Quando O Passado Retorna!

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Entro no quarto.

E a primeira coisa que sinto é o cheiro adocicado do perfume dela.

CONDESSA!

Deixo a mochila no canto e vou tirando os sapatos, não consigo sorrir mas também não estou completamente irritado, tomei os meus remédios pra ansiedade, eles me acalmaram durante o voo, não consegui comer nada também, estava a todo momento me lembrando dela, fechava os olhos e seu sorriso estava diante de mim, seus lábios rosados, queria sentir seu corpo no meu e tudo o que tinha eram recusas via mensagens, resistência... e amnésia, principalmente isso.

Maria Eduarda Barbosa ainda não me conhece o suficiente pra saber que eu não sei e não gosto de lidar com negativas, quando quero algo eu tenho e fim, ótimo pra mim e eu vivo feliz para sempre do jeito que eu quero.

—olá senhor Carsson!

Ergo o olhar e vejo, Soraya se aproximando, ela usa apenas uma calcinha de rendas, os cabelos dourados caem em seus ombros, ela provavelmente acordou agora, ou já deveria estar deitada.

Acho que qualquer cara normal no mundo provavelmente me mataria se soubesse que eu não consigo se quer sentir uma ereção em ver essa belíssima loira se aproximando de mim semi-nua.

No começo isso ainda mexia muito comigo... Condessa, hoje pra mim é algo bem comum e banal, ela se sente a vontade pra andar nua perto de mim quando quer quando estamos juntos, ela foi a minha primeira mulher e primeira amante, diria que em todos os sentidos no começo ela foi minha, mas hoje eu a vejo apenas como alguém a quem quero bem, alguém que precisa realmente de um pouco de atenção, Soraya tem alguns problemas quanto a si mesma e também alguns distúrbios psicológicos.

—oi!

Ela me abraça e devolvo o abraço, sempre, depois que consegui entender bem o que vivemos, que eu a abraço eu sinto como se abraçasse a Júlia, a minha irmã mais nova, Soraya faz com que eu a veja dessa forma já faz um tempo.

Muitas pessoas não entenderiam se eu tentasse explicar mas desenvolvemos isso, ela é a minha única amiga e eu sou seu único amigo, mas também fomos amantes, submissos, dominadores um do outro, e de outras pessoas... como costumo pensar—de um jeito cínico é claro—o que somos hoje é algo parecido com uma amizade colorida mas sem sexo ou coisas que sejam mais sérias que um beijo.

Ela me puxa pra baixo e aproxima, não recuo, é sempre um beijo superficial, não sinto nada, é um pensamento singular... já tivemos tantas coisas juntos, o que antes pra mim era algo precioso se tornou algo insignificante, como apertar a mão de alguém, Apenas um beijo leve, mas dentro de mim não consigo, quando seus lábios quase encostam nos meus algo me deixa meio angustiado, então desvio a boca e beijo sua face.

Nunca fiz isso antes, sempre permito que ela me beije mas hoje... de hoje em diante acho que as coisas não serão assim!

Condessa me olha meio surpresa, conheço ela muito bem, e justamente por isso pretendo conversar com ela sobre tudo o que aconteceu em Vegas, deixo a minha mochila de lado, tiro o sapato e vou pro sofá.

—o que foi Luck? Sabia que estava diferente!

Ela me conhece profundamente, Soraya foi e é a única mulher na qual eu converso sobre tudo, no começo quando ela decidiu se casar com Ray foi um duro golpe, tão duro quanto a minha tentativa de suicídio logo em seguida mas depois fui me acostumando com isso, achava que não sobreviveria, achava que ela era o meu mundo, até que um dia percebi que realmente não valia apena continuar com o sentimento, não era amor, não era afeição, era medo e carência, medo de continuar sozinho e sentia-me carente pois ela me deu muitas coisas que nunca tive com nenhuma mulher em minha vida.

Atraído (Livro I) - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora