Na segunda fui para o restaurante que estava pronto para a inauguração seria naquela semana, mas precisamente na sexta, todos os funcionários já tinham sido contratados, até mesmo os cozinheiros.
- Olá, bom dia sou a Chef Zoe Johnson. Você deve ser Eloise. – estendendo a mão e com um sotaque britânico.
- Sim.
- Oliver me falou muito de você. Nós nos conhecemos há muito tempo. Ele me pediu para lhe ajudar com a administração da empresa e ajuda-lo na cozinha também, ele me pediu isso ontem, muito a cara dele, mas eu falei que sim, estou de férias mesmo e já estava com saudades daquele corpo, ops... homem. – rindo.
Não acreditei que ele fez aquilo comigo, ele falou que me ajudaria com tudo, sabia que nos envolvermos daria problema e ainda manda uma das que ele já comeu para fazer isso, a fúria me subiu, precisava ter uma conversa com ele.
- Com licença. – sai em disparada e adentrando seu escritório.
- Como assim você manda alguém para me vigiar, você disse que eu poderia contar com você.
- Eu sou o dono dessa merda, faço o que eu quiser.
- A é assim agora? Você vai me tratar dessa forma? Falei que isso era um erro. Você não me escutou.
- Não sei do que você está falando Eloise, a empresa é minha, e eu administro como eu quiser se não está satisfeita. – apontando para a saída – ah e outra coisa, vê se cobre esse seu pescoço, consegui ver esse chupão desde a hora que você entrou.
Não queria ouvir mais nada vindo dele, ele é um escroto, sai em disparada, fui à minha sala, peguei minha bolsa e corri para a saída, quando fui abordada por Zoe – me puxando pelo braço, para ser mais exata.
- Aonde a senhorita vai? Temos trabalho a fazer, a inauguração é sexta.
- Estou indo embora, com licença.
Antes mesmo de ela conseguir falar alguma coisa a mais eu puxei meu braço com toda a força possível. Minhas lágrimas – que estavam sendo minhas companheiras diárias – começaram a cair em demasia, até que comecei a soluçar, não posso ficar nesse lugar não porque sou imatura, mas pelo fato de não dar para conviver com ele assim.
Não conseguia pensar direito, eu cometi dois erros em um só dia, transar com Oliver e estragar tudo com o Pedro, eu e minha mania de sabotar o que me faz bem, eu sou a pessoa mais estupida, não sirvo para ninguém, não consigo manter as pessoas perto de mim. Cheguei ao estacionamento tremula, deixei a chave do carro cair umas três vezes antes de abri-lo, não conseguia pensar em nada, queria minha cama, queria minha mãe – oh Deus – isso tudo é demais, nunca fui e nunca serei forte o suficiente.
Começou a chover e eu não diminui a velocidade, sentia os pneus do meu carro perder o contato do chão, várias e várias vezes, passei três sinais vermelhos, um deles levei uma multa, até que...