Lendas Urbanas

Relato Sobrenatural [Tabuleiro Ouija]

Me arrependo amargamente daquele dia, doque eu fiz para os meus amigos e principalmente doque fiz para ele.
   Eu e um grupo antigo de amigos resolvemos nos encontrar depois de muito tempo, afinal cada um tinha ido para uma escola diferente depois da formatura.
   Todos concordaram em se encontrar na casa de Bruno durante a noite para assistir algum filme e coisas do tipo. Cada um ficou encarregado de levar algo, no meu caso eu tinha que levar energético.
    Não polpei dinheiro algum naquela noite, comprei dois fardos de "Fusion" e fui do mercado direto até a casa de Bruno. Quando cheguei eram aproximadamente 19:00.
    Como de costume, abri o portão da casa dele (que não tinha nenhuma tranca ou cadeado) e entrei na casa. Claudinei, Guilherme e Lucas já haviam chegado e estavam jogando no Playstation 3 de Bruno.
    Bruno e Lucas (que deviam estar esperando a vez deles de jogar chegar) me aplaudiram ao ver a quantidade absurda de energético que eu havia levado.

-Tinha que ser esse asiático filho da mãe para comprar tudo isso! - disse Lucas enquanto se levantava - Já deixa um fardo aqui porque eu estou com sede.

   Fiz oque ele me pediu. Deixei um fardo de energético na sala e levei o resto até a cozinha. Achei que ninguém iria querer duas rodadas de energético quente então guardei na geladeira junto com 3 garrafas de coca-cola que alguém já havia trazido.
   Mesmo no fundo da casa pude ouvir Abner gritando na rua pedindo para entrar.

-Deixa que eu abro a porta. - gritei enquanto corria pela lateral da casa.

Assim que cheguei na frente pude ver aquele garoto pequeno segurando dois sacos enormes de Doritos, um em cada mão.

-Isso explica o porque de você não ter aberto a porta sozinho... - murmurei.

-Tem esses dois sacos e uma surpresinha aqui na minha bolsa. - disse ele com um sorriso no rosto, como se tivesse orgulho de ser o único a saber oque havia ali.

-Ok ok, vamos logo para dentro, está frio aqui fora. - falei.

   Abner foi na frente e levou as coisas para a cozinha. Na sala, Bruninho e Guilherme se enfrentavam numa batalha frenética de Call of Duty. Lucas estava com duas latas abertas de energético nas mãos vibrando a cada troca de tiros na televisão.
   Devemos ter esperado 1 hora até decidirmos colocar o filme, afinal todo mundo já havia tido a sua vez de matar o colega no video game.
   Lucas pegou a bolsa que estava guardada entre suas pernas e tirou um filme bastante familiar para todos que estavam naquela sala: "Gente grande 2".

-Cara, senti falta disso nos últimos meses... - disse ele um pouco emocionado enquanto colocava o CD no DVD de Bruno.

   Antes do filme começar a rodar uma voz feminina chamou por nós da frente da casa. Já sabia quem era mesmo sem ver, afinal ouvi a voz dela durante um ano inteiro na minha nuca.

-O portão está aberto, Marih. - gritei alto o suficiente para ela me ouvir.

   Alguns segundo depois aquela garota pálida com o cabelo todo cacheado entrou na sala junta com um garoto desconhecido.

-Oi gente, desculpem a demora, mas a minha mãe não queria que eu viesse aqui. - explicou ela - Ela queria que eu cuida-se dele, então tive que trazer o meu primo comigo para poder vir, algum problema?

   Fiz que "não" com a cabeça e como não ouve nenhuma briga a opinião de todos devia ser a mesma.
   Sem mais enrrolações, Lucas colocou o filme para rodar. Mesmo que o primo da Mariana (que se chamava Saymon) tivesse três anos a menos doque o resto de nós ele conseguiu se misturar bem com a gente. Mesmo sabendo o enrredo de todo o filme as risadas eram inevitáveis, mas isso não nos impediu de comer bastante também.
    Já estava bem escuro quando o filme acabou. Eu e Lucas passariamos a noite na casa do Bruninho então o horário não era um problema para nós. Claudinei sempre chegava tarde então ele resolveu ficar mais um pouco com a gente. Guilherme morava longe e sua mãe era um tanto quanto...rígida em relação a horários, principalmente quando se tratava do filho andar por aí no meio da noite, isso foi a motivo crucial que o fez ir embora. Mariana queria ir embora também, mas a convenci de ficar mais um pouco.