Acordo assustada.
Quando me dou conta percebo que estou em um quarto de hospital com alguns fios conectados em minha pele, observo a parede verde oliva e o cheiro de desinfetante invade minhas narinas me deixando enojada.
Me sinto bem e já sem dores me mexo arrancando cada fio que me conectava com aqueles aparelhos e me sento na beirada da cama me lembrando da batalha em que travei dentro de um sonho contra um djinn.
Não me lembro muito bem o que aconteceu depois em que acordei, uma conversa estranha pairava em minha mente e as vozes se tornavam zumbidos não me deixando reconhece-las.
Me levanto e vou até o banheiro e vejo minha roupa pendurada, a calça jeans estava suja de terra e com algumas manchas de sangue, a camiseta estava repleta de sangue e imediatamente a coloco em baixo da torneira e começo a lavar com o sabão líquido que tinha em cima da pia e minutos depois a visto mesmo estando úmida, já a jaqueta estava limpa a coloco depressa e me encaro no espelho.
Minha pele está bem, mesmo com alguns hematomas espalhados pelo rosto, jogo uma água com o propósito de parecer mais saudável, escovo os dentes e saio o mais rápido possível daquele ambiente mórbido.
Percebo que manco enquanto ando, uma dor fina lateja em minha perna direita, mas não me importo... saio pelo corredor extenso e disfarçando jogando o meu cabelo em frente do rosto tento agir como se fosse um visitante.
- Tem certeza que é Melanie Collins?
Escuto uma voz vindo de um corredor próximo e me escondo colocando meu corpo contra a parede. A voz era familiar.
- É sim, senhor ela deu entrada com esse nome. - a voz feminina entoa pelo corredor.
Meu coração disparava descompassado.
Tomando coragem olho para o outro corredor apenas colocando a cabeça para fora e o vejo em uma postura ereta e o olhar assustado.
- Quero vê-la agora. - Rob exige imediatamente.
Depois que eu fugi de casa nunca mais dei notícias para a família Lawrence que me acolheu depois de todas as minhas perdas, apesar de me manter abastecida com dinheiro em contas bancárias espalhadas por aí, nunca mais encontrei com Rob e nem mesmo mandava notícias. No início, ele colocou detetives atrás de mim querendo me encontrar só que eu fugia e ano após anos Rob se cansou e desistiu das buscas assim que eu completei vinte e um anos e agora onze anos depois estou vendo pela primeira vez o melhor amigo do pai novamente. Solto o ar pela boca.
- Ela está desaparecida a onze anos! - escuto ele exclamar distante. - Sou Robert Lawrence e sou o responsável por ela desde que os pais dela morreram...
E dou uma última olhada de canto de olho antes de fugi para longe com as lembranças me invadindo a cabeça.
Estava bem mais velho, continuava um cara bonito e vaidoso e parecia que os anos só lhe fizeram bem, saio desnorteada pelos corredores encontrando alguns doentes e o desejo de sair dali se torna uma necessidade gritante.
Me sinto cansada quando finalmente encontro a saída.
- Senhorita? - escuto.
Finjo que não ouço e continuo a andar depressa, um peso se instalou em minha coxa latejando constante.
A porta automática se abre.
- Melanie!
O ouço gritar e sem pensar direito me viro e vejo seus olhos me fitando perplexo.
Nossos olhos se arregalam.
- Tio Rob.
Murmuro angustiada por ele ter me visto.
A porta se fecha entre nós, antes que ele começa a correr em minha direção.
Me viro depressa correndo, com os pontos se rompendo do meu corpo, um gemido escapa da minha boca enquanto fujo com ele gritando meu nome desesperado.
Saio sendo guiada pelo extinto e sem perceber direito atravesso a rua e quase sou atropelada por um carro.
- Entra. - ordena colocando a cabeça para fora.
Bate com as mãos no capô do Impala com a finalidade de não ser atingida.
