Illicit Affairs | Coleção Taylor's Version | Part Of Me Project ʚĭɞ

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And that's the thing about illicit affairs
And clandestine meetings and longing stares
It's born from just one single glance
But it dies and it dies and it dies
A million little times

Tenha certeza que que ninguém a viu sair, cubra a cabeça, mantenha os olhos baixos. É assim em todas as vezes em que vou te ver.

Não foi diferente desta vez. Mas, quando entrei pela sua janela, você estava sentado na cama, curvado contra o próprio corpo e com uma garrafa de bebida quase vazia em mãos. E eu me preocupo, mais do que você pode imaginar, me aproximando e só então notando o rastro de lágrimas em suas bochechas.

Nossas mãos se tocam quando retiro a garrafa de vidro das suas, mas você ainda não levanta os olhos para mim. Sinto que precisava falar algo, mas nunca fui boa com palavras então tudo o que me restou foi tocar em seu cabelo com carinho, em um cafuné que normalmente eu sabia que adorava receber.

Ainda em pé a sua frente, você agarrou minha cintura de súbito em um abraço. Apesar do susto eu retribui o gesto, descendo o carinho para sua nuca e ombros, abraçando-o de volta da melhor maneira que conseguia naquela posição.

Eu te amo — você sussurrou, tão de repente que meu cérebro quase se recusou a entender.

Não, Leon, por favor não diga isso. Porque minhas mãos estão sujas de sangue e eu sou o outro lado da moeda. Porque eu sou sua inimiga. Eu deveria ser. Somos um caso proibido, não deveríamos acontecer.

Fica comigo — mais um sussurro, dessa vez você disse finalmente erguendo a cabeça para olhar em meus olhos, e eu podia jurar que haviam mais lágrimas se formando nos seus — Fica comigo, agora e pra sempre.

Eu nunca te prometi nada, mas eu não preciso. Você sempre soube. É isso o que acontece em casos proibidos; encontros às escuras e olhares roubados, eles surgem de qualquer pequena faísca, mas sempre morrem um milhão de pequenas vezes até acabarem em cinzas, e cada uma delas destrói um pedacinho de você.

— Pensei que já tínhamos passado dessa fase — falei em tom mais sério do que pretendia, meu corpo fazendo menção de se afastar — Se formos ter essa discussão outra vez...

É minha reação automática, a auto defesa que usei por anos a fio; não se entregue, não se aproxime.

Você me segurou mais forte, não me deixando afastar, e eu cedi, a força do gesto nos derrubando sobre a cama comigo ainda em seus braços.

— Eu não quero discutir, Ada — sua voz é abafada porque seu rosto está enterrado contra o meu pescoço.

— Tudo bem — é tudo o que digo.

No fundo, eu quero gritar.

Cada toque, cada beijo, cada jura de amor que se segue depois disso é mais um lembrete de que tudo o que temos é um maldito caso proibido que não pode ultrapassar essas quatro paredes.

Então não me chame de amor, não me chame de sua porque eu não posso ser. Olhe para esse maldito desastre de sentimentos em que você me transformou, porque você sabe muito bem que, apenas por você, eu arruinaria a mim mesma quantas vezes fossem necessárias.

Eu te amo — foi a minha vez de sussurrar, sem saber se você poderia ouvir ou não.

Seu corpo deitava relaxado sobre o meu e agora já passavam das três da manhã. Em pouco tempo eu teria que ir, deixá-lo sozinho ali sobre os lençóis bagunçados, e isso sempre me destruía.

Eu queria ficar. Para sempre e sempre... — minha voz falhou quando você se mexeu levemente, seus lábios tocando minha clavícula em um beijo sonolento.

Me permiti fechar os olhos e relaxar um pouco, aproveitando o calor do seu corpo contra o meu, antes que tivéssemos que deixar tudo isso para trás e aguardar até a nossa próxima noite roubada.

Porque é isso o que acontece em casos proibidos.

Red Line • Aeon One-ShotsOnde histórias criam vida. Descubra agora