Each Other

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Com um baque, Ada acordou, atordoada.

Procurou pelo quarto o motivo do barulho e revirou os olhos ao notar Leon; jogado no chão e resmungando algo incompreensível.

— Caiu da cama de novo, Bonitão? É a quinta vez essa semana — a Wong comentou, cobrindo o corpo nu com o lençol e rolando pela enorme cama de casal.

Leon bufou, pegando sua peça intima jogada em um canto do quarto e vestindo-a.

— Não tenho culpa se esses pesadelos continuam — esfregou o rosto com as mãos, para logo então encarar a asiática — Tenho medo de que algo aconteça com você... Com vocês.

— Sabe que não preciso de proteção, não é?

De fato o loiro sabia, ela era a mulher mais forte e independente que conhecera. Ada Wong é a última pessoa que precisaria de proteção.

Usando o lençol como um vestido, Ada levantou-se da cama, para logo sentar no chão ao lado de Leon, apoiando a cabeça em seu ombro.

— Meu único ponto fraco é você — ela murmurou e ele se derreteu diante da pequena declaração. Já haviam há tempos desistido dos joguinhos de sentimentos — Então é bom você não se meter em nada. Sabia que cansa ter que salvar sua bunda toda vez?

Ele riu, mas logo seu semblante ficou sério. Encarou a asiática, pousando suas mãos sobre a barriga ainda imperceptivel quase que automaticamente.

— Nos... Nos pesadelos, nós estamos assim, felizes... — Ada sorriu internamente. Ele estava feliz ao seu lado. — E então tudo desmorona e eu não consigo te salvar... Por minha culpa vocês...

— Nada disso vai acontecer — interrompeu, apertando o rosto dele entre as mãos — Eu e Mei estamos bem e seguras, e assim vamos permanecer.

— Mei? — Leon perguntou com dificuldade, devido ao aperto em seu rosto.

A asiática sorriu de canto.

— Sim, ué. Mei Wong, combina.

— Não é justo, eu também fiz essa criança, quero escolher o nome também — protestou.

— Mas eu que vou carregar por nove meses dentro de mim. Se for menino, você escolhe.

O loiro pensou por um segundo, e então decidiu.

— Louis. Louis Kennedy.

— Nada mal, Bonitão — a Wong abaixou o olhar para o próprio ventre, onde a mão de Leon ainda acariciava levemente — Então, se for menina será a Mei, e se for menino, Louis.

Sorriram cúmplices quando um silêncio agradável pairou sobre eles.

E eram naqueles momentos — antes raros, porém agora frequentes devido a atual situação do casal — que percebiam o quanto precisavam um do outro; da companhia, do carinho, do sossêgo. Sem missões ou bioterrorismo, apenas os dois em sua pequena e frágil bolha de felicidade.

Os olhos ambarinos pousaram sobre o relógio na parede que marcava pouco mais de duas horas da manhã. Ainda tinham tempo antes de o sol nascer. Deixou o lençol deslizar lentamente em seu corpo, mordendo levemente o lábio inferior ao notar o olhar faminto de Leon sobre si.

— Vamos voltar pra cama? — sussurou, agora roçando seus lábios levemente nos dele — Está frio aqui... Preciso me esquentar...

O loiro sorriu de canto, entrelaçando-a com seus braços e puxando-a para a cama, onde se afundaram nos lençóis e se perderam no calor um do outro.

Red Line • Aeon One-ShotsOnde histórias criam vida. Descubra agora