Olho na direção de Rob que se encolhe ao pensar que eu fui atropelada, mas quando percebe que estou bem volta a correr em minha direção.
- Dean?
Entro no carro batendo a porta com força e não demora muito para o gritos de Rob se tornarem distantes e sumirem no ar.
Dean acelera me levando para longe.
Tenho a sensação que meu coração vai rasgar minha pele e sair correndo por aí.
Conto até mil querendo estabilizar meus batimentos cardíaco.
O ronco do motor me traz de volta as lembranças do meu resgate.
- Sério que vocês deram entrada no hospital com meu nome verdadeiro? - falo entre cortada.
Dean me fita taciturno.
- Eles precisavam de um nome. - diz com os olhos na estrada.
Reviro os olhos frustrada.
- Anos de sigilo e hoje foi tudo pelos ares. - digo azeda.
- Quem era aquele? - pergunta me fitando por alguns segundos.
Meu estômago se contrai. Solto o ar pela boca ao encarar aqueles olhos verdes e me vejo no sonho em que estive presa.
- Era "meu tio" - faço o sinal das aspas com os dedos. - consegui me manter distante durante todo esse tempo, mas agora já era.
Ficamos em silêncio por alguns minutos.
- Quanto tempo, hein, Mel? - Dean quebra o silêncio inoportuno e esboça um sorriso de canto me fitando intenso.
Foi como um soco na boca do estômago, perco o ar mas logo me recomponho.
Sorrio nervosa.
- Onze anos, Dean Winchester. - respondo desviando o olhar para a estrada. - Você parece ótimo apesar da idade.
Ele ri baixinho.
- Sabe o que dizem a respeito do vinho... - contra ataque exultante. - Você quase não mudou... bem, continua muito gata... linda só que maior de idade.
Sorrimos um para o outro.
- E bem mais cansada. - acrescento.
Ele franze os lábios pensativo e percebo que engole em seco parecendo querer falar alguma coisa.
"Vai começar a dr" - a voz entediada surge na minha cabeça, eu não pensei isso nem sequer passou pela minha cabeça que Dean ia falar sobre eu ter me tornado uma caçadora e agora meu cérebro sozinho me passou essa informação e com uma voz que não era à minha.
- Por que você fez isso, Melanie? - surge novamente com uma voz cansada.
Me assusto ao perceber a rapidez com que as coisas faziam sentido.
- Foi o que me pareceu certo. - respondo sem o encarar.
Ele solto um riso debochado.
- Certo? Isso não é vida, garota.
Mordo o lábio ao ver falar em vida depois que tudo o que você tem é arrancado abrupto e não te resta mais nada.
Respiro mantendo a calma.
- Sério isso, Dean? - solto um riso trêmulo. - você quer falar de vida? Eu tive minha família morta por demônios, eu fiquei sozinha me sentindo uma bomba relógio que podia explodi nas mãos das pessoas erradas. - me lembro dos pesadelos que tive, todos haviam mortes, principalmente da família de Rob. - você nunca se perguntou como fica a cabeça das pessoas quando entramos nas vidas delas? Oi, eu sou Dean Winchester e estou aqui porque um monstro quer provavelmente te matar! Mas relaxa, demônios, vampiros, fantasmas existem sim mas eu estou aqui pra te ajudar! - faço uma pausa e respiro. - Fica uma zona, Dean - o encaro pela primeira vez desde que comecei a falar. - O medo das descobertas, as lembranças do sobrenatural zunido na sua cabeça o tempo todo... É horrível! As noites sem consegui dormir achando que vai ser atacado novamente... tudo isso te invadindo ao mesmo tempo sem pegar leve. Tudo o que a gente deixa pra trás depois de uma caçada, até mesmo as bens sucedidas, é bagunça. - engulo em seco voltando a fitar a estrada. - E foi isso que você deixou quando foi embora, e eu tive que me virar com o que me restou.
