Ao chegarmos na cidade onde ocorreria o Campeonato, pegamos nossas bagagens e seguimos para o hotel onde passaríamos a noite e voltaríamos no dia seguinte, de manhã. Tinha resolvido não ficar mais chateada por causa da Isabela e decidi entendê-lo, afinal ele a perdeu muito cedo e eu conseguia imaginar o quanto ainda doía nele ter que ficar sem ela.
Não havia classificação de quartos, o que me permitia ficar no mesmo quarto que Victor. Ele me puxava delicadamente pela mão e me guiava até o quarto onde ficaríamos, com uma cama de casal, um frigobar, uma TV, armário e um banheiro pequeno, que cheirava a produto de limpeza.
Logo ao abrir a porta do quarto, Victor foi se jogando na cama de casal, de barriga para baixo, e a posição que ele ficou marcava ainda mais os seus músculos, o que eu achava bem atraente.
– Vem cá, fica comigo – Victor me chamava e alisava o cabelo com a mão, de um jeito que eu achava charmoso.
Tranquei a porta e me deitei ao seu lado e não disse nada, ficamos a trocar olhares e ele tentava comentar com o olhar sobre o cheiro daquele banheiro e contraía o nariz de um jeito engraçado.
Repentinamente, ele passou a mão nas minhas costas, por baixo da blusa, o que me fez arrepiar lentamente por causa de suas mãos frias.
Eu me virei de barriga para cima e ele subiu sobre mim, me beijando ardentemente. Eu passava a mão sobre os seus cabelos escuros e chutava com meu pé um de meus tênis, a fim de tirá-lo. Tirei o outro e fiquei apenas de meias.
Victor não hesitou e puxou sua blusa por trás de sua cabeça e a tirou pela frente. O calor de seu corpo ia de encontro ao meu e ele abaixava uma das alças da minha blusa devagar.
– Eu não tô pronta – confessei. Seus lábios estavam pressionados contra o meu pescoço e ele estava tão concentrado que não chegava a me ouvir. – Eu não tô pronta – repeti.
Ele parou de me beijar e sorriu. Fiquei surpresa por ele não ter ficado chateado e ter me entendido. Eu queria, juro que queria, mas tive vergonha por ser inexperiente. Victor com certeza já tinha prática e eu não queria arriscar estragar tudo com o garoto que eu mais gostava no universo.
– Você nunca tentou? – disse rindo e então me beijou.
– Você tá debochando de mim? – disse e fiz bico.
– Não, só acho engraçado alguém tão bonita como você nunca ter tido oportunidade.
– Oportunidade eu tive, inclusive com Matheus, mas eu sempre quis ter certeza que era com alguém especial.
– Se você não tiver certeza, tudo bem – os seus olhos verdes me encaravam e me passavam confiança.
– Mas eu quero. Eu confio em você. Mas tenho medo.
– Isso é normal, Cla. Não fique amedrontada. Se você realmente quiser, a gente vai aos poucos.
– Eu quero, Victor. Pela primeira vez na minha vida, eu tenho certeza do que quero.
Nós trocamos de posição, dessa forma eu fiquei sobre ele e então ele tirou a minha blusa. Minha cintura foi tomada pelas mãos de Victor, que subiam e desciam, acompanhando as curvas.
– Eu não sabia que a minha garota tinha um corpão assim – fiquei tão envergonhada que não conseguia encará-lo. Nunca havia ficado seminua na frente de ninguém, muito menos nua, e a vergonha vinha acompanhada do medo. Minhas mãos passaram sobre o seu peitoral e eu deslizei o meu corpo sobre o dele, até a sua boca. Nos beijamos e estávamos tão conectados que as mãos sempre-tão-frias de Victor já estavam transpirando.
– Você está, sem tirar nem por, sexy – ele disse enquanto seus olhos percorriam todo o meu corpo, o que fez com que as minhas mãos ficassem trêmulas. Ele beijou o meu ombro, subindo pelo pescoço e chegando à minha boca. – Voc... – eu o interrompi, colocando meu dedo indicador sobre os seus lábios rachados de frio.
– Não fala nada, só me beija – interceptei.
A luz do Sol de meio-dia, vinda da janela do quarto de hotel, batia em minhas costas e iluminava o rosto de Victor, o deixando com as bochechas rosadas. Ele me segurava com força, o que me passava segurança. Seu perfume estava por todo o meu corpo naquele momento, e eu tive certeza do que estava fazendo. Por fim, me entreguei.
