Supernatural - Swan Song

Back in Black

Djinns são criaturas mágicas com poderes para fazer o bem e o mal, sua origem remota a criação.
Jinns ou Djinns (Dinns) são seres espirituais maléficos ou benéficos. Eles possuem o poder de presidir o destino das pessoas e das cidades as quais têm domínio. Eles foram criados por Deus num período que fica entre criação dos Anjos e a criação do homem.
NUNCA BRINQUE COM UM JINN.

Meus pulmões ardem com a falta de oxigênio, me debato até consegui me livrar de suas mãos fortes, caio no chão como um saco de batata.
Recuperando o fôlego fico em pé apoiando as mãos na minha barriga que dói intensa.
- Do que você está falando? - minha voz sai estranha, uma tosse rompe minha garganta.
Passo a mão pela boca e sinto o líquido quente e pegajoso tocar minha pele, olho para os meus dedos e vejo o sangue refletir vermelho e vivo.
"Você precisa de uma faca de prata banhada no sangue de bode."
Arregalo os olhos por ter me ouvido pensar isso, eu nem sei pra isso serviria.
Ele sorri e some diante dos meus olhos. O procuro rapidamente varrendo a sala com os olhos.
Sou golpeada subitamente e sou jogada até o outro lado da sala.
O Djinn aparece magicamente em minha frente.
Ainda escuto Dean me chamando.
Apoio às mãos no chão e tento ao menos ficar sobre os joelhos.
- Tem alguma coisa em você... - diz aspirando algum odor. - Você é diferente... alguma coisa de onde vem toda
- É a vida. - sorrio irônica. - Você não é a primeira coisa grande que eu enfrento, amor. É a mais patética, mas não a mais forte.
Isso o enfurece, de repente o corpo que seria de Dean começa a irradiar uma energia azul intensa.
- Não! - consigo me levantar de repente achando forças. - De novo não!
Pego a cadeira que estava próxima e bato com toda a força que consigo contra seu corpo musculoso.
Ele tropeça nos próprios passos, mas não cai e de novo usando sua mágica ele está na minha frente me encarando.
Apesar da dor latejante que atordoa meu corpo inteiro, não desisto e com os punhos cerrados esmurro seu rosto várias vezes.
Em vão, ele não vacila nenhum instante.
- Desgraçado. - cuspo raivosa.
Ele me sufoca novamente, mas há algo de estranho nele seus olhos estão sobre mim especulativo e a ruga que se instalou entre suas sobrancelhas não some.
- Que tipo você é? - sussurra parecendo deixar sua dúvida escapar. - No início eu pensei que era apenas vontade de continuar viva... mas agora, agora não faz sentido.
Ele aperta ainda mais meu pescoço, já não tenho mais oxigênio nos meus pulmões.
- Você não é humana. - ainda escuto sua voz surpresa.
-MELANIE! - Dean grita do outro lado.
O fim não deve tardar. - penso.
- Que tipo de coisa você é? - o outro Dean fala.
"Você não vai morrer!" - Meu cérebro pensa por mim.
Sou chegada por uma luz azul, de novo e e eu só lamento cair naquele jogo mais uma vez, meu corpo se esmorece mas de repente vejo entre as rendas a luz azul sendo sugada por uma luz branca forte e impenetrável e meus músculos vão ganhando vida novamente e o ar circula livre pelo meu sistema circulatório.
- AAAAAAAH - um grunhido estranho sai da minha garganta quando consigo respirar novamente.
Estou caida no chão, a fraqueza é tamanha que mal consigo me mexer, meus olhos pesam que não consigo enxergar direito.
- Mel? - ouço a voz familiar me sobressaltando.
O Jinn ainda estava vivo, não sabia como tinha escapado dele.
Vejo com dificuldade o Jinn na pele de Dean.
Ele está tão próximo de mim que o agarro pela jaqueta o fazendo cair, estou tão fraca mas tão decidida a não morrer que tiro força de algum lugar. Ao meu lado tem uma faca e a agarro e jogo o Jinn para o lado e monto em cima dele.
- Melanie, Não! - O Jinn grita com a voz de Dean.
Ele segura meu braço tentando me conter para não mata-lo.
- Eu vou te matar, seu desgraçado! - solto entredentes.
