Capítulo 20

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'Ao abrir o livro um envelope estranho cai do meio das páginas.'

Ele tem um tom acinzentado e não está assinada.

Será que é para mim? É um pouco estranho estar exatamente no livro que eu estou a ler... Será que foi alguém que também o lê?
Se fosse para mim, porque alguém me escreveria uma carta? A última vez que algo do género aconteceu foi quando conheci o Mike... Acham que foi ele?

Apetece-me tanto abri-la... Assim as minhas dúvidas poderiam ganhar respostas. Mas algo em mim me diz para não o fazer sozinha...
Eu estou tão curiosa! Eu tenho que abrir isto!!! Acho que vou abrir...

Nao faças isso Rose...

Caramba!! Odeio ser indecisa!

Acho que é melhor jogar pelo seguro... Vou guardar esta curiosidade toda, até estar com o Mike.

Guardo a carta na minha mochila e saiu da biblioteca. Tranco a porta e sigo o meu caminho até casa.

Mais uma vez, aquela sensação de estar a ser perseguida aparece.

Mas isto agora é todos os dias?

Porquê? Porquê e que isto nunca mais acaba?
Será que ando a ser vigiada? Eu acho que é o mais obvio. Cada vez que vou ou volto da biblioteca o meu "radar" de perseguição liga-se. Talvez eu deva fazer qualquer coisa. Vou tentar fingir que não sei que estou a ser perseguida, e depois olho de repente para trás.

Parece um bom plano!

Decido mudar o meu rumo, por questões de segurança, e caminho durante alguns minutos até girar a minha cabeça num movimento rápido. Consigo ver uma pessoa (acho que é um homem) a parar de repente e encostar-se num movimento rápido a uma árvore. Automaticamente começo a andar na sua direção, mas ele afasta-se da árvore e começa a dar passos rápidos à minha frente.

Acelero os meus passos e continuo a segui-lo no meio da escuridão.

Porque é que eu o estou a seguir?

Bem, a verdade é que não sei bem... ele pode ser perigoso, mas eu estou tão curiosa...

Vejo uns olhos castanhos escuro a olhar por cima do ombro e quando ele percebe que ainda estou atrás dele começa a correr, e como é obvio, eu faço o mesmo.

Ele vira de repente numa rua que eu não sabia que existia e desaparece do meu campo de visão. Sigo os seus passos e quando chego à rua não vejo ninguém... na verdade não vejo nada. A única coisa que há aqui é um caixote do lixo perto duma luz de rua apagada.

Onde é que ele se meteu?

Caminho lentamente para o interior da rua até que oiço o som de algo a partir. Os meus olhos focam-se no escuro e consigo ver um homem com... uma faca!! Começo a correr para fugir daquela situação. Corro, corro, corro até os meus pés começarem a doer e eu não conseguir move-los mais. Olho para os lados e percebo que estou no parque central da cidade.

Corri assim tanto?

Deito-me na relva e olho para o céu.

Flashs da cara do homem " perseguidor" viajam na minha mente...

Eu não consegui ver bem quem era, mas eu tenho quase a certeza que conheço aqueles olhos de algum lugar...

A minha mente calcula aqueles olhos milhentas vezes até que o nome que eu menos queria pensar aparece-me na cabeça...

Félix...

E mais um rolo de perguntas é construído no meu cérebro: Será que é mesmo ele? Ou será outra pessoa? Será que a carta que recebi foi escrita pelo Felíx? E porque andaria ele atrás de mim? Será que isto está tudo a acontecer por causa da sua ameaça?

Magic Colors [Michael Clifford]Onde histórias criam vida. Descubra agora