prólogo

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Sabe quando você já acorda com um mau pressentimento? Estou assim hoje.
Um aperto no peito sem igual, parece que, sei lá, só sei que algo está prestes a acontecer e não é nada bom!

As vezes me pergunto o porquê de eu ter isso, tipo de sentir coisas... Sinceramente, só atrapalha minha vida, porque eu sempre sei que alguma coisa realmente vai acontecer, que não é só uma dor no peito.

Todas as vezes que isso acontece, digo, que essa dor chega, eu torço pra não ser nada sério, torço pra ser apenas um ônibus que vou perder, ou sei lá, uma greve dos professores na escola que me faça ir pra escola aos sábados.

"To indo, mãe!" gritei do quarto " to terminando a maquiagem!"

"Minha filha, maquiagem pra ir pra escola?" eu sorri. Ela sempre me falava a mesma coisa.

"Querida, mamãe..." disse enquanto descia as escadas sorrindo. Sinceramente, não é um mau pressentimento que vai me fazer parar de sorrir " não é culpa minha se herdei as suas lindas orelheiras profundas e escuras!" ela riu.

"Vai logo... Seu pai já está saindo!" ela me entregou um prato com ovos mexidos "coma o mais rápido que conseguir!"

"Terminei"

"Oiin?" sorri.

"Estou sem fome" levei o prato até a cozinha e fui direto ao carro. Sim, ignorando suas reclamações.

"Bom dia!" disse meu pai assim que entrei.

"Sabe, acho que vou andando. Tchau!"
Não me virei pra ver a cara de decepção dele, apenas continue andando e ouvindo alguns sussurros de minha mãe perguntando o que havia acontecido.

Espero de coração, de coração mesmo que ele explique a situação toda pra minha mãe. Espero também que ele não finja que eu sou a errada e que ele não teve culpa de nada, dessa vez ele pegou pesado.

Se bem que, ele não vai contar, duvido que tenha coragem de contar que voltou a jogar. Por mais que não seja um vício, é jogo, e ele já se ferrou muito por isso, muito mesmo.

A época dos jogos dele, foi sem dúvidas a mais difícil pra mim. Muitas pessoas diriam que a parte mais difícil foi quando eu era pobre, não tinha dinheiro pra nada e chorava ao ver minha mãe e meu pai tirando comida do prato deles pra me alimentar.

Essa época foi difícil? Sim, muito, mas foi a tanto tempo, que eu sinceramente não sei como ainda me recordo disso, foi na época que meu pai ainda estava construindo seu império, e o dinheiro estava um tanto apertado ainda, mas pelo menos ainda éramos uma família de verdade. Ver meu pai se afundando em jogos de sorte, afundando sua família e acabando com toda a união que havia nela, me assustou. Me apavorou de uma forma que eu tinha pesadelos frequentes e passava a noite toda acordada pra não ter que despertar assustada de novo ou gritando.

Os pesadelos iam além da cena de um pai chegando todo acabado, estressado e quebrado - por causa de brigas - de uma sala de jogos. Os pesadelos vinham da imagem de um pai que quase batia na mãe e nos filhos por raiva, vinham da imagem de um pai chegando bêbado após um jogo mal sucedido. Vinham dessas coisas e muitas outras coisas.

Eu não sei o porquê ele jogou novamente, ele quer correr o risco de se viciar e acabar com tudo que ele conquistou? Será mesmo isso?

Levantei meus olhos por frações de segundos e consegui ver claramente um carro indo de encontro a um caminhão. Logo após um estrondo. Era uma BMW, preta, com a placa parecida com a dos meus pais. Era a deles!

Por um minuto congelei, não tive reação e não sabia o que fazer. De depende corri, o mais rápido que pude e pra mais perto que consegui, chorando, até que fui segurada por alguém. Não vi quem era.

Foi assim que eu soube o que aquele mau pressentimento significava e tudo escureceu na minha frente...

Ooi gente, eu já havia postado parte do livro uma vez, mas por falta de tempo, criatividade, ânimo e por vários problemas pessoais eu parei de escrever. Eu sei que é chato quando se está lendo uma história e essa história é retirada ou abandonada pela metade, por isso, deixarei o prólogo postado e assim que eu escrever a história toda (ela vai ser relativamente curta), ou assim que eu escrever muitos capítulos eu posto pra vocês. Prometo de mindinho

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