Percebo que ele fica com raiva, a medida que ele acelera o carro sua mandíbula trava e seus dedos apertam o volante com força.
- Não precisa ficar assim, Dean. - falo suave. - podia ser bem pior já que eu ia parar num hospício por acharem que eu estava ficando maluca. Eu ainda lembro de cada detalhe daqueles dias, até mesmo das nossas conversas e quando te tiraram ela você ainda teve seu pai e seu irmão... dava pra ter continuado e até continuou mas... eu... eu me senti insegura e sozinha e foi a coisa mais lógica a se fazer.
Sinto seu toque em meu ombro me pressionando.
- Essa indústria necessita de histórias tristes. - solto com os olhos marejados. - ninguém entra nessa apenas por altruísmo, tem que haver uma motivação maior e geralmente o que nos move é apenas o ódio que carregamos junto com as memórias.
- Me desculpa, Melanie mas eu não consigo aceitar que você tenha acabado desse jeito... - diz com a voz rouca. - Você era uma criança e olha pra você agora caçando por aí se expondo a todos esses perigos.
Sorrio.
- Eu estou bem. - rebato - Foi isso que me manteve sã durante os dias difíceis.
- Casar, ter uma casa maneira e construir uma família te deixaria bem mais sã. - morde os lábios enquanto fala.
- Não quero perder mais ninguém. - solto - prefiro ficar sozinha do que ter que passar por tudo aquilo de novo, ainda não superei e não quero aquilo de novo.
Seus olhos ficam mais verdes do que o normal.
- E eu não quero te ver caçando.
Arqueio uma sobrancelha pensativa.
- Cala a boca. - bato de leve em seu ombro.
Eu queria dar todo aquele sermão sobre eu ser maior de idade e dona do meu próprio nariz, porém me contenho relaxando sobre o banco de couro.
- Juro, Mel eu estou muito afim de brigar com você e juro que se fosse um homem eu te encheria de porrada.. Então, não corta o meu barato e vamos brigar agora sua irresponsável, idiota e egoísta! Você só pensou em você quando se mandou e não deu a mínima pro que o seu tio Rob sentiu!
Caio na risada por ouvir Dean falar daquele modo.
- Adoraria brigar com você, amorzinho. - suspiro cansada. - mas acho que você não reparou, mais eu levei uma baita surra e não estou em condições de discuti com ninguém. Mas tarde você tenta me bater porque agora eu estou esgotada.
Me afundo no banco fechando os olhos.
- Como você se sente? - pergunta.
Sem abrir os olhos respondo:
- Como se um caminhão de carvão tivesse passado por cima de mim. - estico os lábios em um sorriso idiota.
Sinto o seu toque em meu pescoço espalhando correntes elétricas pelo meu corpo. Me mantenho imóvel.
- Eu já estive bem pior se isso te consola. - acrescento.
- Você é surreal. - murmura descrente. - é, percebi que comparado com ontem sua recuperação está sendo um sucesso em tão pouco tempo.
Assinto querendo pegar no sono.
- Eu já fui pego por um gênio uma vez - surge novamente depois de alguns minutos em silêncio. - Me levou de volta ao Kansas com minha família e tal e como foi com você?
Sinto a boca seca, não queria falar sobre o sonho com ninguém ainda mais com Dean que não imaginava que eu e ele fomos casados por causa de uma fantasia adolescente, passo a língua pelos lábios a fim de falar. - Não me lembro muito bem. - minto descaradamente. - mas é certeza que tinha unicórnios.
Ambos sorrimos debilmente.
- Ok, você não quer falar..
Reviro os olhos.
- Aquilo é maluquice, não faz sentido lembrar já que tudo não passou de um grande faz de conta. - meu tom sério é gélido. - E as garotas?
Me lembro da garotinha e de como ela me ajudou, penso nela como a luz no fim do túnel.
