Hey Everybody

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Sexta-feira, 1 de maio de 2015

Hey everybody, we don't have to live this way
We can all get some
Yeah, we can all get paid

Luke acordou naquele dia desejando que não tivesse acordado. O primeiro dia do mês era o pior dia do ano para ele.

Por quê?

Porque era o dia de pagar o aluguel do apartamento e, oh, também era o dia de pagar os cartões de crédito que ainda lhe restavam.

Luke choramingou, desejando voltar no tempo para não estourar o limite dos cartões e quem sabe arrumar um emprego.

Não, definitivamente ele nunca arrumaria um emprego, ele tinha Michael!

E falando no garoto de cabelos coloridos, Luke estava ligando para ele.

Aquela cena se repetia tantas vezes que chegava a ser entediante. Primeiro, Luke se arrependeria de ter gasto muito – coisa que ele já havia feito – depois, ligaria para Michael e este encontraria algum dinheiro que serviria para pagar tudo. Por último, ele prometeria não gastar tanto neste mês, mas todos nós sabemos que ele gastará e tudo irá se repetir no próximo dia primeiro.

Mas desta vez não.

"Alô, Michael? Amor, sou eu, Luke."

"Que dia é hoje?" Michael questionou sonolento do outro lado da linha. Ser acordado pelo namorado era uma coisa que ele detestava, mas que infelizmente sempre acabava acontecendo.

Luke suspirou. "Dia primeiro".

"Já era de se esperar, você só me liga nesse dia" o outro ficou em silêncio. "Quanto?"

"Eu escondi dinheiro no porta-luvas do seu carro todas as vezes que saímos com ele, acho que tem o bastante."

"Diga, por favor, que você não estourou nenhum cartão de crédito."

"Foi só um, eu juro. O limite era só 800 dólares."

Luke conseguia ouvir alguns sons estranhos do outro lado, o que significava que Michael estava se arrumando para sair.

"Nós precisamos conversar."

E, com isso, a ligação foi encerrada.

E Luke chorou.

Ele nem ao menos sabia o porquê de chorar, mas apenas chorava, ele deveria fazer isso. De certa forma, Luke estava se preparando para o que viria a seguir.

A única coisa que Luke tinha certeza era: Michael estava puto.

Ele também sabia que "nós precisamos conversar" em um tom mais sério que um dia já fora não era um bom sinal. Quando Luke era pequeno e aprontava alguma coisa no colégio, sua mãe lhe dizia o mesmo assim que deixavam a diretoria, o que resultava em sua bunda ardendo pelo resto do dia e olhos inchados por chorar muito.

Mas da primeira vez que ele ouviu isso de Michael, quando ele jogava pedras em sua janela a meia-noite, o resultado fora um pedido de namoro numa praia – e também uma foda a luz da lua, diga-se de passagem.

Da segunda vez que o colorido dissera isto a ele, os dois quase terminaram.

Então, reformando minha frase original, Luke tinha certeza de duas coisas.

E, oh, ele tinha também uma dúvida: este era o fim de seu namoro?

***

sounds good feels good • mukeOnde histórias criam vida. Descubra agora