Capítulo 12

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Acordei com o celular vibrando na cama.

Acho bem chata a parte em que VOCÊ preferiu ir viajar com um garoto, que nem seu namorado é, ao invés de ir viajar com as amigas, mas apesar disso, BOA SORTE. Amo você 💕

Abri um sorriso. Apesar de eu estar passando bem menos tempo do que eu passava antes com as minhas amigas, por conta do serviço e tarefas da escola, elas continuam me apoiando e eu não faço ideia de como agradecer por isso.

Adrielle, você fala como se eu tivesse trocado você e a Isa por ele... sem drama 🙄

Obrigada pelo apoiooo. Amo você 💕

Enviei a mensagem e bloqueie meu celular.
Me sentei na cama e senti uma pontada na cabeça. Fechei os olhos e tentei esquecer da dor, e dos pesadelos e principalmente do nervosismo. O fato de eu estar indo pro campo de girassóis da mamãe me deixava ansiosa, eu sempre amei brincar naquele lugar, foi lá que tudo começou.

Eu e meus pais morávamos com meu avó na fazenda, ele sempre foi muito bem de vida, fazendeiro desde que se entendia por gente, e antes de morrer passou todas as terras que lhe restava pro nome da minha mãe. Ele dizia que ela saberia o que fazer. 

Quando a empresa do meu pai se reegueu, nós nos mudamos pra cá, e como meu pai sabia do amor por flores que minha mãe nutria, ele montou um campo de vários tipos de flores nas terras do meu avó, e montou um hotel em uma parte do terreno.

A casa do meu avó foi mantida e preservada, e agora a maior atração da cidade é o maravilhoso hotel com vista para o maior campo de girassol do país. Confesso que tenho um certo orgulho sobre isso, a maior parte dos girassóis foi eu que plantei, ninguém pode tirar meus créditos disso.

Mas o fato é que desde a morte dos meus pais eu não volto lá.  Eu sempre pensei que era injusto voltar sem a minha mãe, fazer novas lembranças onde o sorriso de orgulho da mesma não estivesse nelas. E hoje eu to aqui, me preparando para criar novas lembranças, e em momento algum da minha vida, me esquecer das antigas.

"Está tudo bem?" Abri meus olhos e vi minha tia parada na minha frente "Dor de cabeça?" Apenas afirmei com a cabeça e me levantei.

"Um pouco, não dormi muito bem."

"Desde quando?" Segui até meu guarda roupas.

"Foi só essa noite."

"Mesmo?"

"Sim..." na verdade não, mas eu não podia contar para minha tia que de dia eu realmente ficava bem, mas de noite eu basicamente não dormia por causa de alguns pesadelos.

"O pai do Liam ligou e disse que vai ter que ir mais cedo para o trabalho, perguntou se não tem como passar lá pra pegar ele... eu disse que você passa, okay?" Ela não esperou nem eu responder e saiu fechando a porta. 

"Okay" respondi mesmo sabendo que ela não ouviria e revirei os olhos.

Tomei um banho e quando sai do banheiro tinha uma cartela de remédio em cima da minha cômoda e um copo de água, sorri com o cuidado que a minha tia tem comigo.

Meu celular apitou na cama. Era mensagemda Isa.

Que esse beijo não passe do fim de semana, se não NUNCA MAIS rola.
Sério, já estou cansada dessa novela mexicana 🙄

Boa sorte. Amo você  💙

Soltei uma gargalhada involuntária.

Primeiramente, BOM DIA.
Segundamente, não tem o porquê rolar um beijo.
E Terceiramente, obrigada. Amo você 💙

Sequei meu cabelo e optei por colocar meus óculos mesmo.

"Becca?" Minha tia abriu a porta "você tem que comer antes de sair."

"Tudo bem, estou morrendo de fome mesmo." Ela se aproximou de mim e colocou suas mãos na minha testa, tentando medir minha temperatura. "Tia." Me afastei dela.

"O que?" Ela riu "Você está sem maquiagem, de óculos e quer tomar café. Só pode ser febre!" A olhei incrédula antes de revirar os olhos e ela sair do quarto rindo.

***

Estou te esperando aqui embaixo.

Essa definitivamente foi a primeira mensagem do dia mais sem graça que eu poderia mandar para ele.

Analisei a mensagem por mais alguns segundos e resolvi sair do carro para respirar um pouco, talvez eu estivesse muito nervosa.

"Da para parar de andar de um lado pro outro?" O charles colocou a cabeça para fora do carro e me censurou. Ele se ofereceu para me levar, disse que sentia falta de proteger minha família, acho que no fundo ele ainda se culpa por ter pego folga naquele dia, mal sabe ele que eu também me culpo pela morte dos meus pais, muito. "Desse jeito o garoto vai perceber que você está ansiosa para ver ele." Eu sorri.

"Meu nervosismo não tem muito a ver com ele." Revirei meus olhos e encostei na porta do carro.

"Tem certeza?" Dei de ombros.

"Talvez." Ele sorriu

"Então trate de decidir logo... ele está vindo..." eu sorri e me virei para casa.

Ele é confiante em casa passo.

Ele sorriu ao me ver.

Ele caiu assim que fechou o portão e tropeçou na mala.

Eu cai na gargalhada.

"Acho que você realmente gosta do chão." Me aproximei após me recuperar da crise de riso.

"Desejar bom dia que é bom, nada, né?" Eu sorri.

"Bom dia flor do dia" ele revirou os olhos. "Credo, acho que alguém está de mau humor hoje." Ele riu.

"Se você me contar pra onde nós vamos, meu humor melhora na hora, sabe"

"Então acho que vai continuar de mau humor até chegarmos" eu sorri e entrei no carro. "Você não vem?"

"To quase voltando pra minha cama..." ele disse enquanto entregava as malas pro charles e entrava dentro do carro. "Só não voltei ainda porque sou curioso." Ele sorriu

"Eu sei. Por que acha que não te contei para onde vamos?" O olhei.

"Porque você é má?"

"Nãoo!" Eu disse em meio aos risos "Pra você não desistir de ir de última hora. Você sempre faz isso." Ele me olhou.

"Eu não desistiria de nada que envolve você." E então ele sorriu.

Até Você Chegar.Onde histórias criam vida. Descubra agora