- A mais velha quando a gente te encontrou já estava morta, já a menininha... Está na U.T.I e sinceramente não sei se ela escapa.
Meu peito dói levemente ao pensar nela, respiro profundamente virando o meu rosto para o lado oposto.
Minutos se arrastam com um silêncio constrangedor, meu braço dói e eu o seguro acariciando tentando amenizar a dor.
- Como você conheceu o Bobby Singer? - surge novamente rompendo o ar com sua voz.
- Em uma caçada em Ohio, estávamos encurralados e foi quando Bobby apareceu.
-Estávamos? - indaga com uma ruga entre as sobrancelhas.
Sorrio por perceber o que ele não entendeu.
- Eu não entrei nessa a Deus dará. - solto voltando a olhar Dean nos olhos. - Eu tinha um parceiro - lembrar de Robbie me rouba o sorriso e me traz um aperto no peito. - Robbie, ele estava no "enterro" dos meus pais e você chegou a conhecer ele. Estávamos caçando um hugaru e a gente perdeu o controle Robbie quase virou o lanchinho e eu bem, eu estava contando carneirinhos na hora. Bobby apareceu e fritou aquele desgraçado e depois disso ainda caçamos juntos e mesmo distante me auxiliava em alguns casos. Bobby sempre me ajuda quando eu preciso.
Escuto um Aaah e depois mais silêncio.
- E esse Robbie? Onde está já que você caiu nessa sozinha?
As lembranças vem a tona em minha cabeça.
- Morto. - sussurro ao me lembrar dele. - Eu nunca pensei que ele morreria daquele jeito. Anjos, Dean, Anjos! O mataram porque acidentalmente nos envolvemos em um caso deles e eles não se importaram. Queriam sigilo e nós estávamos lá eu consegui fugi já ele não.
Seus olhos se arregalam ao me ouvi falar amargurada sobre aqueles malditos anjos.
- E você, como conheceu ele? - faço a mesma pergunta.
Ele pigarreia.
- Bobby é como um pai pra mim e pro Sammy. Ele meio que ajudou a criar nós dois. - diz indiferente com os olhos fixos na estrada.
Sorrio satisfeita com Bobby por saber que por baixo daquela casca bruta e bêbada havia um bom homem.
Observo o painel do impala e no mesmo instante me lembro do que aconteceu dentro do falso carro junto com o Dean das minhas lembranças, fico quente só de lembrar daquelas mãos em mim e do que ele me falava enquanto estávamos lá, me sinto uma boba quando percebo que estou com um sorriso nos lábios e o mordo enquanto tento afastar as memórias.
- Que foi? - A voz de Dean soa alta e meio risonha.
Olho na rua direção disfarçando está tossindo.
- O quê? - Pergunto querendo demonstrar indiferença.
Seus olhos se estreitam quando sorri.
- Sei lá - começa confuso - Você estava sorrindo.
Quero sorri mais só de pensar em falar que eu abusei de seu belo corpo enquanto estava dando uma de bela adormecida, trinco os dentes querendo me manter séria.
- Eu não estava sorrindo. - minto sorrindo. - agora eu estou sorrindo, mas na hora que você falou eu não estava.
Dean me encara sorrindo enquanto balança a cabeça parecendo querer me entender.
- Devia ser uma careta, por que eu estou toda dolorida e não paro de sentir dor. - meus lábios se esticam em um sorriso engraçado.
- Dói muito?
E sou pega de surpresa quando seus dedos tocam meu pescoço exposto, não dói mas eu só consigo me manter rígida e sem respirar por alguns segundos.
- Só dói quando eu faço algum esforço. - respondo com seus dedos acariciando minha pele, meu estômago se contrai e o ar se torna denso quase irrespirável.
Determinada viro o rosto vidrando meus olhos nos dele e o encaro enquanto seus dedos sobem e descem sobre minha pele.
- Você parece está tensa. - diz ainda me tocando, me arrepia cada vez que seus dedos deslizam sobre minha pele.
