Um.

1.5K 61 3
                                    

Mais um dia de trabalho, trabalho e mais trabalho. Por mais que eu ame cantar, é sempre trabalhoso. A gravação do disco está a todo vapor e faço questão de resolver os mínimos dos detalhes. Acabei tudo mais cedo e enfim estou chegando em casa, estaciono o carro na garagem no prédio e pego algumas coisas. Agradeço pelo condomínio ser um lugar reservado me privando de encontros indevidos com os fotógrafos. Isso me lembra que preciso passar na portaria e pegar minhas correspondências. Não paro muito aqui e aposto que elas já se acumularam na caixa de correio do meu andar. Pego meu celular e leio algumas das milhões de mensagens na minha caixa de entrada, logo estou na portaria e peço minhas correspondência. Muitas caixas estão espalhadas pelo hall, e caras as carregando pela escada de acesso.

"Alguém está saindo?" Pergunto ao porteiro que não tive tempo de gravar o nome.

"Na verdade estão chegando" assim que ele me diz olho para a porta.

Uma menina no tanto atrapalhada entra carregando uma gigante caixa de papelão com pilhas de livro mal vejo seu rosto. Ele veste um sueter que mais parece da minha avó e uma saia longa com desenhos abstratos. Ao lado uma bolsa em formato de vinil, ao posicionar a caixa um pouco mais em baixo analiso seu rosto, tem traços delicados contrastando com os gigantes óculos e a armação aparelhada nos seus dentes. Ainda bem que me livrei do meu aparelho isso realmente é um inferno, ela balança a cabeça de um lado pro outro, seu rosto não é tão feio, na verdade posso apostar que não usa maquiagem. Não sei qual filme dos anos 80 essa menina saiu, só me chamou atenção.

"Obrigado" abro um sorriso de agradecimento ao porteiro.

Assim que me viro vejo um livro no chão, o morro dos ventos uivantes e sei bem de quem é. Pelo jeito aéreo que ela balança a cabeça e fecha os olhos não é estranho ela nem mesmo ter percebido a pequena queda da pilha de livros desse clássico, pego o velho livro em mãos em me aproximo dela perto o elevador.

"Ei" toco seu ombro e ela vira rapidamente para mim me olhando quase parada, posso apostar que vi sua pupila se dilatar, eu a assustei.

"Deixou cair" a mostro o livro.

"Você..." o som assustado saí da sua boca.

"Eu" olho em volta o passar de caras com caixas.

"Você..." ela diz novamente.

"Eu" ergo as sobrancelhas com a situação.

"Digo...É obrigada. Nossa!" Ela me olha mais uma vez.

"É um belo clássico pra se deixar cair por aí" ponho o livro de volta na pilha.

"O danado quis criar pernas e voar...quer dizer asas" a vejo balançar a cabeça de um lado pro outro em repúdio.

"Prazer, Niall Horan" lhe estendo a mão.

"Prazer eu sou...Elisa " ela tenta me cumprimentar mas não consegue se soltar da caixa.

"Quer saber...tudo bem" recolho a mão.

"Certo. Ei cuidado com isso" vejo sua dor ao vê os caras levando as caixas feitos brutamontes.

"Se mudou?" Enfim aperto o botão chamando o elevador.

"Sim...sim...sim" ela tenta arrumar os óculos mas as mãos estão na caixa.

"Deixe eu a ajudar" tento pegar a caixa.

"Não precisa...imagina só você...Não precisa mesmo" ela está visivelmente envergonhada.

"Deixe eu ajudar de outra maneira" me aproximo e arrumo seus óculos.

"Muito obrigado" suas bochechas coram no mesmo momento e abro um sorriso por isso.

"Querida aqui esta a chave" um senhor se aproxima e põe um molho de chaves na caixa.

"Obrigada papai" ela abre um sorriso mais sem jeito ainda.

"Sou Enrico Standards" o vejo estender a mão e o cumprimento.

"Eu sou Niall Horan" falo em seguida.

"Eu sei, conheço você" ele abre um sorriso.

"Papai..." ouço a voz da Elisa mas não a ouço completar.

"Sério? Da onde?" É meio estranho, pessoas dessa idade não me conhecem na maioria das vezes.

"Das paredes do quarto da minha pequena" o ouço e abro um sorriso enquanto vejo a Elisa revirar os olhos.

"Ahh nossa, que bom" até mesmo eu fiquei meio nervoso na situação.

"Obrigado, Pai" ela fala dura.

"De nada pequena" ele simplesmente saí e ela revira os olhos.

"Chegou" falo assim que o elevador chegar.

"Desculpa por isso" sua voz se mistura ao sinal das portas se fechando quando estamos dentro do elevador.

"Pelo o que?" A olho segurando o riso.

"A inconveniência do meu pai" ela segura a caixa com força ao ponto de rasga-la.

"Então é minha fã?" Abro um sorriso que nem mesmo percebi que estava no meu rosto.

"Sim, olha sério...me desculpa" ela rir bem nervosa.

"Não, tudo bem" olho minhas correspondências.

"Você mora no meu andar" ela me olha surpresa.

"Acho que sim" olho o botão que apertei ao entrar.

"Estranho, vocês...famosos não moram nas coberturas da vida?" Seu óculos volta a cair.

"Não é nosso habitat natural. Na verdade eu me sentiria ainda mais sozinho em uma cobertura da vida. E além do mais quase não paro aqui" arrumo seu óculos novamente e a vejo corar.

"Certo" ela roda de um lado pro outro mesmo no lugar.

"Você poderia me emprestar um livro que tal?" Não sei por qual motivo mas simpatizei com essa baixinha estranha.

"Aqui, pegue esse segundo" ela fala ao mesmo instante que o nosso andar chega.

"Obrigado" pego o mesmo.

"Até mais" ela abre um grande sorriso.

"Até mais" fechamos a porta no mesmo instante.

×××××

Até que fim a tão esperada fan fic com o Nini espero que gostem.

Uma pequena esperança| Niall HoranOnde histórias criam vida. Descubra agora