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Abri a porta do 794 e... Bom, era confuso.

Sehun tinha o rosto umedecido por lágrimas e Kai andava de um lado para o outro no quarto, com as mãos puxando os fios escuros.

Quando o moreno me viu, parou o que estava fazendo e me encarou.

-O que...- fui interrompido pelo mesmo, que veio até mim e me puxou pra fora do quarto pelo pulso, parando no corredor e fechando a porta atrás de nós.

-Tem certeza que é esquizofrenia que está escrito na ficha dele?- ele perguntou cruzando os braços, nervoso.

-Claro que sim!- respondi sem entender onde ele queria chegar- não tem como errar uma coisa dessas.

-Ele não tem esquizofrenia, ele não pode ter!- disse gesticulando- Eu não sei se você percebeu, mas ficou mais de quinze minutos fora. Eu já conversei com um esquizofrênico, definitivamente não é a mesma coisa, Luhan-ssi.

-Kai, isso é muito sério- falei firme- errar a ficha de um paciente pode causar um problema enorme.

-Eu sei! Por isso eu estou tão preocupado. Classificaram ele com uma doença que ele não tem. Se ninguém percebesse, iam tratar ele errado e talvez ele piorasse ou criasse alguma coisa na cabeça. Eu só... Eu tenho certeza que ele não tem tantos problemas quanto foi classificado.

-Vamos fazer assim, na minha sala, acho que em cima da mesa, tem um envelope pardo com todo o histórico da vida do Sehun. Não importa como eu consegui, mas eu vou confiar em você pra estudar aquilo.

-Tem certeza?- disse receoso- digo... Eu não tenho medo de perder aquilo, mas eu sou seu fellow há horas, tecnicamente você não me conhece.

-Eu confio em você. Agora vai! A senha da minha porta é 7232. Tudo que você precisar tem lá.- disse dando um tapinha em seu ombro, fazendo o mesmo acelerar o passo até o elevador.

Sorri e entrei de volta no quarto do mais novo.

Ele estava com o corpo totalmente coberto pelo tecido do lençol branco, provavelmente nem notou minha presença no quarto no início.

Me sentei no espaço vazio do colchão e segurei a costura do pano, tirando da frente do rosto do mais novo.

-Por que está chorando- me aproximei- quer me contar o que aconteceu?

-Eu... Nada- ele balançou a cabeça- não é por nada.

-Nada...- mordi os lábios segurando um sorriso- eu não considero "nada" uma resposta.

-Eu realmente não sei se tem motivo- retrucou suspirando- eu não costumo contar as coisas pra ninguém.

-Bom, você tinha pedido para que fossemos amigos... Confie em mim- pendi minha cabeça pro lado.

Ele começou a rir baixo, me deixando confuso.

-O que foi?- perguntei

-Às vezes você parece uma criancinha- ele disse apoiando a cabeça nas mãos- é divertido

Cerrei os olhos, aliviando a expressão em seguida.

-Aish, duvido que pareça tanto- cruzo os braços bufando e quando percebo que meu ato foi extremamente infantil, arrumo a postura, fazendo o mais novo gargalhar.

-Você acabou de admitir silenciosamente que se comporta igual criança- disse ainda sorrindo.

-Tudo bem, eu admito...- disse abrindo um pequeno sorriso- mas eu sou infantil só com que eu confio.

-Então você confia em mim?

Coloquei a mão na boca no momento em que percebi o que havia dito.

Lucky One - HunHanOnde histórias criam vida. Descubra agora