Quero me afastar, mas ao mesmo tempo quero que ele continue e que até faça algo a mais, eu estou suando frio e meu estômago se revira contraindo minha barriga, agarro a lateral do banco querendo distanciar o calor que estava começando a surgir nas minhas bochechas e se espalhando pelo meu rosto.
Suspiro pesadamente enquanto afasto os pensamentos.
- Onde estamos indo? - afasto sua mão de mim e finjo indiferença.
Dean recolhe sua mão e a mantém no volante.
- Vamos encontrar com Bobby e Sammy. - diz com uma ruga entre as sobrancelhas.
Penso no que eu ouvi enquanto estava a deriva, lembro de Sam e de Dean discutindo sobre o que tinha acontecido comigo, de como eu tinha escapado do djinn e começo a pensar na possibilidade de que algo estava realmente errado comigo, do que será que Dean suspeitava? analiso todas as vezes em que estive em perigo e em como eu escapei em situações complicadas.
- Será que tem alguma coisa de errado comigo, Dean? - solto num sussurro preocupado.
Percebo sua relutância em responder enquanto parecer combater uma guerra interior.
- Seja honesto. - peço.
Ele solta um suspiro longo e me fita desolado.
- Acho que Azoel ainda está aqui. - diz rápido e cortante e suas palavras me pegam de surpresa a ponto de demorar a digeri-las.
- Como assim, Dean? Isso é impossível eu a exorcizei não tem como ela voltar.
- Na verdade ela nunca se foi, Mel. - diz franzindo os lábios.
Tento pensar a respeito mas até o ronco do carro incomoda meus pensamentos.
- Para o carro. - peço.
- Melanie eu só quero dizer que...
- Para o carro! - ordeno.
Meu corpo lateja agoniado enquanto saio andando pelo meio da floresta que corta a margem da estrada, penso em tudo ao mesmo tempo.
Quero sair correndo mas controlo meu ímpeto e caminho cruzando os braços sobre o peito.
- Eu vou ajudar você. - a voz firme de Dean surge logo atrás de mim.
Meus olhos queimam aflitos.
- Eu estou bem, isso que você está supondo é loucura. - rebato.
Continuo andando sem olhar para trás apenas ouvindo os passos de Dean atrás de mim.
- O seu caso não foi uma possessão comum, garota - seu tom é firme e rude. - demônios quando não é exorcizado pode manter apego a antiga casca e pode voltar o que não é o seu caso! Há outros casos que demônios poderosos mesmo sendo exorcizado e voltando pro inferno conseguem um passe de volta pra cá.
Reviro os olhos cansada.
- Sou caçadora, cara sei de tudo isso! não me trate como se eu fosse aquela garota que você conheceu que não tinha ideia das coisas. Deixa a aula de assuntos sobrenaturais pra outra hora porque agora eu não estou com cabeça.
Continuo andando com Dean me seguindo em silêncio.
- O Sam já esteve na mesma situação que você, Melanie. - sussurra.
Me viro surpresa ao ouvir aquilo é encaro Dean que parece abatido de uma hora pra outra.
Ele se aproxima e de repente fico com frio.
- Quê? - solto sem entender.
Ele suspira aparentemente cansado.
- Sam foi a casca do próprio diabo. - sorri tristonho. - Ele achou que daria conta de Lúcifer, mas não deu. Mas um pouco antes de cair na jaula com Lúcifer e Miguel ele conseguiu o controle de novo e se jogou direto pros braços do diabo.
- Eu soube disso. - murmuro querendo fingir que não era atingida por suas palavras, eu gostava dos irmãos a ponto de sentir por eles.
Ele toca meu rosto, sua mão desce até o meu pescoço.
- O Sam voltou sem alma e viveu igual um psicopata durante esse tempo, foi difícil recuperar a alma dele mas eu consegui eu fiz de tudo por ele e no final das contas sua alma estava destruída já que ela virou brinquedo de Miguel e Lúcifer.
