Décimo Quinto Capítulo - Oliver

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Não conseguia acreditar que Eloise era uma vadia – sim, uma V-A-D-I-A – como ela fez isso comigo? Depois de tudo... sim eu sei que ela se assustou porque não era o certo, mas sai na madrugada com o NAMORADINHO, depois de termos transado, não foi uma transa como eu queria, mas... nem sabia que ela tinha alguém.

Eu estava muito furioso quando Dereck me contou sobre o tal Pedro e no outro dia ela aparece na minha casa, com a maior cara de pau e um chupão – não vamos esquecer ele – cravado em seu pescoço – para lembrar: não foi obra minha – aquilo me deixou louco, não me lembro de quantas coisas quebrei em minha cozinha depois que ela foi embora.

Eu sabia que não conseguiria lidar com ela durante um tempo, precisava fazer algo, foi então que Zoe me mandou uma mensagem dizendo que estava morando no Brasil e eu tive uma ideia brilhante.

-"Hey pumpkin, estou em Brasília a cerca de um ano, só agora tive coragem de entrar em contato, sei que não terminamos da melhor forma, mas você é a pessoa mais especial da minha vida. Miss u."

Zoe foi à pessoa mais fofa, adorável e responsável que conheci em Londres, administrava dois restaurantes. Ela acabou se apaixonando por mim, mas eu não queria nada sério - nunca queria com ninguém – mas o "nosso relacionamento" foi legal no começo, muito sexo e mais sexo selvagem, depois ela começou a pedir exclusividade e disso eu não abriria mão, então terminou de uma forma não muito agradável.

-"Hey cupcake, preciso de uma ajuda sua, será que podemos conversar pessoalmente?"

Ela veio até minha casa na mesma hora, contei sobre o restaurante que tinha uma gestora, mas eu não poderia ajuda-la, pois estaria muito atarefado e ela era a pessoa mais competente que eu conhecia, precisava dela por três ou quatro horas diárias e pagaria bem por isso, para ela ser minha consultora e ajudaria a direcionar meu restaurante, não que eu duvidasse da competência de Eloise, mas no momento eu não poderia pensar em outra coisa, depois do que eu disse para Eloise, não posso arriscar meu negócio. Como eu esperava Zoe topou na hora, disse que esse mês ficaria de 6 a 7 horas no restaurante, pois estava de férias e não iria viajar para Londres, fiquei muito animado com aquilo, comemoramos bebendo muita caipirinha – sua bebida favorita no Brasil – com cachaça é logico, ficamos muito bêbados e acabamos transando, eu estava com tanta raiva de Eloise que queria machucar como ela me machucou.

Na segunda foi uma tragédia, eu estava zangado, arrependido – por transar com Zoe – e de ressaca. Zoe e eu fomos muito cedo para o restaurante, tentei focar em outras coisas, mas a minha frustração com Eloise predominava em minha mente – e claro a maldita ressaca – estava tentando esfriar minha cabeça quando ela entrou no escritório com tudo - não consegui ir para a cozinha e pedi para que Zoe resolvesse tudo – batendo a porta e fazendo minha cabeça latejar, quando a fitei vi aquele maldito roxo em seu pescoço pálido eu não conseguia parar de pensar outro cara dentro dela, ela gritando o nome daquele otário. Ela estava muito brava com a presença de Zoe, pelo visto já a conheceu, ela falou coisas que eu nem entendi direito fui grosso, estupido e apontei para a porta, ela saiu em disparada eu nem fiz questão de ir atrás dela, a tarde foi passando lentamente, eu olhava para o celular de minuto em minuto esperando para que ela me ligasse, mas nada aconteceu, foi então que tentei ligar e caiu na caixa de mensagem. Ela não queria falar comigo mesmo. Por volta das 18hrs recebi uma ligação.

-"Oliver... Oliver a Eloise... – Dereck falou, meu coração parou – Oliver você está ai? Ela está no hospital."

-"Onde?"

-"Brasília."

Desliguei o celular e corri para o meu carro, o que será que ela fez, oh meu Deus o que será que aconteceu?

Chegando ao hospital corri para o encontro de Dereck, muita gente chorando – acho que era a sua família – e não poderia ser coisa boa, me desesperei.

- O que aconteceu Dereck? – perguntei ofegante.

- Eloise sofreu um acidente de carro pela manhã, mas só fui avisado agora a pouco.

- Como... – será que foi culpa minha?

- Ela estava dirigindo em alta velocidade... – me olhando com uma dor e fechando os olhos – e não viu o sinal fechar, veio um caminhão e colidiu... – outra pausa – a sorte é que o caminhão bateu no lado do carona e não teve tanto estrago, mas ela teve algumas fraturas e uma costela perfurou o pulmão e acumulou sangue na caixa torácica, ela ainda não acordou, mas já saiu da zona de perigo.

- Oh... Eloise. Eu que fiz isso... é minha culpa.

- Vamos sair daqui, tudo bem? E você me conta. – concordei.

- O que aconteceu Oliver?

Contei tudo, desde o começo, que saímos no dia do seu aniversario, o quanto estava apaixonada por ela, ter transado no sofá, depois meu ódio e Zoe, Dereck me observava atentamente cada palavra que saia de minha boca, de vez ou outra balançava a cabeça com negação, quando eu calei ele resolveu falar.

- Olha Oliver... – apoiando o cotovelo na mesa e as mãos entre o rosto – você não poderia me decepcionar mais. Eu venho te avisando desde o principio, que tipo de pessoa Eloise é, mas você só consegue pensar com a porra da cabeça de baixo, você tem noção como os pais dessa menina estão? – me encarando – Eloise vai voltar para o meu restaurante e você vai sumir de sua vida, está me entendendo? Isso é uma ordem Oliver. Se ela lhe procurar ignore-a, afaste-se dela, você só lhe fara mal. – levantando e me deixando sozinho. – ah e é melhor você ir embora agora.

Eu não tive nem oportunidade de responder aquilo, só consigo pensar se ela tivesse morrido, eu me torturaria dia após dia, ela precisa melhorar logo, sair dessa. Eu não tenho outra escolha a não ser me afastar totalmente de Eloise, mas precisava vê-la antes disso, comprovar com meus próprios olhos que ela estava bem, que o pior já passou, mas Dereck não deixaria, então depois de muito tempo resolvi ir para casa. Em casa apenas queria dormir e nada mais.

ELOISEOnde histórias criam vida. Descubra agora