O Jinn parece fraco e seus lábios tremem enquanto tenta me impedi.
- Dean! - Sam diz trêmulo e sua voz está diferente.
Olho na direção da voz e vejo Bobby caído no chão e mais adiante Sam está sendo sufocado por um homem tatuado e ele começa a irradiar luz azul.
Olho para Dean e meus olhos se arregalam e meus braços se afrouxam ainda segurando a faca.
- Dean? - murmuro enquanto analiso seu rosto.
- Bem vinda de volta, Melanie.
- DEAN! - Sam grita desesperado.
Ficamos em pé rapidamente eu sentindo que ia desmaiar a qualquer momento, mas persisto e avançamos para cima do gênio maligno, Dean o puxa pelo ombro com voracidade, num tranco faz ele cambalear para trás com Sam caindo desmaiado no chão, e golpeia a cara do homem em cheio, mas logo o Jinn se recupera e acerta um soco em Dean que cai de bunda no chão desacordado. 
Apressada me arrasto até ele e pego a faca torcendo para aquilo ser a arma capaz de destruir aquela coisa, e avanço para cima dele.
- Olá, Dean. - digo debochada.
Fico em pé com dificuldade.
- Você? - fala surpreso.
E de repente ele está em cima de mim me jogando para o outro lado da sala acertando em cheio a parede e caindo em cima de uma escrivaninha velha que se espatifa junto comigo no chão, centenas de fagulhas se espalham pelo meu corpo causando dores intensas, com dificuldade me coloco em pé.
Sorrio com o sangue escorrendo do meu nariz até meus lábios, uma dor intensa se instala em minha barriga, coloco a mão sobre ela.
Estou tão cansada.
- Surpreso? Porque eu também estou.
E novamente ele fica frente a frente comigo.
Com agilidade, golpeio seu rosto com o cotovelo e puxo sua cabeça para baixo jogando o joelho contra o sua face com  força, meus músculos se contraem de dor por causa desse movimento brusco, um gemido de dor escapa dos meus lábios mas mesmo assim o chuto fazendo ele cair de bunda no chão.
" Ui, Essa foi ótima, garota!"  -meu cérebro celebra.
E pela primeira vez vejo uma fita vermelho vivo escorrer pelo canto do seu lábio, o djinn cospe sangue e limpa o canto da sua boca com as pontas dos dedos me fitando furioso.
- Son of a bitch! - esbraveja exaltado se levantando depressa se lançando contra mim.
Pressiono a faca entre meus dedos.
- Eu vou matar você! - grita.
Corro a fim de me esconder no meio das ruínas, mas ele aparece magicamente em minha frente me agarrando pelo pescoço.
Lutando para tirar suas mãos de mim, me debato e corajosa passo a faca de raspão em seu braço, ele recua urrando de dor.
Dean reaparece mas antes sou golpeada no nariz me deixando desorientada.
- Agora, Melanie!
Ouço Dean ordernar, me concentrando ao máximo por trás da neblina vejo Dean agarrado com o gênio o segurando pela parte de trás de seu pescoço, zonza e enjoada avanço na sua direção e mesmo cegada consigo ouvir as batidas do seu coração tão claras e altas que me guio através delas.
Agarro a faca com tanta força que quando ela entra depressa em seu corpo sinto minha barriga encostar no cabo com a ânsia de mata-lo rapidamente.
Consigo ver o azul se espalhando pelo sala, Dean o larga e se afasta depressa.
Tiro a faca, fazendo ele urrar de dor.
O ódio se espalhe pelo meu corpo como uma corrente elétrica, eu olho para ele e mordo meu lábio com tanta força que sinto o gosto do sangue.
- Eu falei que ia te matar!
E sem pensar duas vezes arranco a faca para fora do seu corpo enquanto ele geme e rapidamente golpeio sua pele bem em cima do coração e a aperto a girando com força.
O Jinn cambaleia se afastando de mim cuspindo sangue, dou um passo para trás e depois ando em sua direção, já próxima o suficiente me apoio sobre a perna esquerda e erguendo a direita chuto para mais fundo a faca no peito do monstro que cai imediatamente sem vida.
Tudo fica azul novamente.
Minhas energias se vão, caio prostrada com a cara no chão e fico ali sem me mexer e em questão de segundos sou levada para longe.