- Meu Deus... - sussurro impressionada.
- Quando a alma dele voltou pro lugar ele ficou danificado, Lúcifer estava falando com ele e depois passou a controlar as ações dele e foi ficando difícil saber se era meu irmão ou se era ele agindo por trás da cortina.. Melanie, só foi o Sammy dá espaço para Lúcifer para ele agir você não perdeu sua alma Azoel pode está entorpecida ou coisa do tipo, mas está agindo. - seus dedos pressionam meu pescoço. - Essa sua resistência é surreal, você deveria está morta pelo tanto de dias que o jinn estava se alimentando com o seu sangue.
Arregalo os olhos processando tudo.
- A voz.. - sussurro segurando o seu braço com força.
- Que voz?
Quero sair andando mas Dean me segura me mantendo presa.
- Eu ouvia ela de vez enquando, achei que era coisa da minha cabeça. - engulo a bile seca. - Enquanto eu lutava com o djinn eu a ouvia com mais frequência do que o normal, ela falava o que eu devia fazer e me ajudava... Mas não pode ser Azoel, eu exorcizei ela naquele dia.
Dean morde o lábio inferior com uma ruga entre as sobrancelhas e fica em silêncio.
- Nada mais nessa vida é impossível para mim, a cada dia eu vejo algo inédito que nem me choca mais.
Toco seu braço o acariciando, respiro fundo com uma dor enorme esmagando meu peito. Eu que pensei que havia vencido aquele demônio a anos atrás, agora me vejo desprotegida e com o tique e taque da bomba relógio soando novamente.
- Tudo vai ficar bem, já escapei dela uma vez acho que consigo de novo. - digo pensando nessa possibilidade e com um esforço danado consigo esboçar um sorriso confiante.
Seus dedos pressionam firmes meu pescoço.
- Já conversei com Sam e Bobby e nós vamos te ajudar nisso.
Sorrio grata.
- Obrigada.
- Quem diria que tempos depois a gente ia se encontrar, hein garota. - sorri desanimado. - Deixou de ser uma garotinha e agora é uma caçadora mandona.
Bato de leve em seu braço pelo mandona.
Sorrimos.
- Tempos difíceis. - rebato. - Sou boa no que faço e por isso sou necessária. - lanço uma piscadela marota e sorrio arrogante.
- Eu devia te dar uma surra, Mel. - diz firme. - isso aqui não é vida.
Solto o ar pela boca entediada.
- Ok, Dean tudo bem, eu não quero discuti os motivos por eu ter escolhido isso aqui. Não quero me estressar com você, eu já te expliquei e se contente com o que eu posso te dá.
Dean solta um suspiro frustrado.
Olho no fundo dos seus olhos verdes e molho os lábios com a ponta da língua.
Respiramos fundo e seus dedos afrouxam do meu pescoço, deixo meu braço cair para o lado do meu corpo.
- Seu idiota. - solto querendo fazer graça. - Vamos eu já estou congelando.
Saio caminhando com o corpo trêmulo de frio.
- Vem cá que eu te esquento. - Escuto e logo em seguida sou puxada sendo sufocada por seus braços fortes e aparada por seu peito quente.
Sabonete e suor.
Me deixo acolher pelo gesto e passo o braço ao redor da sua cintura.
- Babaca. - ergo o queixo pra encara-lo melhor.
- Vaca. - rebate sorrindo.
E parece que tudo para enquanto nos encaramos naqueles breves segundos e de repente sou transportada para os meus desejos de adolescente que sentia por Dean.
Penso em falar algo, mas desisto no meio do caminho ficando apenas com a boca aberta.
Dean coloca suas duas mãos em cada lado do meu rosto, tira uma mecha inconveniente que persistia em cair sobre meus olhos e me lança um olhar penetrante.
Meu coração dispara.
