In the darkness / h.s

05.05.2016

                                                    (parte dos cinco capítulos extras)

"-Audrey , você é estéril"

 Essa resposta rodeava minha cabeça enquanto saia do consultório , sem rumo , somente andando , pensando que vou parar em algum lugar , que talvez faça sentido.Mas o maior dilema em minha cabeça , é , se eu e Harry não teremos filhos , aonde essa relação irá acabar?Se ela já não acabou , quase nunca nos vemos , quase não trocamos palavras , porém quando vejo seu lindo sorriso de manhã , acho que isso só será uma fase , mas se ela nunca acabar?

O único passo que esse relacionamento pode alcançar é o casamento , mas as pessoas se casam para criar uma família , e acho que isso não conseguiremos criar , acho que mesmo se adotarmos , não serei capaz de amar a criança , sempre sentirei uma dor eterna por não conseguir ter-la gerado , sinto que sou egoísta demais para amar uma criança que não saiu de mim , mas pelo Harry , tentarei todos os meus esforços para conseguir , todos.

Vou andando devagarinho pelas frias ruas londrinas sem saber o que fazer , certamente não conseguirei falar para os olhos verdes a verdade , a única pessoa que eu poderia falar era Tresha , mas tenho ignorado suas mensagens desde que saí do PPH , não por ela , mas sim pelo o que ela me lembra , eu a amo , porém não conseguia , quando lia as mensagens chorava silenciosamente no banheiro com todo o meu corpo doendo.

 Decido pegar um taxi para o hospital psiquiátrico , e entro direto pela parte de trás , vejo que meu antigo quarto agora é ocupado por um menino que fica lendo poesias depressivas , e me direciono diretamente a janela ao lado . Vejo Tresha com seu lindo sorriso vendo televisão e dou duas batidinhas na janela.

"-Oi"-diz ela com seu sorriso e seus cabelos loiros brilhantes como se eu não a ignorasse a meses.

"-Desculpa por tudo, tudo mesmo , mas eu preciso te dizer uma coisa , eu sou estéril"-digo nervosa

"-Pode entrar , temos muito o que conversar"-fala ela com um tom sério

 E ficamos um bom tempo conversando , ela me disse que Jack foi embora e agora namora uma universitária , e que sem eu aqui os dias tem sido dificíes  , e me disse o de sempre , se Harry não aguentasse a barra para eu morar escondido em seu quarto enquanto setembro não chega .

 Meu telefone começa a vibrar loucamente e me toco que deve ser o menino das tatuagens querendo saber como eu estou.

Harry namorado : Como foi lá?Teremos uma longa conversa essa noite?

Harry namorado : Audrey , estou preocupado , me responda

Harry namorado : Já vi onde você está , estou indo para aí

 Ele chegou a tempo e me encontrou do lado de fora do PPH olhando para a janela de Tresha , porque nada da nossa conversa nunca aconteceu , ela se suicidou semana passada , e o enterro será amanhã , e eu não tenho coragem de ir , porque sei que fiz errado com ela , as duas pessoas que ela mais amava a abandonaram, e mesmo Dra.Ella tentando , ela fez , se jogou do topo do prédio.

 Estava eu sentada chorando no traçado onde o corpo da minha melhor amiga caiu , se você pensar é uma cena mórbita , mas eu realmente não me importava , aquele momento estava doendo mais do que quando chorava silenciosamente lendo suas mensagens , e sabe o pior? Mesmo voltando ao tempo eu não teria emocional para responder suas mensagens , e pelo o depoimento de Jake , nem ele.

"-Você se afundou nos momentos da sua cabeça?"-pergunta a voz grossa enquanto me vê fazendo um sinal de sim com a cabeça "Sei que a dose foi grande hoje , vamos voltar para casa"-diz me puxando para um carro 

"-Harry , mesmo por onde a vida me levar , só volto para Londres por conta do processo , depois nunca mais irei voltar"-digo o olhando dirigir

"-Se isso não for um adeus a mim indiretamente , eu não volto com você , tanto para mim quanto para você as lembranças daqui não são boas"-diz a voz grossa com a maior sinceridade do mundo 

 Chegamos na nossa casa parisiense depois de longas horas dirigindo , e tivemos a tão esperada conversa , o expliquei tudo , e bem , ele não disse uma palavra , e acho melhor não tocar no assunto , para ele deve ser pior do que para mim , ele aguenta tudo o que eu aguento , mas isso é pior , bem pior

 Deito na cama macia e dou uma relaxada instantânea , logo sinto a silhueta do meu namorado vendo atrás e depositando suas mãos grossas na minha cintura , e puxando meu ombro para um beijo suave

"-Eu te amo , não importa se você pode ter filhos ou não, as vezes só nós dois é ate melhor"-diz sussurrando em meu ouvido , e após o meu sorriso de que tudo daria bem , caio no sono