desculpa pequena, pode falar, juro que estou ouvindo agora - eu falo me abaixando.

Eu literalmente não estava prestando atenção em Sofia.

-Eu estou com um problema - ela fala.

- Fala princesa, estou aqui para te ajudar.

- Eu quero sorvete de flocos, mais não sei se coloco de calda leite condensado ou chocolate. O que você acha mila?

- Não sei amor, que tal dos dois? - eu falava tentando demonstrar que estava feliz.

Quem dera se meus problemas fossem assim.

Chegamos na sorveteria e eu peguei sorvete qualquer, minha irmã pegou de flocos e colocou várias coisas em cima,exclusive as caldas. Enquanto ela conversava comigo ela sorria, o sorriso dela era tão lindo, era tão inconsciente, o mais engraçado é que ela fala que quer ser gente grande, nem sabe ela que é horrível.

Ao caminho de volta da sorveteria foi tudo tranquilo até que, meu deus, não era possível que eu estava vendo aquilo.

- Mila, aquele é o papa? - ela dizia apontado para um cara que estava entrando na casa de uma mulher.

- Não Sofi, vamos, temos que entrar nessa rua.

   Naquele momento meu mundo desabou, sim, era meu pai com a Keana. Eu precisa ser forte, não poderia demostrar aquilo para a minha irmã. Eu imediatamente inventei que deveríamos dobrar a direita.

- Mila porque você tá chorando? - ela dizia me perguntando.

- Nada, entrou um cisco no meu olho, mais já passou - eu falava rindo.

   Se era cisco, claro que não, tenta sorrir mas não conseguia, era como se eu forçasse o meu corpo a fazer uma coisa e ele não respondia.
   O caminho inteiro tinha que mostrar para minha pequena que estava tudo bem.

   Mas quando cheguei em casa, logo subi para o quarto e desabei. Meu pai traindo a minha mãe? Sério, não dava. Meu pai já não era tão presente, por causa do seu trabalho, mas mesmo assim, minha mãe não merecia isso.

Depois de tanto chorar fui para o banheiro tomar um banho quando de repente quando eu ia passar sabão eu vi uma lâmina e não aguentei tive que pegar.

   Vendo aquela lâmina, comecei a chorar, a dor era tão grande que sentia que deveria sentir essa dor externa, talvez passaria. Peguei e fiz meu primeiro corte no pulso, sangrava, ardia, mas era necessário eu sentir aquilo, fiz meu segundo, e o sangue pingava, até que a Sofi bateu na minha porta.

- Mila, vem, quero ver um filme.

   Naquela hora levei um susto, logo escondi as lâminas, lavei os cortes, me sequei e coloquei uma blusa de manga comprida, mal sabia eu que iria ser escrava de coisas que tampasse as minhas feridas e cortes. Logo que me arrumei fui para o quarto de Sofia.

- Mila, você tá com frio? - ela dizia me abraçando.

- To amor, acho que a Mila tá doente - eu falava à abraçando.

- Se quiser eu pego remédio - ela falava se preocupando.

- Não, não precisa não princesa - eu falo sorrindo.

- Olha, tem esses filmes para a gente ver, vai ser qual? - ela dizia me mostrando os filmes.

- Vamos ver esse de cachorro.

   Logo deitamos, Sofi deitou no meu peito e ali ficamos, acabou que eu adormeci ali mesmo.

Fogo Cruzado {Camren}Onde histórias criam vida. Descubra agora