E finalmente ele me beija com ardor.
No início foi tímido, sua língua dançava devagar, mas logo, insaciável começou a explorar cada centímetro da minha boca e meus lábios deixando rastros de fogo por onde tocava, agarrei seus cabelos curtos o puxando para mais perto o inclinando para o mais próximo de mim, seus dedos pressionavam meu pescoço e logo suas mãos desceram para a minha cintura colando nosso corpos, me sinto em chamas sou golpeada por um desejo insano de ter Dean naquele momento, sua boca desliza sobre o meu pescoço com beijos quentes, respiro e logo meus lábios são esmagados pelos seus novamente.
- Eu queria... Tanto.. fazer isso. - Dean sibila entre meus lábios.
Suas mãos passam para debaixo da minha blusa apertando minha pele seu toque me causa arrepios deliciosos.
- Para, Dean. - peço inebriada pelos seus beijos.
- Não. - rosna descendo sua boca pelo meu colo.
Toco seu rosto que desce entre meus seios os beijando sobre o tecido.
- Aqui não, por favor.- imploro fechando os olhos e jogando a cabeça para trás sentindo o desejo se espalhar pelo meu corpo se aquecendo ainda entre as minhas pernas.
E logo ele volta a me beijar e segura minha mão.
- Vem comigo. - diz entre um beijo e outro.
Assinto e saio caminhando o mais depressa que consigo.
- Vai um pouco mais devagar, ainda estou dolorida. - peço contendo os passos.
Ele beija meu pescoço.
Me lembro que na realidade do djiin nós fomos casados e que agora eu estava ali com Dean novamente.
Meu coração dispara.
Ele me puxa ansioso com um sorriso trêmulo nos labios, sorrio sentindo a adrenalina percorrer minhas veias, voltamos ao ponto inicial e vejo o impala estacionado escondido entre arbustos, Dean me guia até ele e sem pudor já me pressiona contra o carro e me beija caloroso me arrancando suspiros longos.
- Estava louco pra fazer isso. - sussurra no meu ouvido.
Contenho o riso ao lembrar que eu fui casada com ele em outra dimensão.
- Ah... - suspiro lhe beijando e mordiscando seus lábios. - Eu também.
Seus dedos agarram firmes minha cintura e me puxa colando nossos corpos, sua mão agarra minha nuca e agarram meus cabelos enquanto seus lábios deslizam pelo meu pescoço me arrepiando ao extremo, fico quente de repente e me vejo passando a mão por baixo da sua camisa sentindo seus músculos firmes e forte o desejo é tanto que cravo as unhas em sua pele bronzeada.
Um estrondo, e quando me dou conta estamos no banco de trás do impala envoltos de um incêndio espetacular, o desejo que nós dois sentíamos era palpável, a sensação de loucura me dominava e me fazia agir por extinto o agarrando com ardor e parecia que com ele se passava a mesma coisa.
- Ah, Mel - ele puxa meus cabelos o fazendo o encarar enquanto me rouba um beijo.
Olho em seus olhos e mordo o lábio enquanto suas mãos me tocam de maneira íntima, apoio meu peso sobre as mãos enquanto ele lambe meu queixo, o admiro por alguns instantes e depois Dean se vira rapidamente se colocando por cima de mim e arranca as últimas peças de roupas que me sobravam e sua boca percorre minha barriga me fazendo se contorcer de anseio por ele.
Arqueio meu quadril em sua direção fechando os olhos sentindo o prazer me invadir, solto um gemido baixo e deixo Dean Winchester me fazer sua pela a primeira vez.CONTINUA.
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Supernatural - Swan Song
FanfictionMisteriosos desaparecimentos estão atraindo os mais diversos olhares para Dakota do Sul. Corpos subnutridos e sem nenhuma gota de sangue levam a crer que vampiros estão agindo.. Guiada pela coragem e destemor, Melanie Collins agora com seus 25 anos...