Capítulo 8

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Olá, meus amores. Como estão? Bem? Espero que sim.

Provavelmente vocês não sabem mas eu, de vez em quando, coloco citações dos capítulos que estou a escrever para vos espicaçar um pouco a curiosidade antes de não terem o capítulo todo para vocês o devorarem como se não comessem (lessem) nada há milénios. Agora já não faz muito sentido, o capítulo já cá está, mas se quiserem saber novidades deste e de outros livros que eu escrevo, podem aceder aqui à minha página e meter um gosto que assim sabem logo ;P

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se por acaso o link não der aqui, é o mesmo que se encontra na minha descrição no vosso cantinho esquerdo. 

Vocês já devem estar a mandar vir comigo, por isso não vos chateio mais, tomem lá o capítulo acabadinho de escrever e revisto.






Tinha passado um mês desde o incidente que levou o Pedro a ficar no Piso Médico durante uns dias. Foram poucos, mas dolorosos para ele.

Contudo, ele já se encontra na possa das suas totais capacidades físicas. Se bem que ainda lhe doí um pouco quando se ri ou espirra. Sei que é um pouco mau da minha parte, mas só me consigo rir quando o vejo a fazer uma careta de desconforto. Já eu, tive de voltar ao Piso Médico no dia no dia seguinte, no momento dos treinos. A luta com o Pedro acabou por me trazer mais danos do que umas simples nódoas negras e uma dor incomodativa no maxilar. Não tinha sentido dores até ao momento em que tive de lutar no treino a pares. Assim que agarrei na minha adversária, um pequeno empurrão dela trouxe-me uma dor lancinante no ombro. Pela primeira vez, fui derrubada e fui direitinha para o Piso Médico para descobrir que tinha o ombro deslocado. O Pedro tinha-me deslocado o ombro quando me desequilibrou e eu choquei com o tapete.

– Não consigo perceber como não sentiste dores. Um ombro deslocado não é como um arranhão. Não é algo que quase não damos por isso. – Mas eu sei porque não o senti. Primeiro, foi a adrenalina da luta; depois, a confusão toda no Piso Médico com o Pedro e o encontrar o médico e acabar a perder-me; o sonho dessa noite não me ajudou a me acalmar ao ponto de sentir dor; e, por fim, a atenção das crianças, que, com as suas perguntas, me recambiavam ao passado traumático dos Testes e impediam que a dor se sobrepusesse aos outros sentimentos que me consumiram.

Sento-me num banco do refeitório, submersa nos meus pensamentos. O ombro ainda me incomoda quando faço movimentos bruscos, mas a dor diminui de dia para dia. Olho para a frente, para ver o Pedro sentado na mesa, rodeado de um monte de gente que se ri de algo que ele acaba de dizer.

Fecho os olhos e suspiro.

– Sentes-te melhor do ombro? – Abro os olhos, descobrindo que a Mia está ao meu lado.

Assinto.

– Está como novo. – Declaro, sorrindo-lhe. – E como é que tu estás? Não te tenho visto ultimamente.

Os seus olhos cor de mel estão mortiços pela privação de sono, mas, mesmo assim, ela sorri-me docemente.

– Ah, não é nada. – Abana-me uma mão, desvalorizando o assunto. – Coisas da área genética. Estamos a passar para uma fase experimental avançada nas aulas e isso exige mais tempo do que uma aula normal. – Olha-me seriamente. – Mas, certamente, irás saber disso daqui a nada.

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