Capítulo 07 - Explicações

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A polícia chegou pouco tempo depois de ser chamada, entre os policiais estava Marcos, irmão mais velho de Lucas.

— Alguém pode me explicar o que aconteceu aqui?- pergunta ele com uma calma, que eu sinceramente não teria.

— Quando nois chegamos ela já estava assim- diz Lucas antes que eu conseguisse falar alguma coisa.

— E eu posso saber o que vocês faziam aqui?- pergunta ele desconfiado.

— Ela ligou pra Alice pedindo pra ela vir vê-la e eu vim dar uma carona pra ela- mente Lucas - Maia alguma pergunta?

— Sim, ao que tudo indica foi um suicídio- diz Marcos e fico sem acreditar que outra vez esse assassino sairá impune.

— Mas vocês não vão nem ao menos investigar? E se estiverem enganados, e se for um assassinato por exemplo?- digo com medo do que esse assassino pode fazer estando solto por aí.

— Assassinato? Duvido muito, e afinal não posso abrir uma investigação sem ter alguma prova que não foi um mero suicídio. Por acaso você sabe de algo que eu não sei Alice?- pergunta Marcos interessado.

— Não senhor- minto.

Acho que se eu disse que sou uma branshee, um ser capaz de prever a morte ele iria achar que eu sou louca.

Lucas e eu vamos embora e deixamos a polícia fazendo o seu trabalho. Entramos no carro dele em silêncio, mas sei que tenho muita coisa pra explicar. Pouco tempo depois paramos em uma lanchonete, ele desce primeiro, ainda sem dizer uma palavra, desço logo em seguida.

— Bom, pode começar a se explicar- diz ele sentando se em uma mesa no fundo da lanchonete.

— Eu nem sei por onde começar...- digo me sentando de frente pra ele.

— Que tal pelo começo- diz ele irônico.

— Bom tudo começou com a morte do meu pai-digo me lembrando dos tiros atravessando o vidro- Eu estava com um pressentimento ruim, então eu resolvi ir dormir um pouco e de algum jeito que eu não sei explicar eu sonhei com a morte dele sabe, em tempo real. Era como se eu estivesse lá, eu vi o momento exato em que os tiros atravessaram o vidro do carro- tento explicar, mas não sei se ele acreditou, pra falar a verdade, acho que nem eu mesma acreditaria em mim.

— O que você quer dizer, que você é vidente por acaso?!- pergunta ele descrente. Não falei!

— Na verdade acho que o termo certo é branshee- digo e vejo o mesmo gargalhar- Eu sei que parece loucura mas não é!

— Ta então vamos supor que você não esteja louca, então você também sonhou com a morte daquela mulher?- pergunta ele no mesmo momento em que uma garçonete, morena dos olhos castanhos se aproxima de nois.

— Com lisença, já sabem o que vão querer?- pergunta ela enquanto analisa o belo corpo do MEU namorado.

— Eu quero uma coca-cola e um pastel de frango- responde ele olhando o cardápio, sem da bola para ela.

— E quanto a senhorita?- pergunta ela dessa vez olhando meio sem jeito pra mim.

Reviro os olhos.

— Um suco de manga e um pastel de queijo- peço. Ela anota os pedidos e sai.

— Voltando ao assunto, as vezes as visões vem em forma de sonhos, outras vezes são só flashes, cenas desconexas- explico.

— Ok agora falando sério?- fala ele, mas sinto que mesmo parecendo loucura ele quer acreditar em mim.

— Eu estou falando muito sério, na verdade acho que nunca falei tão assim antes na minha vida- digo sinceramente, com seus olhos grudados nos meus, tento lhe passar seriedade e confiança.

— Isso é...- ele não sabe mais o que falar.

— É loucura eu sei, mas preciso que você acredite em mim, você acredita? Pelo menos está tentando?- pergunto esperançosa, de que ele acredite em mim.

— Eu preciso de um tempo pra pensar- diz ele passando as mãos pelos cabelos negros curtos. Neste momento a garçonete volta com nossos pedidos.

— Aqui está- diz colocando delicadamente sobre a mesa.

— Obrigada.

Tanto eu quanto Lucas comemos nossos lanches em silêncio, eu  sinceramente prefiro assim, sei que ele está tentando absorver as minhas palavras.

— Eu vou...pagar a conta- avisa ele se levantando e indo em direção ao caixa e reparo em como a calça que ele está usando se molda ao seu corpo, se colando no mesmo enquanto ele anda.

E pensar que até pouco tempo atrás meus sonhos se resumiam a terminar a faculdade, me casar com esse com esse homem maravilhoso que apareceu na minha vida e ter filhos talvez.

— Vamos?- pergunta ele me tirando de meus devaneios.

— Claro- digo me levantando meio a contra gosto.

Quando estávamos indo para o carro estacionado no outro lado da rua começo a sentir novamente aquele mal pressentimento, limpo minha mente e vejo um carro desgovernado vindo em nossa direção, Lucas me empurra pro lado mas o carro ainda o atinge.

Volto ao mundo real e vejo q já estamos quase atravessando a rua e já consigo ver o carro preto se aproximando, não dá pra ver o motorista porque os vidros são escuros.

Puxo o braço de Lucas e vejo o carro passar bem na nossa frente. Ele da a volta e vem novamente na nossa direção, ele realmente queria nos atropelar. Lucas me empurra de volta pra dentro da lanchonete, o motorista abaixa o vidro do carro e começa a atirar com um revólver.

— Se abaixem- manda Lucas e todos os que estavam no estabelecimento se abaixam para se proteger dos tiros.

Ao perceber que não iria conseguir nada aqui o motorista do carro guarda a arma, sobe o vidro do carro e vai embora pelo mesmo caminho que veio.

— Como você...- pergunta Lucas assim que nos levantamos.

— Acredita em mim agora?- pergunto me referindo ao fato de te-lo salvado de ser atropelado.

— Acho que sim- responde ele ainda absorvendo tudo o que acabou de acontecer


Gente desculpem a demora, é que eu ando muito ocupada com alguns trabalhos escolares❤ então por favor tenham paciência comigo.

O grito da morteOnde histórias criam vida. Descubra agora