Terça, 19 de maio de 2015
Airplanes cut through the clouds like angels can fly
we'll never dieLuke esperava ansiosamente em frente à porta de entrada da aparente casa dos Clifford. Ele não sabia dizer quanto tempo havia demorado até uma mulher aparecer e atender-lhe com um sorriso no rosto um tanto quanto forçado.
"Olá?" disse a mulher sorridente.
"Oi, eu sou Luke. Michael está?" foi direto ao ponto, vendo a mulher arregalar os olhos por apenas um segundo, logo voltando a forçar outro sorriso ao assentir.
"Está" respondeu, sem sair do lugar ou lhe dar passagem para entrar.
"Então, posso falar com ele?"
"Certo" ela disse, afastando-se para que Luke pudesse entrar.
Luke viu-se dentro de uma sala de estar comum. Com um grande sofá florido e uma poltrona combinando, uma pequena televisão e uma estante de madeira. Nas paredes amareladas, quadros faziam a decoração da melhor maneira, com molduras grossas e fotos da família unida, feliz. Uma grande encenação, ele pôde notar. Algumas fotos de um garotinho, ainda bebê, chamaram-lhe a atenção e ele virou-se, procurando à senhora Clifford com o olhar e vendo-a aparentemente perdida.
"Este é o Michael?" perguntou, apontando para a foto. A mulher focalizou seus olhos verdes em Luke e concordou. "Ele era fofo" comentou.
"Ele está no quarto, é a última porta à esquerda" informou, aparentemente sem se importar com o elogio.
A verdade? Luke estava com medo do que iria encontrar. Aquela família era estranha demais. Perfeita demais nas fotos. A mãe agia constantemente como se temesse algo. Luke não ouvira ruído algum além dos que ele mesmo fazia. Era tudo muito estranho. Mas ele precisava continuar; elogiar fotos de seu namorado quando ainda era um bebê não o levaria a lugar algum.
Luke resolveu colocar suas pernas para funcionar e agradeceu com um aceno de cabeça antes de sair daquele cômodo e dirigir-se ao quarto de Michael.
O ar que pairava sobre o corredor levemente escuro parecia denso – ou aquilo seria a mente assustada de Luke lhe pregando uma peça? Enquanto caminhava vagarosamente, ele passou por outras três portas antes de finalmente chegar a que lhe fora indicada anteriormente.
Com relutância, Luke bateu sua mão em punho sobre a porta de madeira, sentindo o olhar da senhora Clifford em si. Ele esperou, sem obter resultado. Então decidiu girar a maçaneta. Ao entrar, Luke deu um passo para trás com os olhos arregalados, assustando-se de imediato com a cena estranha que encontrara.
O quarto era simples, com uma cama velha, um guarda-roupa de madeira e uma cômoda gasta. Mas aquilo não o assustara. O que realmente lhe causara um susto fora o que estava nas paredes. A tinta azul quase não podia mais ser vista pela quantidade de palavras escritas em vermelho e preto. Luke encarou as paredes, notando que palavras ruins, xingamentos, palavrões e frases completas de ódio estavam escritos no tom vermelho. Enquanto isso, em preto, as frases se assemelhavam mais com letras de músicas, certamente escritas pelo próprio Michael.
Luke passou seus olhos por algumas frases, ignorando as coisas horríveis escritas em vermelho que sequer pareciam ter sido escritas pelo seu namorado, mas ele sabia que ele havia feito aquilo. Suas sobrancelhas permaneciam franzidas, perguntando-se o porquê de Michael cobrir as paredes com todas aquelas palavras.
"Cause I've got a jet black heart and there's a hurricane underneath it."
"A castle of facade of make-believe."
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sounds good feels good • muke
FanfictionMúsicas são resultados de experiências vividas, sejam estas boas ou não. Músicas contam histórias. Músicas são a história. Elas envolvem todo o tipo de sentimento: amor, desejo, mágoa, perda. Essa não é uma história sobre como o doce e inocente Luk...