Lugar algum

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"Que merda... Quando comecei a ter esses ataques, eles aconteciam muito raramente. Posso contar nos dedos quantas vezes o tive.. Primeiro no dia que minha mãe faleceu. Depois no orfanato. Em seguida, anos depois, quando acordei na frente daqueles cães Pastores Alemães mortos, uma outra vez, no meu próprio apartamento, e por fim naquela lanchonete porcaria que eu trabalhei. E agora, cinco anos depois, esta merda volta com tudo... Não sei quantos dias passei em Silent Hill, mas creio que foram dois. E, em dois dias, já tive 3 ataques..." David já tinha acordado, mas não tinha aberto os olhos ainda.

Ficou pensando em tudo isso. Por fim, decidiu abrir os olhos, e levantar. Estava tudo escuro, como na primeira vez que acordara naquela cidade. Sentiu com os dedos, o chão, que estava novamente gradeado. Sentiu algo incomodando sua barriga, e ao por a mão, sentiu a arma. Pelo menos ainda estava com ela. De quatro, andou um pouco para frente, e esbarrou em algo. Ao tateá-la, sentiu a lanterna, aquela que pertencia a Nick. David a ligou, e iluminou o lugar onde estava: o verdadeiro cenário da Silent Hill voltara novamente.

David não entendeu nada quando iluminou sua frente: estava num corredor, longo o bastante para não se conseguir ver o fundo, ao olhar seus lados, pareciam que as paredes se fechavam, por ser tão pequeno o espaço. Olhou para trás e viu uma imensa parede metálica fechando qualquer passagem que existisse ali. Sentiu algo escorrendo em sua testa, e, pondo a mão, viu que estava sangrando. Começou a caminhar lentamente, e viu mais para frente uma porta, também de metal, toda enferrujada e ensanguentada. Correu para ela, tentou abri-la, mas não conseguiu, estava trancada.

- Porra!


Voltou a andar para frente. A escuridão daquele imenso corredor, fazia a espinha de David arrepiar-se inteira. Outra porta, agora do lado esquerdo. Mas como antes, estava trancada. David precisaria encarar o fundo do corredor, se quisesse sair dali.

"Se tiver um fim isso aqui...".

Agora, caminhava novamente, lento e prestativo, iluminando e olhando tudo em sua volta. O rádio começa novamente a chiar. David não tinha mais nenhuma arma, além da Pistola, que tinha apenas 8 balas. David foi vendo uma sombra humana, que aparentava ser alto como David, e ao se aproximar, viu que era aqueles monstros que aparecera na escola.

Eram muito monstruosos. Corcundas, todo queimado, e não tinham rosto, exceto a famosa boca enorme urrando alto. David não sabia o porque, mas, ao ver a criatura, de alguma forma a lembrança do homem que morreu no banheiro da lanchonete onde David trabalhava, veio em sua cabeça. Logo, esmagando essa lembrança, um pensamento surgiu:

" Espere... aquele homem morreu no mesmo dia que eu tive a porra do meu Ataque... será? será mesmo, que eu matei tantas pessoas, e nem sabia disto? David não viu, mas uma lágrima começou a descer seu rosto. Logo, a lembrança dos Pastores Alemães lhe vieram na cabeça: aqueles dois, que , quando David teve mais um de seus ataques, logo depois ele acordou em frente aos animais. Tudo fazia sentido. Sempre que tivera o ataque, sempre acordava ao lado de alguém morto, ou algum acidente tinha acontecido enquanto estava desmaiado."


Mas agora não era hora para ficar pensando nisto. A criatura já estava na frente de David, e ele só voltou a si, e percebeu que uma criatura estava ali na sua frente, quando a mesma deu um golpe no peito de David, com as enormes garras, furando fundo o peito dele.

- AAAHHHH!! - Gritou ele de dor. A camisa preta, agora, tinha três rasgos bem na frente, além de seu corpo todo sangrando. Estava doendo demais. Com o golpe, David acabou recuando um pouco, e indo de encontro com uma parede. A criatura não se satisfez com um golpe apenas, queria matá-lo. Queria vingar sua morte. Sim, vingar-se. A única coisa que David pensava agora, era que tinha morrido, e ido para o inferno. E que todas aquelas criaturas deviam ser uma espécie de representação das almas, de todas as vítimas de David.

Silent hill - Memórias do passadoOnde histórias criam vida. Descubra agora