A primeira coisa que faço ao chegar em casa é tomar um bom banho para tirar aquele cheiro de hospital.
— Filha eu posso entrar?- pergunta minha mãe ao bater na porta.
— Claro mãe, entre- digo tentando desembaraçar meu cabelo.
— Quer ajuda?- pergunta ela ao perceber meu pequeno probleminha.
— Seria ótimo- digo lhe entregando a escova e olhando através do espelho da penteadeira ela estiver meus cabelos tranquilamente.
— Aconteceu alguma coisa?- pergunto quando ela para e fica olhando seu próprio reflexo no espelho.
— O corpo do seu pai foi liberado ontem à noite o velório e o enterro serão hoje a tarde- diz minha mãe, agora olhando para mim através do espelho.
— Bom sendo assim vou escolher um dos meu vestido pretos- digo me levantando e indo até meu closet.
Escolho um vestido preto, rendado que vai até o meio das cochas com babados pretos na parte de baixo e um par se salto altos pretos para combinar.
— Tem certeza que você quer ir? Pode ficar se não estiver bem- diz minha mãe preocupada, sentada em minha cama.
— Mãe eu já lhe disse que estou bem e afinal ele era meu pai- digo e só então vejo como essa palavra "era" soa estranha saindo da minha boca. Acho que vou demorar um tempo para me acostumar com minha nova realidade.
Minha mãe me abraça, tentando me passar algum conforto, deposita um beijo em minha testa e sai, provavelmente para se trocar para o velório.
Algum tempo depois desço as escadas já arrumada e as primeiras pessoas que encontro são meu irmão Felipe, usando uma camisa preta com uma calça jeans preta e um casaco de couro também preto.
Já sua esposa Isabela estava usando um vestido de renda preta, manga comprida e ia até seus pés, onde está usava um par de salto altos pretos, parecidos com os meus.Uma das poucas coisas que eu e Isabela tínhamos em comum era o gosto por salto altos.
— Você está linda- diz Felipe assim que eme vê.
— Obrigada, onde está nossa mãe?- pergunto me sentando ao lado de Isabela. Já Felipe preferiu ficar de pé mesmo.
— Procurando por mim?- pergunta minha mãe descendo as escadas. Ela está usando um vestido parecido com o meu preto, que ia mais ou menos até a altura dos joelhos, com renda e salto alto preto.
— Bom acho que agora nois ja podemos ir- diz Isabela se levantado.
— Ainda não. Onde está Natália?- pergunta minha mãe passando os olhos por todos os presentes na sala.
— Estou aqui senhora- diz Natália ao adentrar a sala de estar, sendo analisada de cima a baixo por Isabela, que a olhava com desprezo.
Natália usava um vestido preto, mais ou menos do tamanho do meu, com detalhes em renda.
— Ela vai com a gente?- pergunta Isabela sem conseguir esconder sua indignação.
— Sim ela vai, afinal era o patrão dela- diz minha mãe como naturalmente.
Vamos em dois carros. Em um eu, minha mãe e Natália e no outro Felipe e Isabela. Todo o percurso da minha casa até o cemitério foi feito em silêncio e sinceramente eu achei melhor assim.
Logo que estaciono o carro no estacionamento do cemitério, um bando de paparazzis vem ao nosso encontro. Coloco meus óculos escuros e saio do carro junto a minha mãe e Natália.
— Com licença senhora Albuquerque, or acaso vocês ja sabem quem foi que matou o seu marido e por que?- pergunta uma jornalista ruiva dos olhos verdes, para minha mãe.
— Senhorita Albuquerque vocês ja sabem quem é que vai assumir a presidência da Elegância Cosméticos?- pergunta para mim, um homem Loiro doa olhos azuis.
É sério Isso? Meu pai nem ao menos foi enterrado e esses urubus ja querem saber quem vai ser o novo presidente da empresa.
Mesmo morrendo de vontade de responder aquela pergunta, com certa ignorância admito, meu contenho e passamos pelos jornalistas sem responder uma só pergunta.
Logo que chego ao local onde está acontecendo o velório, sou envolvida pelos braços de meu namorado, Lucas.
Lucas é um pouco mais alto que eu, tem cabelos escuros, olhos castanhos e um bom porte físico.
Eu conheci Lucas na faculdade, ele estuda para ser policial, assim como seu irmão mais velho o delegado Marcos. Ele havia ido ver sua tia avó no interior, provavelmente minha mãe deve ter ligado e contado o que aconteceu.— Como você está meu amor? Vim assim que a sua mãe me ligou- não disse.
— Eu estou bem, obrigada por vim...- mal termino de falar, sou cortada pelos lábios quentes de meu namorado e meu Deus como eu senti falta dele.
Comprimento mais algumas pessoas conhecidas e outras não, sempre com Lucas ao meu lado.
Não haviam muitas pessoas no velório, nossa família é pequena e a maioria das pessoas que compareceram eram sócios ou colegas empresarios do meu pai.Tudo corria bem até que uma mulher em especial que eu não fazia a mínima ideia de quem era, chamou a minha atenção. Ela era morena de olhos castanhos, usava um par de saltos não muito altos e um vestido simples preto.
— Você o conhecia bem?- pergunto por trás dela, assustando a mesma.
— Um pouco- diz ela voltando a olhar para o caixão lacrado.
— Você é esposa de algum empresário?- pergunto tentando descobrir um pouco mais sobre ela.
— Sou uma amiga, apenas uma amiga- diz ela em um tom amargurado.
— Qual o seu nome?- pergunto chamando sua atenção novamente para mim.
— Patrícia, meu nome é Patrícia- diz ela e congelo. Não acredito que essa mulher teve a audácia e a burrice de aparecer no enterro do meu pai com toda a minha família reunida.
Então essa é a "famosa" patrícia, ela era a amante do meu pai todo esse tempo. Realmente ela é muito bonita. Acho que só não fiz um escândalo por causa da minha mãe e de todos os influentes empresários presentes.
— De o fora daqui imediatamente e nunca mais se atreva a chegar perto da minha família entendeu?-digo seria.
— O que? Quem você acha que é pra falar assim comigo?- pergunta ela incrédula.
— Eu sou Alice Cavalcante Albuquerque- figo levantando meus óculos escuros para encara-la bem no fundo dos seus olhos.
Vejo a mesma arregala os olhos e me olhar com raiva, mas mesmo assim ela se vai, batendo o pé, como uma criança mimada.
Depois do velório foi o enterro. Chego em casa, tomo um banho e coloco roupas confortáveis. Sento em minha cama com meu notebook nas mãos, entro no site do Detran e procuro o dono do moto com a placa ABO-0190
Nome: Antonio de Oliveira Medeiros
Modelo do veículo: XRE
Cor: Preta
Placa: ABO-0190De primeira, eu não acreditei no que vi. Antonio de Oliveira Medeiros é o advogado da família, meu pai confiava nele mais que tudo. Será ele o assassino?

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O grito da morte
Science FictionSinopse: Alice é uma garota aparentemente normal, até ter sua vida virada de ponta cabeça com a morte de seu pai e a descoberta de estranhos poderes sobrenaturais. Um assassino está a solta e cabe a Alice, com a ajuda de seu namorado Lucas e o irmão...