*****

Abro os olhos lentamente.
Meu peito dói a medida em que respiro profundamente, me sinto tão pesada que fecho os olhos novamente e penso em dormir só que os últimos acontecimentos me sobressaltam. Me sinto aliviada por ainda está viva e agoniada por não ter noção onde estava, engulo a bile e minha garganta dói, resmungo.
- Calma, Mel já estamos indo pro hospital.
Alguém fala acima de mim e sinto uma brisa cortante em meu rosto.
Demoro um tempo para me situar, ouço o barulho do motor rangendo e sinto os solavancos típico de uma estrada e os sussurros que surgem e somem de vez em quando, depois mesmo entorpecida pelos músculos doloridos consigo senti algo pressionar meu corpo me apertando e percebo que estou com a cabeça encostada em algo forte, porém, macio e com batidas suaves ritmadas.
Sinto uma necessidade enorme em dormir, mas resisto ao sono.
Mesmo me causando uma dor enorme, deslizo o meu rosto por aquela superfície e sinto o cheiro familiar e mesmo com o cheiro de suor sendo mais forte eu podia sentir o aroma da loção pós barba e do sabonete exalando de sua pele.
Meu coração acelera e me pergunto qual dos irmãos estava me aparando em seus braços.
Abro os olhos e o vejo me fitando de forma preocupada com seus olhos se arregalando ao me ver reagir, mesmo esgotada me ajeito em seus braços querendo achar uma posição mais confortável mas logo seus braços me prendem para eu não me mexer, penso que aquele podia ser o djinn mas percebo em seu semblante mais velho que aquele era o Dean Winchester de verdade.
- Ela acordou. - ouço falar.
Um barulho de couro rompe o ronco do motor.
- Graças a Deus! - a voz rouca e poderosa só podia ser de Bobby Singer.
Sinto o gosto de sangue na garganta e de repente uma tosse violenta me pega desprevenida.
- Melanie relaxa - Sam diz distante - Já estamos chegando.
Sinto dificuldade em falar, mas mesmo assim me esforço ao máximo para soltar as palavras.
- O-o-olá rapa-zes - sussurro com a voz estranha e não contenho o sorriso débil por está feliz em vê-los novamente.
Dean me aperta delicadamente.
Meus ossos doem mas não reclamo.
- E-estou-u ótima. - sorrio e a tosse vem novamente.
- Fica quieta, menina super poderosa. - Dean ordena. - O Cass bem que podia aparecer agora e curar ela!
-Quem é Cass? - pergunto.
- xiuuu - todos ordenam em uníssono.
Me encolho mentalmente.
- É inacreditável que ela ainda esteja viva - Bobby diz - costelas fraturadas, perna quebrada e fora as lesões internas que a gente não tem noção da gravidade... e sem falar  do rosto dela que está detonado... Como ela ainda está falando e reagindo bem sem nenhum medicamento?
Houve um grande silêncio apenas o motor do carro desbravando alguma estrada.
- Isso não sai da minha cabeça... - a voz de Dean sai em um murmuro. - foram duas semanas presas sendo sugada e ela ainda teve força para acabar com o gênio... eu não consigo entender.
Sam o interrompe.
- Parece que temos uma super girl aqui.
Contenho o riso.
- Essa garota... tem algo nela... - Dean fala e sinto seu hálito roçar meus cabelos - Lembra, Sammy? Daquele dia em que ela sozinha conseguiu detonar Azoel? Ela nem tinha quinze anos e acabou com um demônio apocalíptico!
Um longo minuto de silêncio.
- O que você está pensando, Dean?  - Bobby finalmente pergunta.
Sam pigarreia querendo atenção. - O Dean é neurótico, Bobby... provavelmente ele não aceita que ela tenha se tornado uma caçadora. - diz rígido - e uma caçadora das boas, por sinal.
Sinto o peito de Dean inalar sob mim e percebo a tensão que se forma.
- Fala sério, Sam! - esbraveja - você é Bobby sabe muito bem como é ter um demônio dentro de você, quando enfrentou Lúcifer mesmo conseguindo o controle uma parte dele ficou com você e te infernizou por um bom tempo. - Suspira frustrado. - Não me chame de neurótico depois de tudo pelo o que já passamos.
- Você acha que ela... - Bobby surge num murmuro preocupado.
- É eu acho, Bobby. Eu vi quando ela ainda era uma menina, e vi hoje de novo, o mesmo olhar.
- Muito dramático de sua parte, Dean. - Sam rebate implacável.
O coração de Dean acelera.
- Ok, Samuel eu bem sei que você adoraria está caçando leviatãs ao invés de está aqui ajudando a garota que já me salvou, mas segura a sua onda! Melanie precisa da nossa ajuda e minha prioridade agora é o bem estar dela.
- Calma, rapazes. - Bobby intercede. - realmente, Sammy se a garota está em perigo que se dane os leviatãs eu conheci os pais dela e me sinto na obrigação de ajudar a Mel.
Ouço vários suspiros profundos.
- Eu não acredito ainda que a Melanie se envolveu nisso... - Sam murmura.
Dean se mexeu em baixo de mim e sinto algo em minha orelha.
- Porque você escolheu isso, Mel? Dean sussurra em meu ouvido, seu hálito quente caminha pelo meu pescoço me causando um arrepio que me deixa quente de imediato.
Penso na conversa em que eu ouvi sobre minha resistência e agora quero responder Dean, mas me sinto exausta a ponto de fechar meu olhos e deixar meus pensamentos dançarem em minha mente que só se concentrava nas dores.
Acho sua mão próxima a minha e a aperto sem muita força, eu não precisava dizer nada enquanto adormeço nos braços de Dean Winchester.

****